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COM A PALAVRA IRMÃO RUBENS


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

OS PROTOCOLOS DOS SABIOS DE SIÃO O RESUMO

OS PROTOCOLOS DOS SÁBIOS DE SIÃO 

RESUMO DO LIVRO 





  CAPÍTULO I-Resumo – O  direito reside na força. A liberdade é uma idéia. O liberalismo. O ouro  a  fé  a  autonomia.  O despotismo do capital. O inimigo interno. A  multidão. A anarquia. A política  e a  moral. O direito do  mais forte. O poder judaico-maçonico é invencível. O fim justifica  os  meios. A multidão é  cega. O alfabeto político. As discórdias dos partidos. A forma de governo que melhor conduz ao nosso fim  é  a  aristocracia. As bebidas alcoólicas. O classicismo.  A  devassidão .O princípio e as regras do governo judaico e franco-mação. O terror. Liberdade. Igualdade. Fraternidade. O princípio do governo dinástico. A  destruição dos privilégios de  aristocracia  dos  cristãos. Cálculo  psicológico.  Abstração da liberdade. Removibilidade dos representantes do povo.

     ABANDONANDO toda e qualquer fraseologia, estudemos cada  idéia em si mesma e esclareçamos a situação com com -parações e deduções.
     Formularei  portanto  nosso sistema do nosso ponto de vista, e do ponto de vista dos cristãos.
     É preciso ter em vista  que os homens de  maus  instintos são  mais  numerosos  que os de  bons  instintos. Pôr  isso se  obtêm  melhores  resultados governando os homens  pela  violência  e o  terror do que com discussões  acadêmicas. Cada  homem  aspira ao poder  cada  qual  se pudesse, se tornaria ditador  ao  mesmo tempo. Poucos são os que não estão prontos  a  sacrificar o bem  geral  para  conseguir o  próprio  bem.
     Quem conteve as feras chamadas homens? Quem os guiou até agora? No princípio da ordem  social  submeteram-se  à  força  bruta e cega, e, mais tarde  à lei, que é essa  força  mascarada. Concluo pois ,de acordo com a  lei  da  natureza, que o direito reside  na  força. A  liberdade política é uma idéia e não uma realidade. É preciso saber  aplicar  essa  idéia, quando  for  necessário atrair  as   massas  populares ao  seu  partido com  a   isca  duma  idéia, se  esse   partido  formou  o  desígnio de esmagar o partido que se acha  no poder. Esse problema  torna-se  fácil, se o adversário  recebeu  esse  poder  da  idéia  de  liberdade, do que  se chama do que tomar o lugar do antigo enfraquecido pelo liberalismo.
    Nos dias que correm, o poder do ouro substituiu o poder dos governos liberais. Houve tempo em que a  fé governou.  A liberdade é  irrealizável, porque  ninguém  sabe usar dela dentro de justa  medida. Basta deixar algum  tempo o povo governar-se a  si mesmo para que essa autonomia  logo se  transforme em  licença. Então surgem dissessões que em breve se  transformam em  batalhas  sociais, nas quais os Estados se  consomem  e em que sua grandeza  se  reduz a cinzas.
    Se o Estado se  esgota  nas suas próprias convulsões ou se suas comoções intestinais o põem à  mercê dos inimigos externos; pode ser considerado irremediavelmente perdido caiu em  nosso poder. O despotismo do capital, intacto entre  nossas mãos aparece-lhe como uma  tábua de salvação, à qual, queira  ou não queira, tem de ser agarrar  para  não ir ao  fundo.
     Àquele cuja alma liberal quiser considerar  esses  raciocínios como  imorais, perguntarei; se todo Estado tem dois  inimigos e, se lhe é permitido, sem a  menor  pecha de imoralidade, empregar contra o inimigo  externo todos os meios de  luta, como, por exemplo, não lhe dar a conhecer  seus  planos de ataque ou defesa, surpreendê-lo à  noite ou com  forças superiores, por que essas mesmas medidas, usadas contra um  inimigo pior, que arruinaria a ordem  social  e a  propriedade  seriam  ilícitas e imorais?
     Um  espírito equilibrado poderá esperar guiar com  êxito as  multidões por  meio de exortações sensatas  e pela  persua- são, quando o campo está  aberto à contradição, mesmo desarrazoada, mas que parece sedutora  ao povo, que tudo compre- ende superficialmente? Os  homens, quer  sejam ou não da  plebe, guiam-se exclusivamente  por suas paixões  mesquinhas, suas superstições, seus  costumes, suas tradições e teorias sentimentais; são escravos da divisão dos partidos que se opõem a qualquer  harmonia  razoável. Toda decisão da  multidão depende duma  maioria ocasional ou  pelo  menos   superficial na sua ignorância dos segredos políticos, a  multidão toma  resoluções absurdas; e uma  espécie de anarquia arruina o governo.
     A  política  nada  tem de comum  com  a  moral. O governo que  se  deixa guiar  pela  moral não é político e, portando, seu  poder é  frágil. Aquele que quer  reinar deve recorrer à astúcia e à  hipocrisia. As grandes qualidades  populares  faro -queza e honestidade – são vícios na  política, porque derrubam  mais os reis dos  tronos  do que o mais poderoso inimigo. Essas qualidades devem ser os atributos dos  reinos cristãos  e  não  nos devemos deixar absolutamente guiar  por  elas.      
     Nosso fim  é  possuir a  força. A palavra "direitos uma  idéia  abstrata que  nada justifica. Essa  palavra significa simplesmente isto. "Dai-me o que eu quero, a  fim  de que eu  possa  provar  que  sou  mais do que vós". Onde começa o direito onde acaba?
     Num  estado em que o poder está mal  organizado, em que as leis e o governo se  tornam  impessoais  por causa dos inúmeros direitos que o liberalismo criou ,veio um  novo direito o de  me lançar, de acordo com a lei  do  mais  forte, contra  todas as regras e ordens estabelecidas, derrubando-as o de  por  a  mão  nas leis, remodelando as instituições e tornando-me senhor daqueles que abandonaram os direitos que lhes dava a sua  força, renunciando a eles voluntariamente, liberalmente...
     Em  virtude da  atual  fragilidade de todos os poderes  nosso  poder  será  mais  duradouro do que qualquer outro, porque será  invencível  até o  momento em que estiver tão enraizado que nenhuma astúcia o poderá destruir...
     Do mal  passageiro que ora  somos obrigados a fazer  nascerá  o bem  dum  governo inabalável, que restabelecerá  a  marcha  regular do mecanismo da existência nacional  perturbação  pelo  liberalismo. Os resultados justifica os  meios. Prestamos atenção aos  nossos projeto, menos quanto ao bom e ao moral  do que quanto ao necessário e ao  útil.
     Temos diante de nós um plano no qual  está  exposto estrategicamente a linha de que não nos podemos afastar sem correr o risco de ver destruído o trabalho de  muitos séculos.
     Para achar os meios que levam a  esse  fim, é preciso ter em conta a covardia, a instabilidade, à inconstância da  multidão, sua  incapacidade de compreender e discernir as condições de sua própria vida e de sua prosperidade. É necessário compreender que a força da  multidão é cega, insensata, sem  raciocínio, indo para a  direita ou para a esquerda. Um cego  não pode guiar outro cego sem levá-lo ao precipício; do  mesmo  modo os  membros da  multidão, saídos do povo, embora dotados de espírito genial, por  nada entenderem de política não podem  pretender  guiá-la sem botar a perder a nação.
     Somente um  indivíduo preparado desde a  meninice  para a autocracia é capaz de conhecer a  linguagem e a realidade  política. Um  povo entregue a  si  própria  isto é, aos ambiciosos do seu  meio, arruina-se discordados  partidos excitados pela sede do poder, e nas desordens  resultantes dessa discórdia. É possível às massas populares racionar tranqüilamente, sem  rivalidades intestinais, dirigir os negócios do país, que  não podem ser confundidos com os interesses  pessoais? Poderão defender-se dos inimigos externos? É impossível. Um  plano, dividido por  tantas cabeças quantas há  na multidão, perder sua unidade, tornando-se ininteligível  e  irrealizável.
     Somente um autocrata  pode elaborar  planos vastos e claros, pondo cada coisa em seu lugar  no mecanismo da estrutura governamental. Concluamos, pois, que um governo útil  ao  país e capaz  de  atingir  o fim a que se propõe, deve ser entregue as mãos dum só indivíduo responsável. Sem o despotismo absoluto, a civilização não pode existir; ela não é obra das  massas, porém, de seu  guia, seja  qual   for. A multidão é  um bárbaro que mostra sua barbárie em  todas as ocasiões. Logo que a  multidão se apodera da  liberdade, transforma-a  em  anarquia, que é o mais alto grau  de barbárie.
     Vede esses animais embriagados com  aguardente  imbecilizados pelo álcool, a quem  o direito de  beber sem  limites  foi  dado  ao  mesmo  tempo que a liberdade. Não podemos permitir que os nossos  se  degradem  a  esse  ponto... Os povos cristãos estão sendo embrutecidos pelas bebidas alcoólicas; sua  juventude  está embrutecida  pelos  estudos  clássicos  e  pela  devassidão  precoce  a  que  a   impelem   nossos  agentes  processores, cria- dos, governantes de casas  ricas, caixeiros, mulheres públicas  nos lugares onde os cristãos se divertem. No  número das  últimas, incluo  também  as  mulheres da alta  roda, que imitam de boa vontade a  devassidão  e  o  luxo das  perdidas.
     Nossa  palavra  de ordem é: força e hipocrisia.  Somente a  força  pode  triunfar   na   política, sobretudo  se estiver  escondida  nos  talentos  necessários  aos  homens de Estado. A violência deve ser  um  princípio a astúcia  e  a  hipocrisia, uma  regra  para os governos que não queiram entregar  sua coroa aos agentes de  uma  nova  força. por isso, não  nos devemos deter  diante da corrupção, da velhacada e da  traição, todas as  vezes que  possam  servir  as  nossas  finalidades. Em   política, é preciso  tomar a  propriedade de  outrem   sem hesitar, se por  esse  meio  temos de alcançar o poder.
     Nessa  conquista  pacífica, nosso Estado tem o direito de substituir os horrores da  guerra  pelas condenações à  morte, menos visíveis e  mais  proveitosas para conservar o  terror que obriga os povos  a  obedecerem cegamente. Uma  severidade  justa, mas  inflexível, é o maior fator da  força dum  Estado; não  é somente  nossa  vantagem, porém nosso dever, para obter a  vitória, seguir  esse  programa de violência e  hipocrisia. Semelhante  doutrina, baseada  no cálculo, é  tão eficaz  quanto os meios que emprega. Não só  por  esses  meios, mas também  por essa doutrina de severidade, nós triunfaremos e  escravizaremos  todos  os governos ao nosso suprem governo. Bastará  que se saiba que somos inflexíveis para que cesse toda insubordinação.
     Fomos nós os primeiros que, já  na antigüidade, lançamos ao povo as palavras "Liberdade, Igualdade, Fraternidade", palavras repetidas tantas vezes pelos papagaios inconscientes, que, atraídos de  toda  a  parte por  essa  isca, dela somente têm usado para destruir a  prosperidade do mundo, a verdadeira liberdade individual, outro tão bem  garantida  dos constrangimentos a  multidão. Homens que se  julgavam  inteligentes não souberam desvendar o sentido oculto dessas palavras, não viram  que se contradizem, não pode  haver  liberdade, que a própria  natureza estabeleceu  a  desigualdade dos espíritos, dos caracteres e das  inteligências, tão  fortemente submetidos as suas leis, esses homens não sentiram que a  multidão é uma  força cega; que os ambiciosos que elegem são  tão cegos em  política quanto ela; que o iniciado, por  mais tolo que seja, pode governar, enquanto que a multidão dos não iniciados, embora cheia de gênio, nada entende de política. Todas essas considerações  não abrolharam  no  espírito dos cristãos; entretanto, é  nisso que  repousa o princípio dinástico dos governos; o  pai  transmite ao  filho os segredos da  política, a fim de que ninguém os  possa  trair. Mais tarde, o sentido da  transmissão hereditária dos verdadeiros princípios da política se  perdeu. O êxito de nossa obra aumentou ,todavia  no  mundo, as  palavras Liberdade, Igualdade, Fraternidade puseram  em   nossas  fileiras, por intermédio de nossos agentes cegos, legiões inteiras de homens que arvoraram com  entusiasmo  nossos estandartes. Contudo, tais  palavras eram os vermes que roíam  a  prosperidade dos não- judeus, destruindo por  toda  a   parte a paz, a  tranqüilidade, a  solidariedade, minando to- dos os alicerces de seus Estados. Vereis pelo que se segue como isso serviu ao  nosso triunfo; isso  nos deu entre outras coisas, a  possibilidade de obter o triunfo mais importante isto é, a abolição dos privilégios, a própria  essência da aristocracia dos cristãos, o único  meio de defesa que tinham contra  nós os  povos e as  nações. Sobre as ruínas da aristocracia  natural e  hereditária , elevamos  nossa aristocracia da  inteligência e das  finanças. Tomamos por critério dessa nova aristocracia a  riqueza, que depende de nós, e a ciência que é dirigida  por   nossos sábios.                                                                                                                                                                                                                                          
Nosso triunfo foi ainda facilitado pelo fato de, nas  nossas  relações com os homens de que precisamos, saberemos tocar as cordas mais sensíveis da alma humana: o cálculo, a avidez, a  insaciabilidade dos bens materiais, todas essas  fraquezas  humanas, cada qual capaz de abafar o espírito e iniciativa, pondo a vontade dos  homens à  disposição de quem compra  sua  atividade.
     A idéia abstrata da liberdade deu a possibilidade de persuadir às multidões que um  governo  não  passa  de gerente do proprietário dos país, que é o povo, podendo-se  mudá-lo como se muda de camisa.
     A removibilidade dos representantes do povo coloca-os à nossa disposição; eles dependem de nossa escolha.

CAPÍTULO II  -  Resumo  -  As guerras econômicas são a base da  supremacia  judaica. A  administração visível e os "conselheiros Secretos". O êxito das doutrinas destruidoras. A  assimilação na política. O papel da imprensa. O preço do ouro e o valor das vítima s   judaicas.

      P RE  C I S A M O S  que as guerras não dêem, tanto quanto possível, vantagens territoriais. Transportada, assim, a guerra  para o terreno econômico, as  nações verão a força de  nossa supremacia, e  tal  situação porá ambas as partes à disposição de nossos agentes  internacionais, que têm  milhares de olhos de que  nenhuma fronteira  pode deter. Então, nossos direitos internacionais apagarão os direitos nacionais, no sentido próprio da expressão, governando os povos, do  mesmo   modo que o direito civil  do  Estado regula  as relações entre seus súditos.
     Os administradores, escolhidos por  nós no povo, em  razão de suas aptidões servis, não serão indivíduos preparados para a administração do país. Assim  facilmente se  tornarão peões de nosso jogo nas  mãos de nossos sábios e geniais conselheiros, de nossos especialistas, educados desde a  infância para administrar os negócios do mundo inteiro. Sabeis que nossos especialistas reuniram as informações necessárias para administrar segundo nossos planos, tirando-as das experiências da história e do estudo de todos os acontecimentos  notáveis.
     Os cristãos não se guiam  pela  prática de observações imparciais  tiradas da história, mas pela  rotina teórica, incapaz de atingir qualquer  resultado real. Por isso, não devemos contar com  eles; que se divirtam ainda durante algum tempo, vivendo de esperanças ou de novas diversões ou ainda da saudade dos divertimentos que tiveram. Deixemo-los acreditar na importância das leis científicas que lhes inculcamos meras teorias. É  com  esse  fim que constantemente aumentamos por intermédio de nossa imprensa sua confiança cega  nas  leis. A classe intelectual dos cristãos ficará cheia de orgulho com esses conhecimentos e, sem os examinar  logicamente  porá em ação todos os dados dessa ciência  reunidos pelo nossos agentes para guiar seu  espírito pelo rumo de que  precisamos.
     Não julgueis nossas afirmações sem  base; reparai  no êxito que soubemos criar  para  o  Darwinismo, o Nietzchismo.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         Pelo menos para  nós, a influência deletéria dessas tendências deve ser evidente.
     Temos necessidade de contar com as idéias, os caracteres, as  tendências modernas dos povos para  não cometermos erros  na  política e  na administração dos negócios. Nosso sistema, cujas partes  podem ser dispostas diferentemente segundo os povos que encontremos em  nosso caminho, somente pode dar  resultado se sua aplicação prática for baseada  nos resultados do passo confrontados com o  presente.
     Os estados  modernos possuem uma grande força criadora: a  imprensa. O papel da  imprensa consiste em indicar as reclamações que se dizem indispensáveis, dando a conhecer as  reclamações do povo, criando descontentes e sendo seu órgão.
     A imprensa encarna a  liberdade da  palavra. Mas os Estados não souberam utilizar essa   força  e  ela  caiu em  nossas  mãos. Por  ela, obtivemos influência, ficando ocultos; graças a  ela, ajuntamos o ouro em   nossas mãos, a  despeito das torrentes de sangue e de  lagrimas que nos custou consegui-lo... Resgatamos isso, sacrificando  muitos dos nossos. Cada uma de nossas vítimas, diante de Deus vale milhares de cristãos.

CAPÍTULO III - Resumo   -  A  serpente simbólica  e  sua  significação. Instabilidade do equilíbrio constitucional   O terror nos palácios. O poder e a ambição. As máquinas de  falar dos parlamentos, os panfletos. Os abusos do poder  A escravidão econômica. "A verdade do povo". Os  açanbarcadores e a aristocracia. O exército dos francos-maçons judeus. A degenerescência  dos cristãos. A  fome e o direito do capital. A vinda e a coroação do "Senhor Universal". O objetivo fundamental do programa das futuras escolas populares dos franco-maçons. O segredo da ciência da ordem social. Crise econômica geral. Segurança dos "Nossos". O despotismo dos  franco-maçons  é  o reinado da razão.  Perda dum guia. A franco-maçonaria e a "grande"revolução francesa. O rei  déspota  é  o  sangue de Sião  Causas da invulnerabilidade da   franco-maçonaria. O papel dos agentes secretos da franco-maçonaria. A liberdade.

     POSSO    hoje anunciar-vos que estamos perto do fim. Ainda  um  pouco de caminho  e  o  círculo  da Serpente  simbólica  que representa  nosso povo, será  encerrado. Quando esse círculo se encerrar, todos os  Estados estarão dentro dele, fortemente emoldurado.
     O equilíbrio constitucional será  em  breve destruído, porque o temos falseado, a  fim de que não cesse de inclinar-se para  um  lado e outro até gastar-se completamente. Os cristãos julgavam  ter  construído bem  solidamente  esse equilíbrio e esperavam que os pratos da balança continuassem  no  mesmo  nível.  Mas, infelizmente   para os cristãos, as pessoas  reinantes são  rodeadas  por  seus  prepostos, que fazem tolices e se deixam  levar  pelo seu poder sem controle e sem  responsabilidade . Devem   esse  poder ao terror que reina nos palácios. As pessoas  reinantes, não tendo mais contato com  seu  povo, nada  podem  concertar  com  ele, fortalecendo-se contra os indivíduos que aspiram ao poder.    A  força clarividente das  pessoas  reinantes  e  a força cega do povo, divididas por nós, perderem sua  importancia  separadas  , são tão cegas como um cego sem o seu bordão.
     Para impedir   os ambiciosos a  abusar do  poder, opusemos umas às outras todas as forças, desenvolvendo todas as suas tendências liberais para a  independência... Encorajamos  para esse fim todas as tendências, armamos todos os partidos e fizemos do poder o alvo de todas as ambições. Transformamos os Estados em arenas onde reinam os distúrbios... Dentro de pouco tempo, as desordens e  bancarrotas surgirão por toda a parte.
     Os  falastrões  inesgotáveis  transformaram  as  sessões dos parlamentos e as  reuniões administrativas em prélios oratórios. Jornalistas audaciosos e panfletários cínicos atacam  diariamente o  pessoal  administrativo. Os abusos do poder, final- mente, prepararão a  queda  de  todas as instituições, e  tudo será destruído pela multidão enlouquecida.
     Os povos estão mais escravizados ao  trabalho pesado do que no tempo da servidão e  da  escravidão. É  possível  livrar-se dum   modo ou de outro da escravidão e da  servidão. É  possível compactuar com ambos. Mas é  impossível  livrar-se da  miséria. Os direitos que inscrevemos nas constituições são  fictícios  para  as massas; não são  reais. Todos esses pretensos "direitos do povo"somente podem existir no espírito e  são para sempre irrealizáveis. Que vale para o proletariado curvando sobre seu  trabalho, esmagado pela  sua  triste sorte. O direito dado aos falastrões de falar, ou o direito concedido aos jornalistas de escrever toda espécie de absurdos  misturados com coisas serias, desde que o proletariado não tira das constituições outras vantagens senão as  miseráveis  migalhas que lhe lançamos de  nossa  mesa  em  troca  dum  sufrágio favorável às nossas prescrições, aos nossos prepostos e aos nossos agentes? Para o pobre diabo, os direitos republicanos  são uma  ironia  amarga: a  necessidade dum trabalho quase quotidiano não lhe permite goza-los em compensação, tiram-lhe a garantia dum galho constante e certo, pondo-o na dependência das greves, dos patrões ou dos camaradas.
     Sob a nossa direção, o povo destruiu a  aristocracia, que era sua  protetora  e  sua  ama  de  leite  natural, porque seu  interesse era  insuperável  do  interesse do povo. Agora, que a aristocracia  foi  destruída, ele  caiu sob o jugo dos açambarcadores, dos velhacos enriquecidos , que o oprimem   de  modo  impiedoso.
     Nós aparecemos ao operário como os  libertadores desse jugo, quando lhe propusemos entrar nas fileiras do exército dos socialistas, anarquistas e comunistas que sempre sustentamos sob o pretexto de solidariedade entre os membros de nossa franco-maçonaria social. A aristocracia, que gozava de pleno direito do trabalho dos operários, tinha  interesse em que os trabalhadores estivessem  de  fato, fossem sadios e fortes. Nosso interesse, ao contrário, é que os cristãos degenerem.  Nosso poder  reside  na  fome  o  escraviza  à  nossa vontade, de modo que ele fique sem  poder, força e energia  de  se  opor a  ela. A  fome  dá  ao capital  mais direitos sobre o operário do que a aristocracia  recebia do  poder  real  e  legal.
      Pela  miséria  e o  ódio  invejoso que  dela  resulta, manobramos  as  multidões  e  nos servimos de suas mãos para esmagar os que se oponham aos nossos desígnios.
     Quando chegar a hora de ser coroado  nosso soberano universal, essas mesmas  mãos  varrerão todos os obstáculos que se lhe anteponham.
     Os cristãos perderam o hábito de  pensar  fora de  nossos conselhos científicos. Por  isso, não enxergam   a necessidade  urgente de fazer o que nós faremos, quando chegar o nosso reinado, isto é  ensinar  nas  escolas primárias  a primeira de todas as ciências, a única verdadeira das ciências da ordem social, da  vida  humana, da existência social, que exige a divisão do  trabalho e, por conseguinte, a divisão dos homens em classes e condições.
     É  preciso que cada um saiba que não pode existir  igualmente em virtude das diversas atividades e que cada qual é destinado; que todos não podem ser  igualmente responsável  perante a  lei; que, por  exemplo, a responsabilidade  não é a   mês- ma  naquele que, pelos seus atos, compromete toda uma classe e  naquele  que somente atinge sua  honra.  A verdadeira ciência da ordem social, em  cujo segredo não admitimos os cristãos, mostraria a  todos que o lugar e o trabalho de cada  um  devem ser diferentes, para que não haja uma fonte de  tormentos em conseqüência da falta de correspondência entre a  educação  e o trabalho. Estudando essa ciência, os povos obedecerão de boa  vontade aos poderes e  a  ordem social estabelecida por eles no Estado. Ao contrário, no estado atual da ciência, tal que a fizemos, o povo acreditando cegamente  na  palavra imprensa, em  conseqüência dos erros insinuados à sua  ignorância ,é  inimigo de todas as condições que julga acima dele, porque  não compreende a importância de cada condição.
     Essa inimizade aumentará ainda em virtude da  crise  econômica  que  acabará  por  parar as operações da Bolsa e a marcha da indústria.
     Quando criarmos, graças aos  meios ocultos de que dispomos por  causa  do ouro, que  se  acha  totalmente em nossas mãos, uma crise econômica geral, lançaremos à  rua  multidões de operários, simultaneamente, em todos os países da Europa.
     Essas  multidões por-se-ão com voluptuosidade a  derramar  o  sangue daqueles que  invejam  desde  a infância na simplicidade de sua ignorância e cujos bens poderão então saquear.
     Elas não tocarão nos nossos, porque conheceremos de antemão o momento do ataque e tomaremos medidas acauteladoras.
     Afirmamos que o progresso submeteria  todos os cristãos ao reinado da  razão. Será  esse  o  nosso despotismo, que saberá  acalmar  todas as agitações com   justas severidade, extirpando o liberalismo de todas as instituições.
     Quando o povo viu que lhe faziam  tantas concessões e complacência  em  nome da  liberdade, julgou que era  amo  e  senhor, e  se  lançou sobre o  poder; porém, naturalmente, foi de encontro com um cego, a  muitos obstáculos pôs-se a procurar  um  guia, não teve a  idéia de voltar ao antigo e depôs todos os poderes aos nossos  pés. Lembrai-vos da  revolução francesa, a  que demos o  nome  de "grande"; os segredos de sua preparação  nos são bem conhecidos, por que ela  foi  totalmente  a  obra  de nossas  mãos.
     Desde então, levamos o  povo de decepção, a  decepcaõ   fim de que  renuncie  mesmo  a  nós, em  Resumo -  As diversas  fases duma  república.   A franco-maçonaria externa. A liberdade e a  fé. A concorrência internacional do comércio e da indústria. O papel da especulação proveito do  rei  déspota  do sangue  do   Siaõ,  que preparamos  para o mundo.
     Atualmente, somos  invulneráveis como  força  internacional, porque, quando    nos atacam  em  um  Estado, somos defendidos nos outros. A infinita covardia dos povos cristãos, que rastejam diante da força, que são impiedosos para a franqueza e  para os erros, porém  indulgentes para os crimes, que não querem suportar as contradições da liberdade , que são pacientes até o  martírio  diante da violência dum despotismo ousado, tudo isso  favorece  nossa  independência. Sofrem  e  suportam  dos  primeiros  ministros de  hoje  abusos  pelo menor dos quais teriam decapitado vinte reis.
     Como explicar  tal   fenômeno e  tal   incoerência das massas populares em face de acontecimentos que parecem da    mesma  natureza?
     Esse fenômeno se explica  pelo  fato de  fazerem  esses ditadores  primeiros  ministros dizer   baixinho  ao povo que se causam    mal ao  Estados, isto é como o  fito de  realizar a felicidade dos povos,direitos iguais para   todos. Naturalmente, não se   lhe diz que essa unidade será  feita sob a nossa autoridade.
     E  eis como o povo condena os justos e absolve os culpados, persuadindo-se cada  vez  mais que pode fazer o que lhe der  na  veneta. Nessas condições, o povo  destrói   toda  estabilidade  e  cria desordens a cada passo.                                 
     A palavra "liberdade"põe as sociedades humanas em luta contra  toda  força, contra todo poder, mesmo o de Deus e o da  natureza. Eis  porque, no  nosso domínio, excluiremos essa palavra do vocabulário humano por ser o princípio da brutalidade que transmuda as multidões em  animais  ferozes. É  verdade  que  essas  feras adormecem  logo que se embriagam  com  sangue, sendo então, fácil  encadeá-las. Mas se  não lhes der  sangue, não adormecem  e  lutam.

CAPÍTULO IV   -. O culto do ouro.

     TODA   república  passa  por diversas   fases. A  primeira, compreende os primeiros dias de  loucura  dum cego que se atira para a direita e para a esquerda. A segunda é a da  demagogia, de onde  nasce  a  anarquia; depois, vem  inevitavelmente o despotismo, não um  despotismo exercido por uma organização secreta, que age com tanto  menos escrúpulo quanto se acoberta  por meio de diversos agentes, cuja substituição  não só  não  a  prejudica como a  dispensa de  gastar seus  recursos, recompensando longos serviços.
     Quem  poderá derrubar uma força invisível? Nossa  força é  assim.  A franco-maçonaria externa  serve unicamente para cobrir  nossos desígnios; o  plano de ação dessa  força, o  lugar  em  que  assiste  são  inteiramente  ignorados do público.           
     A própria  liberdade poderia ser  inofensiva e existir   no Estado, sem   prejudicar a   liberdade dos povos, se   repusesse  nos  princípios da crença em Deus, na  fraternidade  humana, fora da idéia de igualdade contrariada pelas próprias leis da criação que estabelecem  a  subordinação. Com  uma  tal  fé, o povo se deixaria  governar pela  tutela das paróquias e marcharia  humilde e tranqüilo  sob  a direção à distribuição de seu pastor espiritual, submetido à distribuição divina dos bens deste mundo. Eis porque é preciso que destruamos a fé, que arranquemos do espírito dos cristãos o próprio princípio da divindade e do Espírito, a fim de substituí-lo  pelos cálculos e pelas  necessidades  materiais.
     Para que os espíritos dos cristãos não tenham tempo de  raciocinar e observar, é necessários distraí-los pela indústria  e   pelo comercio. Desse  modo, todas as  nações procurarão suas vantagens e, lutando cada  uma pelos seus interesses, não notarão inimigo comum. Mas, para que a  liberdade possa, assim, desagregar e destruir completamente a  sociedade dos cristãos, é preciso fazer da  especulação a  base da  indústria. Desta  forma, nenhuma das riquezas que a indústria tirar  da  terra  ficará  nas mãos dos industriais, mas serão sorvidas  pela especulação, isto é, cairão  nas  nossas  burras.
     A  luta ardente pela supremacia, os choques da vida  econômica criar  e  já criaram     sociedades  desencantadas, frias e sem coração.Essas sociedades terão uma profunda repugnância pela política superior e pela  religião. Seu único guia  será o cálculo isto é,  o ouro, pelo qual  terão verdadeiro culto, por causa dos bens  materiais que pode proporcionar. Então, as classes baixas dos cristãos nos seguirão em nossa luta contra a  classe  inteligente dos cristãos no poder, nossos concorrentes, não para  fazer o bem, nem   mesmo  para adquirir a  riqueza, mas simplesmente por ódio dos  privilegiados.
     É  preciso, bem  entendido, que a  inteligência do rei  corresponda ao plano do governo que lhe é confiado. Por  isso, somente subirá ao trono depois de ter sido sua inteligência posta em  prova  pelos Sábios a que nos referimos. A  fim de que o povo conheça e ame seu  rei, é  necessário que converce com o  povo na  praça pública. Isto  produzirá a  união  precisa das duas  forças que hoje separamos pelo terror.
     Esse terror, nos era  indispensável durante algum  tempo, para que as duas forças caíssem separadamente sob a nossa influência...
     O  rei dos judeus não deve ficar sob o império de suas paixões, sobretudo sob o império da voluptuosidade: não deve dar  por  nenhuma  face de seu caráter lugar a que seus instintos dominem  sua  inteligência. A voluptuosidade  obra de modo pernicioso sobre as  faculdades  intelectuais e  a  claridade  de  visão, desviando os pensamentos  para  o lado pior e  mais animal da atividade humana.
     A  pessoa  do Soberano Universal  da  estirpe  santa de David deve sacrificar  a   seu  povo todos os seus gostos pessoais.
     Nosso soberano deve ser de exemplar      inatacabilidade.

CAPÍTULO V  - Resumo - Criação de  forte concentração do governo. Os modos da  franco-maçonaria se                                                                                                             apoderar do poder. Por que os  Estados não conseguem entender-se. "pre-eleição"dos judeus. O  ouro  é  o motor de todos os  mecanismos dos Estados. Os  monopólios  no comércio e  na   indústria. A   importância da  crítica   As instituições "como são vistas". Cansaço causado pelos discursos. Como  tomar  conta  da opinião pública?    A  importância da  iniciativa  privada. O Governo Supremo.

     QUE   forma de administração se pode dar  a  sociedades em que por toda  parte penetrou  a  corrupção, em que somente se  atinge a riqueza  por   meio de  surpresas hábeis que são meias velhacadas; sociedades em que  reina a  licença de   costumes, em  que a   moralidade somente se  agüenta  por causa de castigos e   leis austeras, não  por  princípio  voluntariamente aceitos, em que os sentimentos de  Pátria  e  Religião, são abafados por crenças cosmopolitas? Que  forma de governo dar a  essas sociedades, senão a  despótica, que descreverei mais  adiante? Regularemos   mecanicamente  todos os atos da vida  política  de  nossos  súditos por novas leis. Essas leis irão retomando uma a uma todas as complacência e  todas as liberdades demasiadas concedidas pelos cristãos, e  nosso reinado se  assinalará  por   um  despotismo  tão  majestoso  que  estará  em condições, em qualquer tempo e lugar, de fazer calar os cristãos que nos queiram fazer oposição e que estejam  descontentes.
     Dir-nos-ão que o despotismo a que  me  refiro não está  de  acordo com os progressos modernos. Provarei  o  contrário..
Quando o povo considerava  as  pessoas  reinantes como  pura  emanação da Vontade Divina, se submetia sem   murmurar ao absolutismo dos reis, porém  desde o dia em que lhe sugerimos a  idéia  de seus próprios direitos, considerou  essas  pessoas  como  simples  mortais. A Unção Divina caiu da cabeça dos reis, pois que lhe arranca-mos a  crença  em  Deus; a  autoridade  passou  para  a   rua, isto é, para  um  logradouro  público  e nós nos apoderamos dela.
     Demais, a  arte de governar  as  massas  e  os  indivíduos po r meio  duma  teoria  e  duma  fraseologia habilmente combinados pelas regras da vida social  e  por outros  meios engenhosos, dos quais os cristãos não percebem, faz  também   parte de  nosso gênio administrativo, educando na análise, na  observação, em tais sutilezas de concepção que não encontram   rivais, pois que não há ninguém  como  nós  para conceber planos de ação política  e  de  solidariedade. Somente os jesuítas nos  poderiam  igualar  nesse  ponto, porém nós conseguimos  desacreditá-los aos olhos da  plebe ignora, porque eles nos constituíam  uma organização visível, enquanto que nós operávamos ocultamente por meio de nossa organização secreta. Aliás, que importa ao mundo o amo que vai  ter? Que lhe importa seja o chefe do catolicismo ou  nosso déspota do sangue de Sião?
     Mas, para   nós, que somos o povo eleito, a  questão  já  não  é   indiferente.
     Uma coligação universal dos cristãos poderia dominar-nos por algum  tempo, porém estamos garantidos contra  esse  perigo  pelas  profundas  sementes de discórdia que já  se não  podem mais arrancar  de  seu coração. Opusemos uns aos outros os cálculos individuais e  nacionais dos cristãos, seus  ódios  religiosos  e étnicos, que  há  vinte séculos cultivamos. É  por  isso que nenhum governo encontrará  auxilio  em parte alguma: cada qual acreditará  um  acordo  contra  nós  desfavorável  a  seus  próprios  interesses. Somos  muito fortes e  é  preciso contar conosco. As  potências não podem concluir o mais insignificante acordo sem  que nele tomemos parte.
     Per me reges regnant -"por  mim  reinam  os  reis". Nossos  profetas  nos disseram que fomos eleitos  por  Deus mês- mo  para  governar a  terra. Deus  nos deu  o  gênio, a fim de podermos levar  a  cabo  esse  problema. Embora surja um gênio no campo oposto, poderá lutar contra  nós, mas o  recém-vindo  não  valerá o  velho habitante; a luta entre nós será sem  piedade  e  tal como nunca o mundo presenciou. Além disso, os homens de gênio chegariam tarde. Todas as engrenagens do mecanismo governamental dependem dum  motor  que está em nossas  mãos :esse  motor é o ouro. A ciência  da  economia  política  inventada  por  nossos  sábios, mostra-nos desde  muito  tempo o prestígio  real  do ouro.
     O capital  para ter  liberdade  de ação, deve obter  o  monopólio da  indústria e do comércio; em  todas as  partes do mundo. Essa  liberdade  dará  força  política  aos  industriais  e o  povo  lhe será submetido Importa  mais, em  nossos dias, desarmar os povos do que levá-los ã guerra; importa mais servir as paixões incandescidas para    nosso proveito do que acalmá-las; importa mais apoderar-se das idéias de outrem e comentá-las do que bani-las.
     O  problema capital  de  nosso governo é enfraquecer o espírito  público pela  crítica; fazer-lhes  perder  o hábito de  pensar, porque a   reflexão cria a  oposição; distrair  as  forças do  espírito em vãs escaramuças de eloquência.
     Em   todos os tempos, os povos, mesmo  os  mais simples  indivíduos, tomaram  as   provas como  realidades, porque se  satisfazem com a aparência das coisas, e  raramente  se  dão ao  trabalho de observar  se as  promessas  relativas à  vida  social   foram cumpridas . Por isso, nossas instituições terão uma bela fachada, que demonstrará  eloqüentemente seus benefícios no que concerne ao progresso.
     Nós nos apropriaremos da  fisionomia  de  todos os  partidos, de  todas as tendências e  ensinaremos nossos oradores a  falarem  tanto que toda a gente se cansará  de  ouvi-los.
     Para  tomar conta da opinião pública, é  preciso torná-la  perplexa,  exprimindo de diversos lados e tanto tempo tantas opiniões contraditórias que os cristãos acabarão perdidos  no seu  labirinto e convencidos de que, em   política, o melhor é  não ter  opinião. São questões que a sociedade  não deve conhecer. Só deve conhecê-las quem a dirige. Eis o primeiro segredo.
     O  segundo, necessário para governar com êxito, consiste em  multiplicar de tal modo os defeitos do povo os hábitos, as paixões, as regras de viver em comum que ninguém  possa  deslindar  esse caso e que os homens acabem por se não entenderem mais uns aos outros . Essa tática terá ainda como efeito lançar  a discórdia em todos os partidos, desanimará qual- quer iniciativa, mesmo genial, e será  mais poderosa do que os milhões de  homens nos quais semeamos divergências. Precisamos dirigir a  educação das sociedades cristãs de modo tal que suas mãos se abatam  numa  impotência desesperada diante de cada questão que exija iniciativa.
     O esforço que se  exerce sob o regime da liberdade ilimitada é impotente, porque vai de encontro aos esforços livres de outros. Daí   nascem  dolorosos conflitos morais, decepções e insucessos. Fatigaremos tanto os cristãos com essa liberdade que os obrigaremos a nos oferecerem um poder internacional, cuja disposição será  tal que poderá sem as quebrar, englobar as forças de todo os Estados do mundo e formar o Governo Supremo.
     Em   lugar dos governos atuais, poremos um  espantalho que se denominará Administração do Governo Supremo. Suas mãos se  estenderão para todos os lados como pinças e sua  organização  será  tão colossal  que todos os povos terão de  se lhe submeter.
    
CAPÍTULO VI - Resumo -  Os monopólios; as fortunas dos cristãos dependem desses monopólios. A aristocracia privada de riqueza territorial. O comércio, a   indústria  e  a especulação. O luxo. A alta do salário e o encarecimento dos gêneros de primeira necessidade. A anarquia e a embriaguez. O sentido secreto da propaganda das teorias econômicas.

     CRIAREMOS  em  breve  enormes  monopólios , colossais  reservatórios  de  riquezas, dos quais as próprias fortunas dos cristãos dependerão de  tal  modo que serão por eles devoradas, como o crédito dos Estados  no dia seguinte  a  uma catástrofe política.
     Os senhores economistas aqui  presentes devem considerar a importância dessa combinação!
     Precisamos desenvolver por todos os meios possíveis a importância de nosso Governo Supremo, representando-o como protetor e remunerados de todos os que se lhe submetam voluntariamente.
     A aristocracia dos cristãos desapareceu como força política e não temos mais que contar com ela; porém, como proprietária  de bens territoriais, poderá  prejudicar-nos na  medida da  independência  de  seus  recursos. É  preciso, portanto, arrancar-lhe as suas terras. O  melhor  meio para isto é aumentar os impostos sobre os bens de raiz, a fim de endividar a  terra, essas  medidas  manterão a  propriedade de  territorial  num  estado de absoluta  sujeição como os aristocratas cristãos não sabem, de  pais e filhos  se contentar com pouco, serão rapidamente  arruinados.
     Ao  mesmo tempo, devemos  proteger  fortemente o comércio e a  indústria, sobretudo a  especulação, a  indústria  multiplicaria os capitais privados e  melhoraria a  agricultura, libertando a  terra  das  dívidas  criadas pelos  bancos  rurais. É necessário que a indústria  tire  à  terra  o  fruto  do  trabalho, como o do capital, que nos  dê, pela especulação, o dinheiro de todo o mundo lançados, assim, às fileiras dos proletários, todos os cristãos se  inclinarão diante de nós para terem ao  menos o direito  de  viver.
     Para  arruinar  a  indústria dos cristãos, desenvolveremos a  especulação e o gosto do luxo, desse luxo  que tudo devora . Faremos subir os salários que, entretanto, não trarão proveito aos operários, porque faremos ao mesmo tempo, o encarecimento dos gêneros de primeira   necessidade, devido, como  apregoaremos, à decadência  da  agricultura  e  da   pecuária; demais, habilmente e  profundamente  subverteremos  as  fontes da  produção, habituando os operários à anarquia e às bebidas alcoólicas, recorrendo a  todas as medidas possíveis para afastar da terra os cristãos inteligentes.
     Para  impedir  que  essa  situação seja  vista  prematuramente  sob  seu  verdadeiro aspecto, marcaremos nossos verdadeiros desígnios com o pretenso desejo de servir às classes  trabalhadoras  e  de  propagar  os grandes  princípios econômicos que  atualmente  ensinamos.

CAPÍTULO VII - Resumo  - Por que é  preciso aumentar os  armamentos. Fermentações, discórdias e ódios no mundo inteiro. Coação da oposição dos cristãos pelas guerras e pela guerra geral. O  segredo é o penhor do êxito na política.     A  imprensa  e  a  opinião. Os canhões americanos, japoneses e chineses.

     O  aumento dos armamentos e do pessoal  da  polícia  é  um  complemento imprescindível do  plano que estamos expondo. É preciso que não haja mais, em todos os Estados, além   de nós, senão as massas de proletários, alguns  milionários que  nos  sejam  dedicados, policiais  e  soldados.
     Em  toda a  Europa, bem como nos outros continentes, devemos suscitar agitações, discórdias e ódios. O proveito é duplo. Dum  lado  manteremos  assim, em  respeito todos os países, que saberão  que  poderemos, à nossa  vontade, provocar  a desordem ou  restabelecer a ordem; todos esses países se habituarão, pois, a nos considerar como um fardo necessário. Do outro, nossas intrigas embrulharão todos os fios que estenderemos nos gabinetes governamentais por meio da política, dos contratos econômicos e dos compromissos financeiros. Para atingir  nosso fim, precisaremos dar  prova de grande astúcia  no decurso dos entendimentos e negociações; mas  no que se chama "a linguagem oficial", seguiremos  uma tática oposta     ,parecendo honestos e conciliadores. De tal modo os povos e os governos cristãos  que acostumamos a olhar somente a  face do que lhes apresentamos mais  uma vez  nos tomarão como benfeitores e salvadores da humanidade.
     A qualquer oposição, deveremos estar em condições de fazer declarar guerra pelos vizinhos da nação que ousar criar-nos embaraços; e, se esses próprios vizinhos se lembrarem de se aliar contra nós, devemos repeli-los por meio duma guerra geral.
     O     mais seguro caminho do êxito em política é o segredo de todas as empresas: a palavra do diplomata não deve concordar com seus atos.
     Devemos obrigar os governos  cristãos a obter de acordo com  este plano, que amplamente concebemos e que  já  está  chegando à sua  meta. A opinião pública que o "grande poder, a imprensa, secretamente  já   pôs em  nossas  mãos. Com efeito, com   poucas exceções, que não têm importância, a  imprensa está toda em nossa dependência. Em uma palavra, para resumir  nosso sistema de coação dos governos cristãos da Europa, faremos ver a  nossa  força  por  meio de atentados, isto é, pelo terror: a  todos, se  todos se  revoltarem contra nós, responderemos com os canhões americanos, chineses e japoneses.

CAPÍTULO VIII - Resumo  - Uso equívoco do direito teórico. Os colaboradores do regime franco-maçon.. Escolas particulares e educação superior inteiramente particular. Economistas e milionários . A quem se deve confiar os postos de responsabilidade no governo.

   DEVEMOS apropriar-nos de todos os instrumentos que os nossos adversários possam empregar contra nós. Devemos buscar  nas sutilezas e delicadezas da  língua jurídica uma justificação para o caso em que tenhamos de  pronunciar sentenças que  possam  parecer  muito  ousadas e  injustas, porque é  mister  exprimir  essas sentenças em  termos que tenham a aparência de ser  máximas  morais  muito  elevadas, conservando  seu caráter  legal. Nosso regime deve rodear-se de todas as forças da civilização, no meio das quais deverá obrar. Rodear-se-á  de  publicistas, juris  consultos experientes, administradores, diplomatas, enfim   homens preparados po r uma   educação superior especial em  escolas especiais. Esses homens conhecerão  todos os segredos da  existência  social, todas as linguagens formadas  de  letras ou  de termos políticos, todos os bastidores da  natureza  humana, todas as cordas sensíveis que deverão saber  tocar, Essas cordas são o feitio do espírito dos cristãos, suas tendências, seus defeitos, seus  vícios e  suas qualidades, suas particularidades de  classe  ou  de condição. Fica bem entendido que esses colaboradores de gênio do nosso governo não serão tomados entre os cristãos, habituados a fazer  seu  trabalho administrativo sem  cuidar de sua  utilidade. Os administradores cristãos assinam  papéis  sem  ler; serem  por  interesse ou por ambição.
     Rodearemos nosso governo por uma   multidão de  economistas. Eis por que as ciências econômicas são as mais importantes a serem  ensinadas aos judeus. Rodear-nos-emos duma  plêiade de banqueiros, industriais, capitalistas, e sobretudo, milionários, porque, em  suma  tudo será  decidido  pelas  cifras.
     Durante certo tempo até o momento em que nãos houver mais perigo em confiar os postos de responsabilidade de  nossos Estados a nossos irmãos judeus confiá-los-emos a indivíduos cujo caráter  seja   tal que  haja  um  abismo  entre  eles  e  o  povo, a  homens tais que, em caso de desobediência  às  nossas ordens, não lhes resta outra coisa a esperar senão a condenação ou exílio, a fim de que defendam nossos interesses até o derradeiro alento.

CAPÍTULO IX - Resumo- Aplicação dos princípios maçônicos para refazer a educação dos povos. A  palavra de ordem franco-maçonica. Importância do anti-judaísmo. A  Ditadura da franco-maçonaria. o terror. Aqueles que servem à franco-maçonaria. A  força "inteligente  a  força cega" dos reinos cristãos. Comunhão do poder com o povo. A  arbitrariedade liberal. Usurpação da instrução e da educação. Interpretação das leis. Os metropolitanos.

     NA aplicação de nossos princípios, prestais atenção ao caráter do povo no meio do qual   vos encontrardes e obrardes; uma aplicação geral e uniforme desses princípios, antes de refazermos a educação do povo, não logrará  êxito. Mas, aplicando-os prudentemente, vereis que se não passarão dez  anos para  se  transformar  o caráter  mais obstinado e para que contemos  mais  um  povo  em   nossa dependência.
              Destruímos todos os governos, exceto o nosso, embora  haja  ainda  muitos governos de direito. Nos dias que correm, se alguns Estados levantam   protestos contra nós, fazem-no pró-forma e por nossa ordem,  nossos entendimentos. legais que é conveniente denominar com um  termo  forte e enérgico: a ditadura. Posso afirmar conscientemente que somos atualmente legisladores; pronunciamos as sentenças da justiça, condenamos à morte e perdoamos; estamos como chefe de nossas tropas montados no cavalo do general  comandante. Governaremos com mão firme, porque nos apoderamos dos restos dum  partido outrora forte e  hoje submetido pôr  nós. Temos nas   mãos ambições desmedidas muita  avidez ardente, vinganças sem piedade, ódios e rancores.
     De nós promana o terror que tudo invade. Temos a   nosso serviço homens de todas as opiniões, de todas atrelamos  o                                                                                                                                                                                                          mundo inteiro ao nosso carro: cada qual  mina de seu  lado os derradeiros restos do poder, esforçando-se por derrubar  tudo o que ainda se  mantém de pé. Todos os Estados sofrem com essas perturbações, pedem calma e estão dispostos a  tudo a sacrificar  pela  paz; mas  nós não lhe daremos a paz, enquanto não reconhecerem  nosso Governo Supremo, abertamente e  humildemente.
     O  povo se  pôs a gritar  que é necessário resolver a questão social  por   meio de  um  acordo internacional. A  divisão do povo em   partidos  pôs  todos esses   partidos à nossa disposição, porque para sustentar sua luta de emulação é preciso dinheiro e  nós é que  temos todo o dinheiro. A  força cega do povo, mas tomamos todas as medidas possíveis contra  essa  eventualidade; entre  essas duas forças, erguemos a parede do medo recíproco. Deste  modo, a força cega do povo é o nosso apoio e seremos os únicos a guiá-la,   saberemos dirigi-la com  segurança  para  os  nossos  fins.                                                                                                 
     A  fim de que a  mão do cego  não  possa  repelir  a  nossa  direção, devemos estar  de  tempos em  tempos em comunicações direta com ele, senão  pessoalmente, pelo  menos  por   meio de nossos mais  fiéis  irmãos. Quando  formos um   poder  reconhecido, conversaremos  nós  mesmos com  o  povo  nas  praças  públicas  e  o instruiremos sobre as questões  políticas, no sentido que julgarmos necessário.
     Como verificar o que  lhe for ensinado  nas escolas de aldeia? O que disser o enviado do governo ou a própria  pessoa   reinante  não  poderá  deixar  de  ser  logo  conhecido  em todo o  Estado, porque será depressa  espalhado  pela  voz  do  povo. Para  não destruir  prematuramente  as  instituições  dos  CRISTAOS  temos  tocado  nelas com  habilidade, tomando em   nossas  mãos  as  molas  de  seu   mecanismo   molas estavam dispostas numa ordem severa, mas justa; substituímo-la  pela  arbitrariedade  desordenada. Tocamos na  jurisdição, nas eleições, na  imprensa, na  liberdade  individual, e sobretudo, na  instrução e na  educação  que são as pedras angulares da  existência  livre.
     Mistificamos, embrutecemos e corrompemos a  mocidade cristã  por   meio  duma   educação  fundada  em princípios e  teorias que sabemos   falsos e  que são  inspirados  por    nós.
     Por  cima  das  leis  existentes, sem   mudá-las  de   modo  especial,  porém   somente as desfigurando  por interpretações contraditórias, obtivemos  resultados  prodigiosos. Esses  resultados  manifestaram-se  ao princípio em comentários que   mascararam  as  leis  e, em   seguida,    as  esconderam   completamente dos  olhos  dos  governos  incapazes de se orientarem   numa  legislação  embrulhada.
     Daí  a  teoria  do  tribunal  da  consciência. Dizeis que se rebelarão de armas em punho contra  nós, se, antes  d e  tempo, ou tarde, se aperceberem  da   manobra, mas  nós, nesse  caso,  nos  países  ocidentais, lançaremos    mão duma   manobra  tão  terrível  que  as  almas   mais  corajosas  tremerão: os metropolitanos  já estarão construídos em  todas  as capitais e  fá-lo-emos ir  pelos  ares  com   todas as organizações e documentos de todos os Estados.
                         
CAPÍTULO X   -  Resumo - A força das coisas na    política. A "genialidade da baixeza".O que  promete  o golpe de Estado franco-maçônico. O  sufrágio Universal. A  estima  de  si  mesmo. Os chefes do s   franco-maçons. O  guia genial da  franco-maçonaria. As  instituições e suas  funções. O veneno do  liberalismo. A constituição é a escola das discórdias de  parti-      dos. A era republicana. Os presidentes são criaturas da  franco maçonaria. Representantes dos presidentes. O "Panamá". O papel da Câmara dos Deputados e  do Presidente. A franco-maçonaria é a força  legislativa. A   nova constituição republicana. Passagem  para  a "autocracia"franco-maçonica. Momentos da  proclamação do "rei universal". Inoculação  de  doenças   e outros malefícios da   franco-maçonaria.

     COME ÇO    agora   repetindo o  que  já  disse  e   peço-vos que  vos lembreis  que  os  governos  e  povos somente vêem a aparência das causas. E  como  poderiam  deslindar  seu  sentido  íntimo, em  se  divertir? Importa  muito  para   nossa  política  conhecer  esse  pormenor: se   nos  à  de  grande  auxilio,. quando passarmos à discussão da imprensa, de consciência, do direito de associação da igualdade  em   face  da  lei,  da  inviolabilidade  da  propriedade, a   habitação, o imposto, da   força  retroativa  da  leis. Todas  essas  questões são  de  tal   natureza  que  nunca  se deve tocar  nelas direita e claramente diante  do  povo. No   caso em que  for   necessário abordá-las, é preciso não as enumerar, porém declarar em  bloco que os princípios do direito  moderno serão reconhecidos por  nós. A importância  dessa  reticência  consiste  no seguinte: um  princípio não especificado deixa-nos a  liberdade de excluir  isto ou aquilo, sem que dêem  pela coisa enquanto  que, enumerando, temos de aceitar o que for enumerado sem reserva.
     O povo tem um amor especial e uma grande estima pelos gênios políticos e  responde a todos atos de violência com  as palavras "É um canalha,bem canalha, mas que habilidade!... Foi  uma  esperteza, mas bem feita, e como é   insolente!".
     Contamos atrair  todas as nações para a construção dum  novo  edifício  fundamental, cujo plano traçamos. Eis porque precisamos, antes de tudo, fazer provisão de audácia e presença de espírito, qualidades que, na pessoa de nossos atores, destruirão todos os obstáculos que se anteponham em nosso caminho. Quando tivermos dado o nosso golpe de Estado, diremos aos povos: "Tudo ia  horrivelmente  mal, todos sofreram  mais do que aquilo que se pode suportar. Destruímos as causas de vossos tormentos, as nacionalidades, as  fronteiras, as diversidade de moedas. Sem  dúvida. tendes a liberdade de nos jurar obediência, mas podereis fazê-lo com justiça antes de experimentardes o que vos damos?... Então, eles nos exaltarão e carregarão em  triunfo com um  entusiasmo unânime de esperanças. O sufrágio universal que criamos para ser o instrumento de  nossa  elevação  e ao qual habituamos as mais íntimas unidades de todos os membros da humanidade pelas reuniões de  grupos e pelos conchavos, desempenhará  pela  última  vez  seu  papel  para  exprimir  o unânime desejo da humanidade  em  nos conhecer  de  mais  perto antes de nos julgar.
     Para  isso, precisamos  levar  toda  a  gente ao sufrágio universal, sem  distinção de classe e de censo eleitoral, a fim de estabelecer o despotismo da   maioria que se não pode obter das classes censitárias inteligentes. Tendo, assim, habituado toda a gente à idéia de seu próprio valor, destruiremos a importância da  família  cristã   e  seu valor  educativo, deixaremos que se produzam   individualidades que a multidão, guiada por  nós, não permitirá que se  faça  notar, nem  mesmo que fale: estará acostumada  a  ouvir somente  a  nós, que lhe pagamos sua obediência e  sua  atenção. Desta sorte, faremos do povo uma  força tão  cega  que, em toda  a  parte, só  se  poderá  mover  guiada  pelos  nossos agentes, postos em lugar de seus chefes naturais. Submeter-se-à  a  esse  regime, porque saberá que desses  novos chefes dependerão seus ganhos, os dons gratuitos e  toda a espécie de bens.
     Um  plano de governo deve sair  pronto duma  única  cabeça, porque seria incoerente, se diversos espíritos tomassem  a   s i   a   tarefa de estabelecê-lo. Por isso devemos conhecer  um  plano de  ação, mas  não discuti-lo, a fim de não quebrar seu caráter genial, a  ligação  entre suas várias partes, a força  prática  e  a  significação secreta de cada um de seus pontos. Se o sufrágio universal o discutir e  modificar, guardará o vestígio de todas as  falsas concepções dos espíritos que não terão penetrado a profundeza e ligação dos desígnios. É necessário que nossos planos sejam  fortes e bem concebidos .   Por  essa razão, não devemos lançar o trabalho genial de nosso chefe aos pés da  multidão nem   mesmo desvendá-lo a  um  agrupamento restrito.
     Esses planos não derrubarão no momento as instituições modernas. Mudarão somente a sua  economia  e, por conseguinte, todo o seu  desenvolvimento, que, assim, se orientarão de acordo com  nossos  projetos.
     As  mesmas coisas mais ou  menos existem em todos os países com nomes diferentes: a Representação, os Ministérios, o Senado, o Conselho de Estado, o corpo Legislativo e o Corpo Executivo. Não preciso explicar-vos o mecanismo das relações entre instituições porque o conheceis bastante; notai  somente a  alguma função importante do Estado e peço-vos notar ainda que é a função e não a instituição em si que considero importante; portanto, não são as instituições que são importantes , porém suas funções. As instituições dividiram   entre si   todas as  funções do governo: funções administrativas, legislativa, executiva. Por isso, elas trabalham no organismo do estado como os órgãos no corpo humano. Se  prejudicarmos uma parte da máquina do Estado, o Estado ficará doente, como o corpo humano morrerá.
     Quando introduzimos no organismo do estado o veneno do liberalismo, toda a sua constituição política foi muda- da: os Estados caíram doentes com uma doença  mortal:  a  decomposição do sangue; não resta mais do que esperar o fim de sua agonia.
, como  bem o sabeis, não é mais do que uma escola de discórdias, de agitações estéreis dos partidos; em uma palavra, é a escola de tudo o que faz com que um Estado perca sua individualidade e sua personalidade. A tribuna, assim como a  imprensa, condenou os governos à  inação e à fraqueza; tornou-os pouco necessários inúteis; é isso que explica que sejam derrubados. A  era  republicana  se  tornou, então possível, quando substituímos o governante por uma caricatura de governo, por um presidente  tomado na multidão, no meio de nossas criaturas, de nossos escravos. Aí  está o fundo da mina que cavamos Do liberalismo  nasceram os governos constitucionais, que substituíram, para os cristãos, a autocracia salutar, e a constituição sob o povo dos cristãos, ou   melhor, sob os povos cristãos.
     Em   futuro próximo, criaremos a   responsabilidade  dos   presidentes, então, faremos passar sem grande esforço coisas, cuja  responsabilidade  caber  à  nossa  criatura. Que  nos importa que as  fileiras daqueles que produzam, por   falta de presidentes capazes, embaraços que   desorganizem   completamente o país?
     Para chegar a esse   resultado, maquinaremos a eleição de presidentes que tenham  em  seu  passado  uma tara  oculta, algum "panamá". O receio de  revelações, o desejo  próprio a  cada  homem  que chega ao  poder de conservar  seus  privilégios, vantagens e honras ligadas à sua condição, farão com que sejam   fiéis executores de  nossas ordens. A Câmara  dos deputados cobrirá  defenderá, elegerá  presidentes, porém  nós lhe  retiraremos o direito de  propor leis, de   modificá-las; esse direito será atribuído ao presidente responsável, que se tornará  mero joguete em nossas mãos.
     O poder do governo se tornará, sem dúvida, o alvo de todos os ataques. Nós lhe daremos para sua defesa o direito de apelo à decisão do povo, sim  por  intermédio  de  seus  representantes, isto é, recorrendo a  nosso servidor  cego, a maioria. Daremos, além  disso, ao  presidente, o direito de declarar  guerra. Fundamentalmente este último direito, dizendo que o presidente, como chefe das forças armadas do país, deve ter ao seu dispor, para defender a nova constituição republicana, todas elas, pois será o representante  responsável  dessa constituição.
     Nessas condições, o chefe do santuário estará em    nossas mãos e ninguém, exceto nós, dirigirá   mais  a força legislativa.
     Demais retiraremos à câmara, introduzindo na    nova constituição republicana, o direito de interpretação sob o pretexto de salvaguardar o segredo político. Restringiremos pela nova constituição o número dos representantes ao mínimo, o que terá por efeito diminuir tanto as paixões políticas quanto a paixão pela  política. Se, contra toda expectativa, elas despertarem  mesmo nesse pequeno número dos representantes reduzílo-emos a nada, apelando para a maioria do povo...
     Do presidente dependerá  a  nomeação dos presidentes e  vice-presidente da Câmara e do Senado. Em lugar das sessões  parlamentares constantes, limitaremos a reunião do Parlamento a  alguns  meses. Além disso, o presidente, como chefe do poder executivo, terá o direito de convocar ou dissolver o parlamento, e, no caso de dissolução de adiar  a  nova convocação. Mas para que as conseqüências de todos  esses  atos, na   realidade ilegais, não  recaiam  sobre a responsabilidade do presidente, estabelecida  pôr  nós, o que  prejudicaria  nossos  planos, sugerimos aos  ministros e  aos outros funcionários que rodeiem o presidente a idéia  de passar  pôr  cima  de  suas disposições com  as   medidas que eles próprios tomem; deste  modo, ficarão responsáveis em  seu lugar... Aconselhamos confiar  esse  papel  sobretudo ao senado, ao Conselho de Estado, ao Conselho de Ministros, de  preferência  a  um  indivíduo  só.
     O  presidente interpretará, dócil  ao  nosso desejo as leis existentes, que possam ser interpretadas diretamente; anu-las-à, quando lhe apontarmos  essa  necessidade; terá o direito de propor  leis  provisórias  e até  nova  reforma  da  constituição, com o pretexto do supremo bem  do  Estado.
     Essas  medidas  nos darão o meio de destruir  pouco a  pouco, passo a  passo, tudo o que, a  princípio, quando de  nossa  tomada do poder, formos forçados a  introduzir nas  constituições dos Estados; passaremos daí, imperceptivelmente  supressão de toda a constituição,. quando chegar a hora de reunir todos os governos sob a nossa autocracia.
     O  reconhecimento de  nossa  autocracia  pode ocorrer antes da supressão da constituição, se  os  povos fatigados  pelas  desordens e pela frivolidade de seus governantes exclamarem: "Expulsai-os e dai-nos um   rei universal  que  nos  possa  reunir e destruir as causas de nossas discórdias: as  fronteiras  das  nações, as religiões, os cálculos dos Estados; um  rei  que  nos  dê  a  paz  e  o repouso que não podemos obter com nossos  governantes e  representantes!"
     Vós  mesmo sabeis  muito bem que, para  tornar  possíveis tais desejos, é preciso perturbar constantemente, em  todos os países, as relações entre o povo e o governo, a fim de cansar  todos pela  desunião, pela inimizade, pelo ódio, mesmo pelo  martírio, pela   fome, pela  inoculação de doenças, pela   miséria, a  fim  de  que os cristãos não vejam outra  salvação senão recorrer à nossa plena e definitiva soberania.
     Se dermos aos povos tempo para  respirar, talvez   jamais  se  apresente  a  ocasião  favorável.

CAPÍTULO XI  - Resumo - O programa da nova constituição. Alguns  pormenores sobre o golpe  de  Estado  proposto.   Os cristãos são carneiros. A Franco-maçonaria secreta e suas lojas de "fachada".

     O  conselho de Estado será  proposto  a  sublinhar o  poder do governo; sob a aparência dum corpo legislativo, será, na  realidade, uma  comissão de  redação das leis e  decretos do  governante.
     Eis aqui o programa da nova constituição que elaboramos. Criamos a lei, o direito e o tribunal:
1) sob a forma de propostas ao corpo legislativo;
2) pôr decretos do presidente sob a forma de ordens gerais, pôr atos do Senado e decisões do Conselho de Estado, sob a forma de ordenas ministeriais;
3) no caso em que seja julgado oportuno, sob a forma de golpe de Estado. Agora que, aproximadamente, estabelecemos esse modus agendi, ocupemo-nos das medidas que nos servirão para rematar a transformação do Estado no sentido que já expusemos. Refiro-me à liberdade de imprensa, ao direito de associação, à liberdade de consciência, ao princípio eletivo e a  muitas outras coisas que deverão desaparecer do repertório humano ou serem radicalmente mudadas, quando for proclamada a nova constituição. Somente nesse momento ser-nos-à possível publicar ao  mesmo tempo todas as nossas ordens. Em  seguida toda mudança sensível será  perigosa  e  eis porque: se essa  mudança  se  operar  num  sentido de rigorosa severidade, pode desencadear o desespero provocado pelo receio de novas modificações do mesmo teor; se, pelo contrário, se operar  no sentido de complacência ulteriores, dirse-à  que  reconhecemos nossos erros e isto empanará a auréola de infalibilidade do novo poder ou dirão que tivemos  medo e   formos obrigados a concessões que ninguém nos agradecerá, porque as julgarão devidas. Num e noutro caso, ficaria prejudicado o prestígio da nova constituição. Queremos que, no próprio dia de sua  proclamação, quando os povos estiverem estupefatos com o golpe de Estado que acabar de efetuar-se, quando ainda estiverem   mergulhados no terror e  na  perplexidade, queremos que, nesse  momento, reconheçam que somos tão fortes, tão invulneráveis, tão poderosos que não fazemos o menor caso deles; que, somente não daremos atenção às suas opiniões e aos seus desejos, mas estamos prontos e preparados com  indiscutível autoridade, para  reprimir  qualquer expressão, qualquer manifestação desses desejos e opiniões; que nos apoderamos de uma só vez de tudo o que precisamos e que, em caso algum, partilharemos com eles nosso poder.Então, fecharão os olhos e esperarão os acontecimentos .
     Os cristãos sãos um  rebanho de carneiros e  nós somos os lobos! E  bem  sabeis o que acontece aos carneiros quando os lobos penetram no redil !
     Fecharão ainda os olhos sobre tudo o mais, porque nós lhes prometeremos restituir  todas as liberdades confiscadas, quando se  aquietarem os  inimigos da  paz e os  partidos forem  reduzidos à  importância.
     É  inútil  dizer que esperarão muito tempo esse recurso ao  passado...
     Para que teríamos inventado e inspirado aos cristãos toda essa política, sem   lhes dar os  meios de  penetrá-la, para que, senão para alcançar o que  nossa  raça quer alcançar secretamente por não poder, como raça dispersa, alcançar diretamente? Isso serviu de base à  nossa organização da  franco-maçonaria  secreta, que ninguém conhece e cujos desígnios não são sequer suspeitados pelos tolos cristãos, atraídos por nós ao exército visível das lojas, a fim de desviar os olhares de seus próprios irmãos.
     Deus nos deu, a nós, seu povo eleito, a  dispersão e, nessa  fraqueza  de  nossa  raça  se  encontra  a  força que nos trouxe hoje ao limiar do domínio universal.
     Resta-nos pouca coisa a edificar sobre esses alicerces.

CAPÍTULO XII - Resumo  - Interpretação maçônica da palavra "liberdade". Futuro da imprensa no  reino dos franco-maçons. O controle da imprensa. As agências de correspondentes. Que é o progresso para os franco-maçons?  A solidariedade dos franco-maçons na  imprensa   moderna. Excitação das exigências "sociais"províncias. Infalibilidade do novo regime.

     DEFINIREMOS  da seguinte maneira a palavra "liberdade", que pode ser interpretada de vários modos:
     A  liberdade é o direito de fazer o que a  lei permite. Tal  interpretação da  palavra  nos tempos que vão vir fará com que toda liberdade  esteja  em  nossas  mãos, porque  as  leis destruirão ou criarão o que nos for agradável, segundo o programa que já expusemos.
     Com a   imprensa, agiremos, do seguinte  modo. Que  papel desempenha agora a  imprensa? Serve  para acender  as   paixões ou conservar o  egoísmo dos partidos. Ela é vã, injusta, mentirosa e  a maioria .das pessoas  não compreende absolutamente para que serve. Nós lhes poremos sela e  fortes  rédeas, fazendo o mesmo com todas as obras imprensas, porque de que serviria  nos desembaralharmos da imprensa, se servíssemos de alvo à brochura e ao livro? Transformaremos a  publicidade, que  hoje nos custa caro, porque nos permite censurar os jornais, em uma  fonte de renda para nosso Estado. Criaremos um  imposto especial sobre a imprensa. Exigiremos um  caução, quando se  fundarem  jornais  ou  oficinas de impressão. Assim, nosso governo ficará garantido contra qualquer ataque da  imprensa. Oportunamente, aplicaremos  multas  sem  piedade. Selos, cauções e  multas darão enorme renda ao Estado.
     É verdade que os jornais de  partido poderiam ficar acima dos prejuízos em  dinheiro ; mas os  suprimentos logo ao segundo ataque. Ninguém tocará  impunemente a  auréola de nossa  infalibilidade governamental. Pretextaremos, para suprimir  um  jornal, que ele agita os espíritos sem   motivo ou  sem  razão. Peço-vos  notar que, entre os jornais que  nos atacarão somente os pontos, cuja   modificação  nós desejarmos.
     Nada serão comunicado  à  sociedade sem  nosso controle. Este resultado já   foi  alcançado em   nossos dias, porque todas as  notícias são  recebidas por diversas agências, que as centralizam de toda a parte do mundo. Essas agências estarão, então inteiramente em  nossas  mãos, só publicarão o que consentirmos.
     Se, no momento atual, já  soubermos apoderar-nos dos espíritos das sociedades cristãs de tal   modo que todos olham os acontecimentos mundiais através dos vidros de cor dos óculos que lhes pusemos aos olhos, se já, em   nenhum Estado, não há  mais  fechaduras que  nos  impeça  o  acesso de que os cristãos tolamente denominam  segredos do Estado, que será quando formos os donos reconhecidos do  universo sob o domínio de  nosso  rei  universal?
     Quem quer que deseje ser editor, bibliotecário ou  impressor, será obrigado a obter um diploma, o qual, no caso de seu  possuidor se  tornar culpado dum   malefício qualquer, será imediatamente confiscado. Com   tais medidas, o   instrumento do pensamento se  tornará  um meio de educação nas mãos de nosso governo, o qual não permitirá mais  às  massas  populares divagarem sobre os benefícios do progresso. Quem é que, entre nós, não sabe que esses benefícios ilusórios levam diretamente a sonhos absurdos. Desses sonhos se originaram as relações anárquicas dos homens entre si e com o poder, porque o progresso, ou  melhor, a  idéia do progresso  foi que deu a idéia de  todas as emancipações, sem  fixar seus limites... todos aqueles que chamamos liberais são anarquistas, senão de  fato, pelo  menos de  pensamento. Cada  qual  deles busca  as ilusões da liberdade e cai  na anarquia, protestando pelo simples prazer de protestar..
     Voltemos a   impressa. Nós a gravaremos, como tudo quanto se  imprima, com  impostos em  selo a tanto  por folha ou pagina, e com  garantias; os volumes de  menos de 30  paginas serão  tributados com o  dobro. Registrá-los-emos na categoria  das brochuras, primeiro para  reduzir  o  número de revistas, que são o pior dos venenos, segundo  porque  essa  medida obrigará os escritores a  produzir  obras muito longas, que serão pouco lidas, sobretudo por causa de seu custo. Pelo contrário, o que  nó s mesmos editarmos  para  muitos espíritos, na  tendência que tivermos estabelecido, será barato e lido por toda a gente. O  imposto  matará o vão desejo de escrever e o temor da  punição porá os  literatos na  nossa  dependência.
     Se  houver quem  deseja escrever contra nós, não haverá ninguém que imprima. Antes de aceitar  uma  obra para imprimir, o  editor ou  impressor consultará as autoridades  a fim  de  obter  a  necessária  autorização. Deste modo, conhecer-mos de antemão as emboscadas que  nos armem e  as  destruiremos, dando explicações com antecedência sobre o assunto tratado.
     A  literatura  e o jornalismo são as duas forças educativas  mais  importantes; por isso, nosso  governo será o proprietário da maioria dos jornais. Assim, a influência  perniciosa  da  imprensa  particular será   neutralizada e adquiriremos enorme influência sobre os espíritos. Se  autorizarmos dez   jornais, fundaremos logo trinta, e assim   por  diante.
     O  público nem desconfiará disso. Todos os jornais editados por  nós terão, aparentemente, tendências  e opiniões as  mais  opostas, o que despertará a confiança  neles e atrairá a eles nossos adversários confiante, que cairão na armadilha   e  se  tornarão inofensivos
     Os órgãos de caráter oficial virão em   primeiro  plano. Valerão sempre pelos nossos interesses e  por  isso sua influência será quase  nula.
     No segundo plano, poremos a  pretensa oposição. Um órgão pelo  menos deve ser o antípoda de nossas idéias. Nossos adversários tomarão esse  falso opositor como seu aliado e  nos  mostrarão seu jogo.
     Nossos jornais serão de todas as tendências; uns aristocráticos; outros republicanos, revolucionários ou mesmo anarquistas, enquanto existir a constituição, bem entendido.
     Terão, como o deus indú Vichnú, cem  mãos, cada uma das quais acelerará a mudança da sociedade; essas mãos conduzirão a opinião no sentido conveniente aos nossos fins, porque um  homem   muito agitado perde a faculdade de raciocinar e facilmente se abandona à sugestão. Os imbecis que pensarem que repetem a opinião de seu partido repetirão nossa opinião ou a que nos convier. Imaginarão que seguem o órgão de seu partido e seguirão  na  realidade, a bandeira que arvorarmos por ele.
     Para dirigir  nesse  rumo nosso exército de  jornalistas, deveremos organizar essa obra com cuidado muito especial. Sob o nome de escritório central de  imprensa, organizaremos reuniões literárias, nas  quais  nossos agentes darão, sem que ninguém  desconfie, a  palavra  de ordem  e  os  sinais. Discutindo e contradizendo nossa  iniciativa de modo superficial, sem   penetrar  no âmago das questões, nossos órgãos entreterão vaga polêmica com os jornais oficiais, a  fim de nos dar os meios de nos pronunciarmos  mais claramente do que o poderíamos fazer nas nossas primeiras declarações oficiais.
     Esses ataques desempenharão ainda o  papel  de  fazer com que nossos súditos se  julguem  garantidos  de falar livremente; isso dará, demais a nossos agentes  motivos para dizerem  e  afirmarem que os órgãos que  se declaram contra  nós nada  mais  fazem do que  falar á  toda, pois que não podem achar   verdadeiras  razões para  refutar  seriamente  nossas  medidas.
     Tais processos, despercebidos da opinião pública, porém  seguros, certamente atrairão para nós a atenção e a confiança pública.Graças a eles, excitaremos e  acalmaremos, conforme  for  preciso, os espíritos, nas questões políticas, persuadindo-os ou desanimando-os, imprimindo ora a verdade, ora a mentira, confirmando os fatos ou os contestando, segundo a impressão que fizerem no público, apalpando sempre prudentemente o terreno antes de dar um passo... Venceremos infalivelmente nossos adversários, porque eles não terão à sua disposição órgãos em que se  possam  pronunciar  até  o fim, devido às medidas a que já  aludimos. Não teremos necessidade de refutá-los profundamente...
     Refutaremos energicamente em  nossos órgãos oficiosos os balões de ensaio lançados por  nós na terceira categoria de nossa imprensa, em  caso de  necessidade.
     Já  agora, nas formas do jornalismo francês, pelo menos existe uma solidariedade franco-maçônica. Todos os órgãos da imprensa estão ligados entre si  pelo segredo profissional; semelhantes aos antigos áugures, nenhum de seus membros revelará o segredo de suas informações, se  não  receber  ordem  para  isso. Nenhum jornalista  ousará  trair esse segredo, porque  nenhum deles será admitido na órbita da literatura, se tiver uma mancha em seu  passado: essa  mancha  seria  imediatamente  revelada. Enquanto tais  manchas  forem conhecidas somente por alguns, a auréola do jornalista atrairá a opinião da  maioria do país e ele será seguido com entusiasmo.
     Nossos cálculos se  estendem sobretudo para a província. É  necessário que nela excitemos esperanças e aspirações opostas às da capital que faremos passar com  espontâneas. É  claro que a fonte será sempre a mesma; elas partirão de nós. Enquanto, não desfrutamos o poder de modo completo, teremos, às vezes, necessidade de envolver as capitais pelas opiniões da  maioria   manobrada  por  nossos  agentes. É necessário que as capitanias, nos momentos psicológicos, não discutam o fato consumado, por isso que já foi aceito pela opinião provincial.
     Quando entrarmos no novo regime que  preparará  nosso  reinado, não poderemos tolerar  a  revelação  da desonestidade  pública  pela  imprensa, será  necessário  que se creia que o novo regime satisfaz  tão bem toda a  gente que os próprios crimes desapareceram... Os casos de manifestação da criminalidade não deverão ser conhecidos de suas vítimas e de suas testemunhas acidentais.

CAPÍTULO XIII  - RESUMO  - A necessidade do pão quotidiano. As questões políticas. As questões industriais . As diversões. As casas do povo.        A verdade é uma só. Os grandes problemas.      

     A necessidade do pão quotidiano impõe silêncio aos cristãos e faz deles nossos humildes servidores. Os agentes tomados entre  eles para a nossa imprensa discutirão por nossa ordem o que nos convier  fazer imprimir diretamente em documentos oficiais, e nós mesmos, durante esse tempo, aproveitando o rumor provocado por essas discussões, tomaremos as medidas que nos parecerem úteis e as apresentaremos ao público como fato consumado. Ninguém terá a audácia de reclamar a anulação do que tiver sido decidido, tanto mais quanto será apresentado como um  progresso.          A  imprensa, aliás, chamará  logo a atenção para novas questões. Temos, como sabeis, homens acostumados a procurar sempre novidades.           Alguns imbecis, acreditando-se instrumentos da sorte, se lançarão sobre essas novas questões, sem compreender que nada entendem do que querem discutir. As questões da política não são acessíveis a ninguém, exceto àqueles que as criaram. Há  muitos séculos, e que a dirigem.
     Por  tudo isso, vereis que, procurando a opinião da multidão, não fazemos mais do que facilitar a realização de nossos desígnios, e podeis notar que parecemos buscar a aprovação, não de nossos atos, mas de nossas palavras, pronunciadas nesta ou naquela ocasião. Proclamamos constantemente que, em todas as nossas medidas, tomamos por guia a esperança unida à certeza de ser úteis ao bem de todos.
     Para afastar os homens muito inquietos das questões políticas, poremos antes das pretensas questões novas as questões industriais. Que gastem sua fúria nesse assunto. As massas consentirão em ficar inativas, a repousar de sua pretensa atividade política ( a que nós mesmos as habituamos, a fim de lutar por seu intermédio contra os governos dos cristãos, com a condição de  ter  novas ocupações; nós lhes inculcaremos mais ou  menos a mesma direção política. A fim de que nada consigam  pela  reflexão, nós as desviaremos pelos jogos, pelas diversões, pelas paixões, pelas casas do povo...Em breve, proporemos pela imprensa concursos de arte, de esporte, de toda a espécie: esses interesses alongarão definitivamente os espíritos das questões em que teríamos de lutar com  eles. Desabituando-se os  homens cada  vez mais de  pensar  por  si, acabarão por falar  unanimemente  de nossas idéias, porque seremos os únicos que proporemos novos rumos ao pensamento... por intermédio de pessoas que se  não suspeite sejam solidários conosco.
     O  papel dos utopistas liberais estará definitivamente encerrado, quando nosso regime for reconhecido. Até lá nos prestarão grande serviço.           Por isso, impeliremos os espíritos a  inventar toda a espécie de teorias fantásticas, modernas e  pretensa mente progressistas; porque teremos virado a cabeça a  esses  cristãos imbecis, complexo  êxito, por meio dessa palavra  progresso, não havendo uma só  mentalidade entre eles que veja que, sob essas palavras, se esconde um  erro em  todos os casos em que se não tratar de invenções materiais, porque a verdade é uma só e não poderia progredir. O progresso, como idéia falsa, serve para obscurecer, salvo nós, os eleitos de Deus e sua guarda.
     Quando vier o nosso  reinado, nossos oradores raciocinarão sobre os grandes problemas que emocionaram a humanidade, para leva-la afinal  ao  nosso  regime  salutar. Quem duvidará, então que todos esses problemas foram  inventados por nós de acordo com  um  plano político que   ninguém  adivinhou  durante  séculos.

CAPÍTULO XIV - Resumo - A religião do futuro. A  servidão  futura. Impossibilidade de conhecer os mistérios da religião do porvir. A pornografia e o futuro da palavra imprensa.

     Quando vier nosso reino, não reconheceremos a existência de nenhuma outra religião a não ser a de nosso deus único, com a qual  nosso destino está ligado, porque somos o Povo Eleito, pelo qual  esse mesmo destino está unido aos destinos do mundo. Por isso, devemos destruir todas as crenças. Se  isso  faz  nascer os ateus contemporâneos, esse grau transitório não prejudicará  nossa finalidade, mas servirá de exemplo às gerações que ouvirão nossas prédicas sobre a religião de  Moisés, cujo  sistema  estóico e bem concebido terá produzido a conquista de todos os povos. Faremos ver nisso sua verdade mística, em que, diremos, repousa toda a sua força  educativa. Então, publicaremos em todas as ocasiões artigos em que compararemos  nosso regime salutar com os do  passado. As vantagens do repouso obtido após séculos de agitação porão em relevo o caráter benéfico de nosso domínio. Os erros das administrações dos cristãos serão descritos por nós com as cores mais vivas. Excitaremos tal   repugnância por eles que os povos preferirão a tranqüilidade da servidão aos direitos da famosa liberdade que tanto tempo os atormentou, que lhes tirou os meios de vida, que os fez serem explorados por uma  tropelia de aventureiros, os quais nem  sabiam o que estavam fazendo... As inúteis  mudanças de governo a  que impelimos os cristãos, quando minávamos seus edifícios governamentais, terão de tal  jeito  fatigado os povos que preferirão tudo suportar de nós ao risco de novas agitações. Sublinharemos  muito particularmente os erros históricos dos governos cristãos, que, por  falta dum bem verdadeiro, atenazaram durante tantos séculos a humanidade, na busca de ilusórios bens sociais, sem dar fé que seus projetos somente faziam agravar, ao invés de  melhorar, as relações da vida humana...
     Nossos filósofos discutirão todos os defeitos das crenças cristãs, mas ninguém poderá discutir jamais  nossa religião de seu verdadeiro ponto de vista, por que ninguém a conhecerá a  fundo, salvo os  nossos, os quais  nunca ousarão  trair  seus  segredos...
     Nos países que se  denominam  avançados, criamos uma  literatura louca, suja, abominável. Estimulá-la-emos ainda algum tempo após nossa chegada ao poder, a fim de bem fazer ressaltar o contraste de nossos discursos e programas com essas torpeza...
     Nossos Sábios, educados para dirigir os cristãos, comporão discursos, projetos, memórias, artigos, que nos darão influência sobre os espíritos e nos permitirão dirigi-lo para as idéias e conhecimentos que quisermos impor-lhes.

CAPÍTULO XV  - Resumo  -  Golpe de Estado mundial em um dia. As condenações à  morte. A futura sorte dos franco-maçons cristãos. O caráter místico do poder. Multiplicação das lojas maçonicas. A administração central dos Sábios .   A questão Azef. A franco-maçonaria é o guia de todas as sociedades secretas. A importância do êxito público.  O coletivismo. As vítimas. As condenações à morte de franco-maçons. Queda do prestígio das leis e da autoridade . A  preleção. Brevidade e clareza das leis do reino futuro. Obediência à autoridade. Medidas contra o abuso do poder. Crueldade das punições. Limite de idade para os juizes. O liberalismo dos juizes e do poder. O dinheiro mundial . O absolutismo da franco-maçonaria. Direito de cassação. "O aspecto particular do futuro "governo". O direito do mais forte como direito único. O rei de Israel é o patriarca do mundo.   
      
     QUANDO, afinal, começarmos a  reinar com o auxílio de golpes de Estado preparados em toda a parte para o mesmo dia, depois da confissão de nulidade de todos os governos existentes (ainda passará muito tempo antes disso, talvez um século), providenciaremos para que não haja conspiradas contra nós. Para esse efeito, condenaremos à  morte todos os que receberem  nosso advento de armas em punho. Toda nova criação de qualquer sociedade secreta será punida com a morte. Aquelas que ora existem, que conhecemos, que nos serviram e ainda nos servem, serão abolidas e somente permitidas nos continentes afastados da Europa. Assim trataremos os franco-maçôns cristãos que saibam demasiado; os que  pouparmos por qualquer razão viverão no perpétuo temor do exílio para essas regiões.
     Publicaremos uma lei, segundo a qual os antigos membros das sociedades secretas deverão deixar a Europa, centro de nosso governo.
     As decisões de nosso governo serão definitivas e sem apelo.
     Nas sociedades cristãos em que semeamos tão profundas raízes de dissensão e protestantismo, só se pode restabelecer a ordem por meio de   medidas cruéis, que demonstrem a inflexibilidade do poder: é inútil   prestar atenção às vítimas que caiam  em  holocausto ao bem  futuro. O dever de todo governo que reconhece que existe não é somente gozar seus privilégios mas exercer seus deveres e alcançar o bem, embora à custa dos maiores sacrifícios. Para um governo ser inabalável, é preciso  reforçar a auréola de suas forças, o que só se obtém   mediante a  majestosa  inflexibilidade do poder, que deve possuir os sinais duma inviolabilidade mística, da escolha feita por Deus. Assim era até seus últimos tempos a  autocracia  russa- nosso único inimigo  sério no mundo inteiro, com  o Papado. Lembrai-vos  do exemplo da Itália, ensopada de sangue, não ousando tocar em um cabelo de Sila, que derramara esse sangue: Sila estava divinizado pelo seu poder aos olhos do povo, martirizado por ele, e sua volta audaciosa ã Itália o tornava inviolável... O povo não toca naquele que o hipnotiza pela sua coragem e fortaleza de alma.
Mas, esperando nosso advento, criaremos e  multiplicaremos, pelo contrário, as  lojas maçônicas em todos os países do mundo, atraindo para elas todos os que são ou  possam ser agentes proeminentes. Essas lojas formarão nosso principal aparelho de informações e o  meio  mais  influente de nossa atividade. Centralizaremos todas essas lojas em  uma  administração que  somente  nós conheceremos, composta  pelo  nossos Sábios. As lojas terão seu  representante, atrás do qual estará escondida a administração de que falamos, e será esse representante quem dará a palavra de ordem e o programa. Formaremos   nessas lojas o núcleo de todos os elementos revolucionários e liberais. Elas serão  compostas por  homens de todas as camadas sociais. Os  mais secretos projetos políticos ser-nos-ão concedidos e cairão sob a nossa direção no próprio  momento em  que apareçam. No número dos membros dessas lojas se  incluirão quase  todos os agentes da  polícia  nacional  e  internacional, como na questão Azef, porque seu serviço é  insubstituível para nós, visto como a polícia, pode não só tomar   medidas contra os recalcitrantes, como cobrir  nossos  atos, criar  pretextos de descontentamentos etc... Aqueles que entram para  as sociedades secretas são ordinariamente ambiciosos, aventureiros, e, em   geral, homens  na  maioria  levianos, com os quais não teremos grande dificuldade em  nos entender-mos para  realizar  nossos  projetos.  Se verificarem desordens, isto significará que tivemos necessidade de perturbações, para destruir  uma solidariedade demasiado grande. Se houver uma conspirata  no seu seio, o chefe da  mesma somente poderá ser um de nossos mais  fiéis  servidores. É natural que sejamos nós e  ninguém mais quem conduza os negócios da franco-maçonaria, porque nós sabemos aonde vamos, conhecemos a finalidade de toda a ação, enquanto que os cristãos nada sabem, nem  mesmo o resultado imediato geralmente se contentam com  um êxito  momentâneo de amor próprio na execução de seu plano, sem   mesmo dar  fé que esse plano não provém de sua  iniciativa, mas que lhes foi por nós sugerido.
     Os cristãos entram  nas lojas por curiosidade ou com a esperança de comer  uma fatia de bolo público com o nosso auxílio, alguns até para ter a possibilidade de exprimir  diante  duma  assistência seus sonhos irrealizáveis e sem base: têm a sede da emoção, do êxito e dos aplausos, que nós dispensarmos sempre sem avareza. Nós lhe damos esse êxito para aproveitar o contentamento próprio que dele resulta e graças ao qual os homens aceitam nossas sugestões sem se dar conta disso, plenamente persuadidos que exprimem em sua infalibilidade suas idéias e que são incapazes de se apropriarem das dos outros... Não podeis imaginar como se podem levar os cristãos mais inteligentes a  uma ingenuidade inconsciente, com  a  condição de  torná-los contentes com eles  mesmos, e, ao mesmo tempo, como é  fácil  desencorajá-los com o   menor  revés embora somente fazendo cessar os aplausos, o que os obriga a uma obediência servil, a  fim de obter novo triunfo.
     Tanto os nossos desdenham esses triunfos, contanto que  realizem  nossos projetos, quanto os cristãos estão prestes a  sacrificar seus projetos, contanto que consigam êxito. Essa  psicologia  facilita  consideravelmente  a  tarefa de dirigi-los. Esses tigres na aparência têm almas de carneiro e suas cabeças são inteiramente  vazias. Demo-lhes, como  isca, o sonho da absorção da individualidade humana na unidade simbólica do coletivismo. Ainda não desconfiaram nem desconfiarão tão cedo que essa isca é uma evidente violação da mais importante das leis da natureza, que  fez, desde o primeiro dia da Criação, cada ser diferente dos outros, precisamente porque afirma sua individualidade.
     O fato de os termos podido conduzir a essa loucura e cegueira nos prova com a maior clareza como seu espírito é pouco desenvolvido em relação ao nosso. Essa circunstância é a maior garantia de nosso êxito. Como nossos antigos sábios foram clarividentes, dizendo que, para atingir um  fim, não se devem olhar os  meios e contar o número das vítimas dos brutos cristãos e, embora tenhamos sacrificado muitos dos nossos, demos na  terra ao nosso povo um poder com que ele nunca ousara sonhar. As vítimas relativamente pouco numerosas dos nossos o têm preservado de sua perda.
     A  morte é o fim  inevitável  de todos. Vale mais acelerar o fim daqueles que pões obstáculos à nossa obra do que o nos- so, pois que criamos essa obra. Daremos a   morte aos franco-maçons de maneira que ninguém, salvo seus irmãos, possa desconfiar, nem   mesmo as  próprias vítimas de nossas condenações. morrerão todos, quando se  tornar  necessário, como  se  fosse  de  doença  natural... Sabendo disso, a própria confraria  não ousará  protestar. Essas medidas extirparão do seio da  franco-maçonaria todo germe de  protesto. Pregando  aos cristãos o liberalismo, mantemos nosso povo e nossos agentes numa obediência completa.
     Graças à  nossa  influência, a  execução das leis dos cristãos está  reduzida ao mínimo. O  prestígio das leis foi  minado  pelas interpretações liberais que nelas introduzimos. Nas causas e questões de política e de princípio, os tribunais decidem, como lhes prescrevemos, vendo as coisas pela face que lhes apresentamos. Servimo-nos para isso do intermédio de pessoas com as quais ninguém pensa que tenhamos nada de comum, da opinião dos jornais e de outros  meios ainda. Os  próprios senadores e  a  administração superior  aceitam cegamente  nossos conselhos. O espírito puramente animal dos cristãos não é capaz de análise e de observação, ainda menos de prever aonde podem levar certos modos de apresentar uma questão.
     É   nessa diferença de aptidão para  pensar, entre  nós  e os cristãos, que se pode ver claramente o sinal de nossa  eleição e a marca de  nossa  humanidade. O espírito dos cristãos é instintivo, animal. eles vêem, mas não prev6em e não inventam, salvo as coisas materiais. Vê-se por aí com  a   maior  clareza que a própria natureza nos destinou para dirigir e governar o mundo.
     Quando chegar o tempo de governarmos abertamente e  de mostrarmos os benefícios de nosso governo, refaremos todas as legislações: nossas leis serão breves, claras, inabaláveis, sem  comentários, tanto que todos as  poderão conhecer  bem. O traço predominante dessas leis será a obediência às autoridades levada a um grau grandioso. Então, todos os abusos desaparecerão em virtude da  responsabilidade de todos até o último  perante a  autoridade superior do representante do poder. Os abusos de poder, os  funcionários inferiores serão punidos tão severamente que cada um deles perderá a vontade de tentar a experiência. Seguiremos com um olhar inflexível, cada ato da administração de que dependa a  marcha da máquina governamental, porque a licença na administração produz a licença universal: todo caso de ilegalidade ou abuso será punido de maneira exemplar. O roubo, a cumplicidade solidária entre funcionários administrativos desaparecerão após os primeiros exemplos dum castigo rigoroso. A auréola de nosso poder exige punições eficazes, isto é, cruéis, à menor   infração das leis, porque qualquer infração atinge o prestígio superior da autoridade. O condenado severamente punido será como um soldado que tombou no campo de batalha administrativo pela Autoridade, os Princípios e a  Lei, que não admitem  que o interesse particular domine a função pública, mesmo por parte daqueles que dirigem o carro da sociedade. Nossos juizes saberão que, querendo gabar-se de tola  misericórdia, violam a lei da justiça instituída para edificar os homens, castigando os crimes, e não para que os juizes mostrem sua generosidade. É permitido dar  prova dessas qualidades  na vida privada, mas não na vida pública, que é como a base de educação na vida humana.
     Nosso pessoal   judiciário não poderá  servir  de pois de  cinqüenta e cinco anos, em primeiro  lugar  porque os  velhos  são  mais arraigados às opiniões preconcebidas e menos aptos a  obedecer  às novas ordenações, em segundo porque isso nos permitirá   mais facilmente  renova r   esse  mesmo pessoal, o qual, assim, nos ficará  mais submetido: quem  quiser conservar seu  posto terá  de  obedecer  cegamente, a fim  de  merecer esse  favor. Em geral, nossos juizes serão escolhi- dos por  nós somente entre os que saibam bem que seu papel é  punir e aplicar as leis, não fazer liberalismo em detrimento do Estado, como atualmente os cristãos praticam. As mudanças servirão ainda para destruir a solidariedade coletiva da classe, ligando todos aos interesses do governo, do qual dependerá a sua sorte. A nova geração de juizes será educada de tal  modo que considera inadmissíveis abusos que possam atingir a ordem estabelecida  nas  relações de nossos súditos entre si.
     Nos dias que correm, os juizes cristãos, nãos tendo uma idéia justa de sua  tarefa, sãos indulgentes para todos os crimes, porque os atuais governantes, nomeando os juizes para seus ofícios, não tomam o cuidado de lhes inspirar o sentimento do dever e a consciência da obra que deles se exige. Do mesmo modo como o animal manda seus filhotes em busca  de   uma presa, os cristãos dão a seus súditos lugares de boa renda, sem cuidar de lhes explicar a finalidade por suas próprias forças, pelos atos de sua própria administração.
     Tiremos, pois, dos resultados desses atos mais uma lição para o nosso regime. Expulsaremos o liberalismo de todos os postos importadores de nossa administração, dos quais dependerá a educação dos subordinados em vista de nossa ordem social. Somente serão admitidos a esses  postos aqueles que forem por nós educados para o governo administrativo. Podem observar-nos que a compulsória dos velhos funcionários custará caro ao tesouro. Responderemos de entrada que se procurará para eles um emprego particular que substitua o público; depois, que, estando todo o dinheiro do   mundo concentrado em nossas mãos, nosso governo não pode recear  despesas excessivas.
     Nosso absolutismo será em  tudo coerente. Por isso, nossa  vontade será  respeitada  e obedecida sem contestação todas as vezes que dermos ordens. Ela não se  preocupará com nenhum   murmúrio, com nenhum descontentamento, castigando de maneira exemplar toda e qualquer revolta.
     Aboliremos o direito de cassação, do qual seremos os únicos a dispor como governantes, porque não devemos deixar  nascer  no  povo a idéia de ser possível uma decisão injusta pronunciada pelos juizes nomeados por  nós. Se uma coisa semelhante acontecer, nós mesmos cassaremos a sentença, porém punindo tão exemplar o juiz  por  não ter compreendido seu dever e seu  papel que isso jamais  se  repetirá. Repito   mais uma vez que conheceremos cada  passo de nossa  administração, vigiando bem  para que o povo fique contente conosco, porque ele tem o direito de exigir dum bom governo bons funcionários.
     Nosso governo assumirá o aspecto duma tutela patriarcal, manifestando-se de modo paternal. Nosso povo e nossos súditos verão nele um  pai  que cuida de todas as  relações  recíprocas dos súditos entre si, assim como de suas relações com o governo. Então, penetrar-se-ão de tal  modo desse espírito que lhes será impossível passar sem essa  tutela e essa direção se quiserem viver em paz tranqüilos; reconhecerão a autocracia  de  nosso governo com uma veneração vizinha da adoração, sobretudo quando se convencerem que nossos funcionários não substituem nosso poder pelo seu e somente executam ordens cegamente. Ficarão satisfeitos conosco por termos regulado sua vida como fazem os pais prudentes que querem criar seus filhos no sentimento do dever e de obediência. Porque os povos, em relação aos segredos de nossa política, são eternamente menores, assim como seus governos...
     Como vedes, fundo nosso despotismo sobre o direito e o dever: o direito de exigir o cumprimento do dever é o  primei- ro dever dum  governo que seja o pai de seus governadores. Ele tem o direito do  mais  forte e deve usá-lo para dirigir a humanidade para a ordem estabelecida  pela  natureza, isto é, para obediência. Tudo obedece no  mundo, senão aos homens, pelo menos às circunstâncias ou  à  sua  própria   natureza, e, em todo caso, ao mais forte. Sejamos, portanto, o mais forte para o bem.
     Deveremos saber sem hesitar, sacrificar alguns indivíduos isolados, violadores da ordem estabelecida, porque há uma grande força educativa no castigo exemplar  do  mal.
     Se o rei de Israel  puser sobre sua cabeça sagrada  a  coroa que a Europa lhe oferecerá, tornar-se-á o patriarca do mundo. as vítimas necessárias, feitas por ele, em  obediência  à  utilidade, jamais atingirão o número das vítimas oferecidas durante séculos à loucura das grandezas pelas rivalidades dos governos cristãos.
     Nosso rei estará em constante comunhão com o povo: dirigir-lhe-á discursos da   tribuna, que logo a fama espalhará pelo mundo inteiro.
  
CAPÍTULO XVI  - Resumo - As universidades tornadas inofensivas. O classicismo substituído. A educação e a   profissão. Propaganda da autoridade do "Governo nas escolas. Abolição do ensino livre. As novas teorias. A independência do pensamento. O ensino pela imagem.

     A fim de destruir todas as forças coletivas, exceto as  nossas, supriremos as universidades, primeira etapa do coletivismo, e  fundaremos outras com um  novo espírito. Seus reitores e professores serão preparados secretamente para a sua tarefa  por   meio de programas de ação secretos e   minuciosos, dos quais se não poderão afastar uma linha. Serão nomeados com uma prudência muito especial e serão inteiramente dependentes do governo.
     Excluímos do ensino o direito cívico, assim como tudo o que concerne às questões políticas. Essas matérias serão ensinadas a algumas dezenas de pessoas, escolhidas por suas faculdades eminentes. as universidades não devem deixar sair de seus muros fedelhos que formem projetos de constituição, como se compusessem comédias ou tragédias, e que se ocupem de questões políticas que seus próprios pais  nunca entenderam. O mau conhecimento que a maioria dos homens têm das questões políticas faz  deles utopistas e  maus cidadãos; podeis verificar  pessoalmente o que sua educação geral  fez dos cristãos. Foi   preciso que introduzíssemos em sua educação todos os princípios que tão brilhantemente enfraqueceram sua ordem social. Mas, quando estivermos no poder, afastaremos da educação todas as matérias de ensino que possam causar perturbação e faremos da mocidade crianças obedientes às autoridades, armando quem os governa, como um apoio e uma esperança tranqüilidade e paz.
     Substituiremos, o  classicismo, assim como todo o estudo da  história antiga, que apresenta mais exemplos do que bons, pelo estudo do programa do futuro. Riscaremos da memória dos homens todos os fatos dos séculos passados que não forem agradáveis, somente conservando dentre eles os que pintem os erros dos governos cristãos. A vida prática , a  ordem social natural, as relações dos homens entre si, a obrigação de evitar os maus exemplos egoístas, que espalham a semente do mal e outras  questões semelhantes de caráter pedagógico ficarão no  primeiro  plano do programa de ensino, diferente  para  cada  profissão e que não generalizará o ensino sob pretexto algum. Esse  modo de encarar a questão tem uma importância especial.
     Cada classe social deve ser educada dentro de limites severos, conforme o destino e a  tarefa que lhes são próprias. Os gênios acidentais sempre souberam e  sempre saberão infiltrar-se nas outras classes; porém deixar penetrar em classes estranhas gente sem valor, permitindo-lhe tornar os lugares que pertencem a essas classes pelo nascimento e pela profissão, por causa desses casos experimentais, é rematada loucura. Sabeis bem como tudo isso acabou para os cristãos, que consentirão em tão berrante monstruosidade.
     Para que o governo tenha o seu lugar que lhe compete nos corações e nos espíritos de seu súditos, é necessário, enquanto durar, ensinar a  todo o povo nas escolas e  na  praça  pública, qual a sua importância, quais seus deveres e como sua atividade produz o bem do povo.
     Aboliremos todo ensino livre. Os estudantes terão o direito  de  se  reunirem  a  seus  pais, como em clubes, nos estabelecimentos escolares; durante essas reuniões, nos dias de  festa, os professores farão conferências, na aparência livres, sobre as relações dos homens entre si, sobre as leis da  imitação, sobre as desgraças provocadas  pela  concorrência  ilimitada, enfim, sobre a  filosofia das novas teorias, ainda ignoradas pelo mundo. Faremos dessa  teorias um dogma e dele nos servi- remos para conduzir os homens à  nossa fé. Quando eu  tiver  terminado a exposição de nosso programa de ação no presente e no futuro, dir-vos-ei quais as bases dessas teorias.
     Em uma palavra, sabendo, pela experiência de muitos séculos, que os homens vivem e se dirigem pelas idéias, que essas idéias somente são inculcadas aos homens pela educação, ministrada com êxito igual em todas as idades por  processos diferentes, bem  entendido, absorveremos e adotaremos, em  nosso  proveito, os derradeiros clarões da independência de  pensa mento, que de há muito já  dirigimos para as  matérias  e idéias de que carecemos. O  sistema de repressão do pensamento já está em  vigor  no  método denominado do ensino pela  imagem,  que deve transformar os cristãos em  animais  dóceis, que não pensam e esperam a representação das coisas e  imagens, a fim de compreendê-las... Na França, um de nossos melhores agentes, Bourgeois, já  proclamou  novo programa de educação pela imagem.

CAPÍTULO XVII  Resumo – O  foro A influência dos padres cristãos. A liberdade de consciência. O rei dos judeus, patriarca e papa. Meios de luta contra a Igreja atual. Problemas de imprensa contemporânea. Organização da polícia . A polícia voluntária. A espionagem pelo modelo da sociedade judaica. Os abusos do poder.

     O  foro cria  homens  frios, cruéis, cabeçudos, sem  princípios, que, em todos os  momentos se colocam num terrenos impessoal, puramente legal. Então habituados a tudo empregar no interesse da defesa de seus clientes e não para o bem social. Geralmente, não recusam causa alguma, procurando obter absolvições a todo preço, recorrendo às sutilezas da jurisprudência; assim, desmoralizam os tribunais. Permitindo essa profissão dentro de limites estreitos, faremos de seus membros,  para evitar aquele mal, funcionários executivos. Os advogados serão privados, assim como os  juizes, do direito de comunicar com os demandistas; receberão as causas no tribunal, analisá-las-ão conforme os pareceres e os documentos dos autos, defenderão os clientes depois de seu interrogatório pelo tribunal, uma  vez  esclarecidos os  fatos, e receberão honorários independentemente da qualidade do processo. Deste modo, teremos uma defesa honesta e imparcial, guiada, não pelo interesse, mas pela convicção. Isto suprimirá, entre outras coisas, a atual corrupção dos assessores, que não consentirão mais em dar ganho de causa somente a quem paga.
     Já tomamos as providências para desacreditar classe dos padres cristãos, desorganizando, assim, sua missão, que, atual- mente, poderia atrapalhar-nos bastante. Sua influência sobre os povos mingua dia a dia. Por toda a parte foi proclamada a liberdade de consciência. Por conseguinte somente certo número de anos nos separa ainda da completa ruína da religião cristã; acabaremos mais facilmente as outras religiões, porém ainda é muito cedo para falar disso. Poremos o clericalismo e os clericais num âmbito tão estreito que sua influência será nula em comparação à que outrora tiveram.
     Quando chegar o momento de destruir definitivamente a corte papai, o dedo de uma   mão invisível apontá-la-á aos povos. Mas quando os povos se lançarem sobre ela, nós apareceremos como seus defensores a fim de não permitir o derramamento de sangue. Com essa manobra, penetraremos no seio da praça e dela só sairemos quando a tivermos completa- mente arruinado.
     O rei dos judeus será o verdadeiro papai do universo, o patriarca da Igreja Internacional.
     Mas, enquanto não tivermos educado a   mocidade  nas novas crenças de  transição, depois da  nossa, não trocaremos abertamente  nas igrejas existentes, sim   lutaremos contra  elas  pela  crítica, excitando as dimensões.
     Em   geral, nossa  imprensa  contemporânea  desvendará  os  negócios do Estado, as  religiões, a  incapacidade dos cristãos e  tudo isso em  termos os  mais desaforados, a  fim  de desmoralizar  de  todas maneiras, como só nossa  raça  genial  sabe  fazê-lo.
     Nosso  regime será a  apologia do reinado de  Vichnu, que é símbolo, segurando cada  uma  de   nossas cem mãos uma  manivela de  máquina social. Veremos tudo sem auxílio da polícia oficial, que, como  nós  a preparamos  para os cristãos, impede hoje os governos de ver. No nosso programa, um  terço dos súditos vigiará os outros por sentimento de dever, para servir voluntariamente o Estado. Então, não será vergonhoso ser   delator e espião; pelo contrário, será  louvável; mas as delações infundadas serão cruelmente punidas, a fim de que não se abuse desse direito.
     Nossos agentes serão escolhidos na alta  sociedade como também  nas classes baixas, no seio da classe administrativa  que  se diverte, entre os editores, impressores, livreiros, caixeiros operários cocheiros e laicos, etc..
     Essa  polícia, desprovida  de direitos não autorizada a  agir   por  si   por  conseguinte sem poderes, somente fará  testemunhar  e  denunciar; a  verificação de seus  informes  e  as  prisões dependerão dum  grupo de inspetores de  polícia; as prisões mesmo serão executadas pelo corpo de gendarmes e pela  polícia   municipal. Aquele que não tiver apresentado seu  relatório sobre  o que  viu  e  ouviu  em  matérias de questões  políticas será considerado culpado de  fraude ou cumplicidade, como se estivesse  prova do que  houvesse  cometido esses  dois  crimes.
     Assim  como  hoje  nossos irmãos são obrigados sob  sua  própria  responsabilidade, a   denunciar  á  sua comunidade  nossos  renegados ou  as  pessoas que  empreendam qualquer coisa contrária  à  nossa comunidade; assim, no  nosso reino universal, será obrigado, para  todos os nossos súditos servir, desta forma, o Estado.
     Tal  organização destruirá os abusos da  força, da  corrupção, tudo o que  nossos  conselhos e  nossas teorias dos direitos sobre-humanos introduziram   nos  hábitos dos cristãos... Mas como  teríamos obtido de outro modo o crescimento das causas de desordem  na sua administração? Porque outros meios? ...
     Um dos mais importantes desses  meios são os agentes encarregados de  estabelecer a ordem. A estes serão deixada  a  possibilidade de  fazer  ver e  desenvolver seus maus instintos, inclinações e caprichos, abusando de seu  poder, aceitando, enfim, gorjetas.

CAPÍTULO  XVIII - Resumo  -  Medidas de segurança. Vigilância dos conspiradores. Uma guarda aparente é a ruína do poder. A guarda do rei dos judeus. O prestígio místico do poder. Prisão  à   primeira   suspeita.

     Quando nos  for  necessário  reforçar as  medidas de proteção policial, que arruinam  tão rapidamente o prestígio do poder, simularemos desordens, manifestações de  descontentamento  expressas  por  bons oradores. Juntar-se-ão a eles pessoas que alimentam  os  mesmo sentimentos. Isto nos servirá de pretexto para  autorizar  buscas e  vigilâncias, cujos agentes serão os servidores que  tivermos no seio da polícia dos   cristãos.
     Como a   maioria dos conspiradores trabalha por amor  a  arte, por  amor  do  palavrório, não os incomodaremos antes que obrem de qualquer  maneira; contentar-nos-emos em  introduzir    no seu   meio, elementos de  vigilância... É   preciso não esquecer  que  o  prestígio  do  poder  decresce, se  somente descobre conspirações contra  ele  próprio: isto implica a confissão de  sua  impotência  ou, o que é pior, da    injustiça de  sua  própria   causa. sabeis que destruímos o prestígio das  pessoas  reinantes dos cristãos  pelos freqüentes atentados organizados por nossos agentes, carneiros cegos  de  nosso  re-  banho; é  fácil, por meio de algumas   frases liberais, impedir ao  crime, desde que tenha uma cor  política. Forçaremos os governantes a  reconhecer  sua  impotência por  medidas de segurança claras que tomarão e, assim, arruinaremos o prestígio do poder.
     Nosso governo será guardado por uma guarda quase imperceptível, porque não admitiremos, nem   por pensamento, que  possa  existir  contra ele uma  facção contra  a  qual não esteja em  estado de lutar  e  seja obrigado a  se   esconder.
     Se  admitíssemos esse pensamento, como o  faziam  e  ainda  fazem  os cristãos, assinaríamos uma  sentença de  morte; senão a do soberano mesmo pelo menos a de sua  dinastia  em  futuro  próximo.
     Segundo as aparências severamente observadas, nosso governo só usará  de seu  poder  para o bem do povo, nunca  para  suas  vantagens  pessoais  ou  dinásticas. Por isso, observando esse  decoro, seu  poder será  respeitado  e  salvaguardado por seus próprios súditos. Adotá-lo-ão com a idéia de que cada cidadão dele depende, porque dele dependerá  a ordem social.
     Guardar o  rei  abertamente  é  reconhece r a  fraqueza  da  organização governamental.
     Nosso  rei, quando estiver  no meio de seu povo, estará sempre rodeado  por  uma   multidão de  homens  e mulheres que serão tomados como curiosos e ocuparão os lugares mais próximos a ele, como por acaso, os quais conterão as fileiras dos outros, fazendo respeitar a ordem. Isso será um exemplo de moderação. Se houver no povo um solicitador que procure apresentar um súplica, abrindo passagem através dos grupos, as primeiras filas devem  aceitar essa súplica e entregá-la ao rei aos olhos do suplicante, a  fim de que todos saibam que o que  se  apresenta  chega  ao seu destino e que há, por conseguinte um controle do próprio rei. A auréola do  poder exige que o povo possa dizer: "Se eu soubesse"ou "Se o rei souber".
     Com a  instituição da guarda  oficial  desaparece  o  prestígio místico do poder; todo homem  dotado de certa  audácia  julga-se  dono  desse  poder, o faccioso  conhece  sua  força  e  espreita  a  ocasião de cometer um atentado contra  esse  poder. Pregamos outra copias aos cristãos e vimos aonde os têm conduzido as medidas abertas de  segurança!
     Prenderemos os criminosos à  primeira  suspeita  mais  ou menos  fundada: o receio de cometer  um  erro  não pode  ser  uma razão para permitir a escapula aos indivíduos suspeitos de delito ou crime  político, para os quais seremos verdadeira- mente sem piedade. Se pode ainda, forçando um  pouco o sentido das coisas, admitir o exame dos motivos nos crimes comuns, não há desculpa para as pessoas que  se  ocupem com questões que ninguém, salvo o governo, pode compreender. Mesmo todos os governos, não são capazes de compreender a verdadeira  política.

CAPÍTULO XIX - Resumo -  O direito de  apresentar súplicas e  projetos. A s   funções. Os crimes políticos julgados pelos tribunais. A   propaganda dos crimes políticos.
    
     Se  não admitimos que cada um  se ocupe de  política diretamente, estimularemos, em compensação, todo relatório e toda  petição que solicite do governo  medidas a bem do povo: isso nos permitirá  ver os erros e fantasias de  nossos súditos, aos quais responderemos pela execução do projeto em questão ou  por  uma recusa sensata, que demonstrará  a  pouca inteligência de seu autor.
     As  facções não passam dum  cachorrinho latindo contra um elefante. Para um governo bem organizado, não do ponto de vista policial,  mas social, o cãozinho, ladra contra o elefante, porque não conhece seu lugar nem seu valor. Basta demonstrar  por um bom exemplo a importância de um  e de outros para que os cãozinhos deixem de latir e  se  ponham  a  festejar com a cauda logo que avistem o  elefante.
     Para  tirar o prestígio da bravura ao crime  político, nós o poremos no  mesmo banco de  réus do roubo, do homicídio  e  de todos os crimes abomináveis e  vis. Então, a opinião pública confundirá, no seu   modo de pensar, essa  categoria  de crimes com a ignomínia de todos os outros, cobrindo-a com o mesmo desprezo. Nós nos propusemos, e  espero que tenha-mos alcançado isso, impedir os cristãos de combater as facções políticas dessa  maneira.
     Com esse fim, pela  imprensa, nos discursos públicos, nos  manuais de  história, fizemos a  propaganda  do martírio, na aparência  aceito  pelo  facciosos para o bem  comum. Essa  propaganda  aumentou  os contingentes dos liberais e atraiu  milhares de cristãos ao  nosso  rebanho.

CAPÍTULO XX - Resumo – O   programa   financeiro. O  imposto  progressivo. Percepção  progressiva  em selos. Caixa de  fundos em valores-papel e  estagnação do dinheiro. Tribunal de Contas. Abolição da representação. Estagnação dos capitais. Emissão de dinheiro. O  câmbio do  ouro. O Câmbio do custo do trabalho. O orçamento. Os empréstimos do Estado. A série de títulos ao  juro de 1%. As ações industriais. Os governantes dos cristãos: os  favoritos: os agentes dos   franco-maçons.

     FALAREMOS agora sobre o programa  financeiro que  reservei  para  o  fim  de  meu  relatório como o ponto mais difícil, culminante e decisivo de nossos planos. Abordando-o, lembrar vos ei  que  já  vos disse, em   forma de  alusão, que a  soma de  nossos atos se  resume em uma questão de cifras.
     Quando  nosso  reinado chegar, nosso governo absoluto evitará  para  sua  própria  defesa, sobrecarregar muito as  massas  populares de  impostos, não esquecendo seu papel  de  pai  e   roteiro. Mas, como  a organização, obter os  meios  necessários  para isso. por isso devemos preparar cuidado somente o equilíbrio financeiro.
Nosso governo, o  rei  possuirá  a  ficção legal  da  propriedade legal  de  tudo  o que houver  no  Estado, o  que é  fácil de  realizar; poderá portanto, recorrer ao confisco legal  de  todas as somas de dinheiro que julgar necessárias para  regular  a circulação de capitais no Estado. VÊ-se por aí que a  taxação deve consistir principalmente  num  imposto  progressivo sobre  a  propriedade. Desse  modo, os  impostos serão  percebidos, sem o agravo e sem  ruína, numa proporção de percentagem  relativa à  posse. Os ricos devem compreender que seu  dever é  por uma parte de seu supérfluo à  disposição do Estado, porque  este lhes garante a  segurança do  resto e o direito de um ganho honesto, digo honesto, porque o controle da propriedade acabará com toda a pilhagem legal.
     Essa reforma social deve vir de cima, porque seu  tempo chegou  e  é  necessário como um  penhor de paz. O imposto sobre os pobres é  uma semente de  revolução  e  é  prejudicial  ao  Estado, que  perde  grande  lucro correndo atrás de  pequenos proveitos. Independentemente disso, o  imposto sobre os capitalistas diminuirá  o crescimento das  riquezas das  pessoas  privadas, em  cujas  mãos  nós as concentramos atualmente  para contra balançar a  força  governamental  dos cristãos, isto é  as  finanças do estado.
     Um  imposto progressivo dará  muito  mais  forte  renda  do  que o imposto proporcional  de  hoje, que só nos é  útil   para  excitar  agitações e  descontentamento entre os cristãos.                     
     A  força sobre  nosso  rei se apoiará  será  o equilíbrio e a  garantia da paz. É  necessário que os capitalistas sacrifiquem         pequena  parte de seus rendimentos para assegurar o funcionamento da máquina governamental. As  necessidades do Estado devem ser  pagas por aqueles a  quem  suas  riquezas  permitam fazer isso sem  sacrifício. Ta l  medida destruirá  o  ódio do pobre contra o  rico, no qual  aquele verá uma força financeira  útil  ao Estado, sustentáculo da  paz  e  da   prosperidade, pois  que é o rico quem  provê os  recursos  necessários   esses  novos  pagamentos, ser-lhe-ãos entregues  prestações de contas do destino dessas quantias, excetuando-se, bem  entendido, as somas que  forem aplicadas às  necessidades do trono e das  instituições administrativas.
     A  pessoa  reinante  não  possuirá  propriedade  pessoal, porque  tudo o que  existia no estado é dela, senão uma coisa contradiria a outra: os recursos pessoais anulariam o direito de  propriedade sobre  as  posses  de todos. Os parentes da pessoa  reinante, exceto seus herdeiros, que são igualmente  mantidos à  custa  do Estado, devem  se  colocar  nas  fileiras  dos servidores do  Estado ou  trabalhar  para  adquirir  o  direito de propriedade: o  privilégio de pertencer à  família  real   não deve servir de  pretexto  para pilhar o Tesouro.
     A compra duma propriedade, a  aceitação duma  herança serão  taxadas com um imposto de  selo progressivo. A  transmissão duma propriedade em dinheiro ou de outra forma, não declarada  nesse imposto de selo, necessariamente  nominal, será   a gravada com uma taxa de tanto por cento por conta do antigo proprietário, da  data da  transferência  até o dia  em que a  fraude  for  descoberta. Os títulos de  transferência deverão ser apresentados todas as semanas ao Tesouro local, com a  designação do nome próprio, do de família e do  domicílio do antigo  e do  novo proprietário. Esse registro só será obrigatório a partir duma quantia fixa que exceda os  preços comuns de compra  e  venda do  necessário, sendo os outros passíveis unicamente dum imposto em selo bastante  mínimo, para  cada  unidade.
     Calculai  quanto  esses impostos farão exceder a  nossa  renda sobre a  dos  Estados cristãos. A caixa  dos fundos do Estado deverá conter certo capital de reserva , devendo tudo o que exceder a esse capital  ser  posto em circulação. Organizar-se-ão com essas reservas obras  públicas. A iniciativa desses trabalhos resultando dos recursos dos Estado ligará  forte- mente  a  classe operária  aos interesses do Estado e às  nossas reinantes. Parte dessas somas será atribuída  a prêmios para  invenções  e  à  produção.
     De  modo algum  é  preciso, fora das somas  fixadas e largamente contadas, reter, mesmo que seja  uma simples unida- de, nas caixas do Estado, porque o dinheiro é  feito para circular e  toda  estagnação de dinheiro tem perniciosa   repercussão sobre o  funcionamento do mecanismo do Estado, cujas engrenagens ele  deve azeitar: a falta de óleo pode parar a  marcha regular da  máquina.
     A  substituição duma  parte do dinheiro por valores em  papel   justamente  produziu  essa  estagnação.  As conseqüências de  tal  fato já são suficientemente   senciveis.
     Teremos também  um Tribunal de Contas  e  o  governante encontrará em todo tempo nele uma  prestação completa de contas, com as receitas e despesas do Estado, excetuando-se as contas do  mês ainda  não terminado e do  mês anterior  ainda  não entregue.
     O  único  indivíduo que não tem  interesse em  pilhar as caixas do  Estado é seu  proprietário, o  governante. Por  isso seu controle  tornará impossíveis os prejuízos e os desperdícios. A  representação que toma  precioso tempo ao governo com  as  recepções exigidas pela etiqueta, será  suprimida., a  fim de que ele  tenha tempo de controlar e  refletir. Seu  poder  não ficará mais à mercê dos favoritos que rodeiam o trono para lhe dar brilho e pompa, porém que não defendem os  interesses do Esta- do  e  sim  os  próprios.
     As crises econômicas têm sido produzidas por  nós entre os cristãos, com o único fim  de  retirar  dinheiro da  circulação. Capitais enormes ficaram estagnados, retirando dinheiro dos estados, que foram obrigados a recorrer  a  esses  mesmos capitais ,a fim de ter  dinheiro. Esses empréstimos sobre carregaram  as  finanças dos estados com o pagamento de juros, escravizando-os ao capital. A concentração da indústria  nas  mãos dos capitalistas que  mataram  a   pequena  indústria, absorveu  todas as forças do povo e, ao mesmo tempo, as do Estado...
     A atual emissão de dinheiro em  geral  não corresponde à cifra do consumo por cabeça e, por conseguinte, não pode  satisfazer  todas as  necessidades dos trabalhadores. A emissão de dinheiro deve estar em relação com o crescimento da  população, no qual  devem ser computadas as crianças  porque consomem e gastam desde que  nascem.
     A  revisão da cunhagem das  moedas  é  uma questão  essencial  para  o   mundo  inteiro. Sabeis  que  o câmbio ouro  foi  pernicioso para os Estados que o adotaram, porque  não  pode satisfazer o consumo de dinheiro, tanto  mais que retiramos da circulação a  maior  quantidade de ouro possível.
     Devemos criar  uma   moeda  baseada  sobre o trabalho, seja  de  papel ou  de   madeira. faremos um. 
     Cada departamento, cada  distrito terão suas estatísticas para  esse  fim. A  fim de que não haja demora na entrega de dinheiro para as necessidades do Estado, as quantias e as datas de sua entrega serão fixadas por emissão de dinheiro de acordo com  as  necessidades normais de cada súdito, aumentando-a conforme os nascimentos e  as  mortes. um  decreto do governo. assim, será  destruído, o  protetorado do ministério das Finanças que não poderá  favorecer  uma  região em detrimento de outras.
     Apresentaremos  essas  formas que  projetamos fazer de modo a  não alarmar  ninguém. Mostraremos  a necessidade das  reformas em conseqüência dos caos a  que chegaram as desordem  financeiras dos cristãos. A primeira desordem, diremos,  consistiu em  decretar um  simples orçamento que cresce  todos os anos pela seguinte  razão: depois, pedem-se créditos suplementares que se gastam em   t rês  meses  depois, novos créditos suplementares, e  tudo acaba por uma  liquidação.  E como o orçamento do ao seguinte é calculado sobre o total do orçamento geral, a  diferença  anual  normal  é  de 50% e o orçamento anual  triplica de dez em  dez  anos. Graças a  tais processos, aceitos pelo descuido dos Estados cristãos, suas caixas estão sempre vazias. Os  Empréstimos que  vieram  em  conseqüência devoraram os  restos e  levaram  todas as nações à bancarrota.
     Todo empréstimo demonstra  fraqueza do Estado e incompreensão dos direitos do Estado. Os empréstimos, como a  espada  de  Dâmocles, estão suspensos sobre  a  cabeça  dos governantes, que, em lugar de  tomar aquilo de que  necessitavam, aos seus súditos por meio dum imposto temporário ,estendem a mão, pedindo esmola  aos  nossos  banqueiros .  Os  empréstimos externos são sanguessugas que, em caso algum, se  podem arrancar  do corpo do  Estado, salvo se o  largarem  por si  ou  se  ele  se  extirpar  radicalmente. Mas os Estados cristãos não os arrancam e continuam  a  por outros, embora  tenham de parecer com essa  sangria voluntária.
     Na  realidade, que é o empréstimo  senão  isso, sobretudo o empréstimo externo? O empréstimo  é  uma emissão de letras de câmbio do governo ,contendo um obrigação a certa taxa de juros, proporcional ao total do capital empregado .se o empréstimo for taxado em 5%, em  vinte anos o Estado terá pago, sem  utilidade alguma, tanto de juros quanto o capital, em  quarenta  anos o  dobro, em   sessenta o triplo e  a  dívida sempre por  pagar.
     Vê-se, assim, que, sob a  forma de  imposto  individual, o  Estado  toma  os  últimos  vinténs dos  pobres contribuintes  para  pagar aos ricos estrangeiros aos quais tomou  dinheiro  emprestado, ao invés de ajuntar suas  riquezas para  provar  as  suas  necessidades, sem  o  peso dos juros.
     Enquanto os empréstimos foram  internos, os cristãos somente  transferiam o dinheiro do bolso dos pobres para o dos ricos. Mas, quando  nos compramos as  pessoas  necessárias  para  transportar  os  empréstimos para o estrangeiro, todas as riquezas dos estados passaram  para  nossas caixas e todos os cristãos começaram a  nos pagar  um  tributo de sujeição. Se a  leviandade dos governos cristãos, no que concerne aos  negócios do  Estado, se  a  corrupção dos ministros ou a falta de inteligência  financeira dos outros governantes sobrecarregaram  seus  países de dívidas que não podem reembolsar, é   preciso que saibas que isso nos custou  muito dinheiro e esforço!
     Não permitiremos a  estagnação do dinheiro. Por  isso, não consentiremos  que haja  apólices do Estado, excetuando-se uma série a 1%, a  fim de que os juros não entreguem a  força do Estado  à  sucção das sanguessugas. o direito de emitir  título  ficará  unicamente  reservado às companhias industriais, que não farão grande  sacrifício, pagando juros com seus lucros, enquanto que o Estado  não  retira do dinheiro  que toma emprestado o menor  lucro, pois que o gasta e  não realiza com ele operações frutuosas.
     As ações industriais serão adquiridas pelo próprio governo , que, de tributário de impostos, como éagora, se  transformará em  emprestador  por cálculo tal  medida fará cessar a estagnação de dinheiro, o  parasitismo  e  a imprensa, que nos eram úteis quando os cristãos viviam  independente, mas que são indesejáveis no nosso regime.
     Como é  evidente  a  falta  de  reflexão puramente animal  dos cérebros cristãos! Eles nos pediam dinheiro emprestado com  juros, sem  refletir que precisariam  tomar esse  mesmo  dinheiro, acrescido dos juros, nas sarças do  Estado, para  nos pagar! Que de  mais simples do que ir  buscar o dinheiro de que careciam  no bolso dos contribuintes?...
     Isso prova a  superioridade geral de nosso espírito que soube apresentar-lhes a questão dos empréstimos de tal   forma  que nela somente viram vantagens para eles.
     Os cálculos que apresentamos, esclarecidos, quando for oportuno, pela  luz das experiências seculares, cuja matéria  nos  foi   fornecida  pelos Estados cristãos, distinguir-se-ão por sua clareza  e  segurança, mostrando a todos, evidentemente, a  utilização de nossas inovações. Acabarão com os abusos graças aos quais temos os cristãos em nosso poder, mas sem admiti-los no  nosso reino.
     Estabeleceremos tão bem  nosso sistema de contas que, nem o governante, nem o mais ínfimo funcionário desviar a menor soma de seu destino sem que isso seja  notado. Também não lhe poderão dar outro destino fora do indicado, de uma vez  por  todas, dentro de nosso plano de ação.
     Não é  possível governar sem um plano definido. Os próprios heróis que seguem um  rumo certo, porém  sem  reservas determinadas, parecem a  meio caminho. Os Chefes cristãos, a  quem  outrora  aconselhamos que se distraíssem dos cuidados do Estado com  recepções representativas, com o protocolo e com  divertimentos, não passavam de biombos de nosso governo oculto. As prestações de contas dos favoritos que os substituíam à  frente dos negócios públicos eram  feitas para eles pelos nossos agentes e satisfaziam todas as vezes os espíritos clarividentes com  as promessas de  futuras  melhoras  e  economias... Que economias?... Novos empréstimos?... Poderiam  perguntar isso não perguntavam  aqueles que liam  nossas  prestações de contas e  nossos projetos... sabeis a  que ponto os levou  esse  pouco caso a que desordem  financeira chegaram, a  despeito da admirável atividade de seus povos.

CAPÍTULO XXI  Resumo - Os empréstimos  internos. O Passivo e os  impostos. As  convenções. As  caixas econômicas  e  a   renda. Supressão da bolsa  de   fundos públicos. Taxação dos valores  industriais.

     ACRESCENTAREI  ao que  já  vos expus  na  reunião anterior  um  explicação  minuciosa  dos empréstimos internos. Sobre os externos, nada  mais direi, porque eles abarrotaram  nossas burras com o dinheiro  nacional dos cristãos, mas para o nosso Estado não haverá mais nada  estrangeiro, porque  nada  haverá  exterior. Aproveitamos a corrupção dos administradores e a  negligência dos governantes  para  receber  somas duplas, triplas e ainda mais fortes, emprestando ao governo dos cristãos dinheiro que não era absolutamente necessário  às  nações. Quem   poderia  fazer  a  mesma coisa  para  nós?... Por  isso, somente exporei  com pormenores os  empréstimos  internos.
     Quando lançam  um  empréstimo, os  Estados abrem  uma  subscrição para  a  compra  de  títulos. A  fim  de que estes sejam  acessíveis a  todos, criam  bônus de cem até   mil; ao  mesmo  tempo, fazem  um  abatimento para os primeiros subscritores. No dia seguinte, há uma alta  de  preço artificial, com o pretexto de que  toda  a gente os  procura. Alguns dias depois, as  arcas do Tesouro dizem, estão cheias e já se não sabe mais onde por dinheiro ( então  por que continuam a Tomá-lo?) A subscrição excede várias vezes a  emissão do empréstimo  tal  é  a  confiança que se  tem  nas letras de câmbio do governo.
     Representada  a comédia, fica-se em  presença dum  passivo que se acaba  por  firmar, dum  passivo  muito pesado. Para pagar os juros, é   necessário  recorrer  a  novos empréstimos que  não absorvem, mas aumentam a  dívida  principal.  Esgotado o crédito, torna-se preciso cobrir, não somente o empréstimo, mas ainda os seus juros, com  novos impostos, os quais não passam dum  passivo para cobrir os passivo...
     Mais tarde, vem  o tempo das conversões, que somente diminuem  o pagamento de juros e não cobrem  as dívidas, as quais só poderão ser  feitas de  então por diante com o consentimento dos emprestadores: anunciando-se um conversão, oferece-se  a   restituição do dinheiro aos que  não queiram  converter  seus títulos. Se  todos exprimissem o desejo de retomar seu dinheiro ,os governos estariam   presos  na  sua  própria armadilha e  se  encontrariam  na  possibilidade  de  pagar o dinheiro que oferecem. Felizmente, os súditos dos governos cristãos pouco versados em  matéria de finanças sempre  preferiram  prejuízos no valor dos títulos e diminuições de juros ao risco de novas colocações de capital, dando assim, aos governos a  possibilidade de se  desfazerem dum passivo de  muitos  milhões.
     Agora, com  as  dívidas externas , os   cristãos  nem    pensam  em  fazer  nada  semelhante, porque sabem que  reclamaríamos todo o nosso dinheiro.
     Desta  forma, uma  bancarrota  reconhecida demonstrará  definitivamente  às  nações a  ausência  de  ligação entre os interesses dos povos e os de seus governos.
     Chamo  toda  a  vossa  atenção sobre esse  fato e sobre o  seguinte: hoje  todos os  empréstimos   internos estão consolidados pelas dívidas que se denominam   flutuantes, isto é, pelas dívidas, cujos vencimentos  são mais  ou   menos  próximos. Essas dívidas são constituídas  pelo dinheiro  depositado nas caixas econômicas e nas caixas de  reserva. Como esses  fundos  permanecem  muito  tempo em mãos do governo, se evaporam para  pagar os juros dos empréstimos externos e em  seu  lugar  se colocam  somas equivalentes em  depósito de  renda.
     São estes  últimos que  tapam  todos os buracos dos cofres dos Estados, entre os cristãos.
     Quando subirmos ao trono do mundo, todos esses truques de finanças serão abolidos sem  deixar vestígios, porque não corresponderão  mais  aos  nossos  interesses  supriremos  igualmente todas as Bolsas de fundos  públicos, porque não admitiremos que o  prestígio de  nosso poder seja  abalado  pela  variação  de  preço de  nossos títulos. Uma  lei  declarará  seu  valor  completo, sem   flutuação  possível, porque a  alta  dá lugar à baixa, foi assim que o início de  nosso plano, joga- mos com os valores dos cristãos.
     Substituiremos as  Bolsas  por  grandes estabelecimentos  de  crédito especial, cujo  destino será  taxar  os valores de  crédito  especial, cujo  destino será  taxar  os  valores  industriais de acordo com as vistas do governo. Esses  estabelecimentos estarão em situação de lançar até quinhentos milhões de ações industriais em um dia. Desta   maneira, todas as empresas industriais dependerão de nós. Podeis imaginar que poder adquiriremos assim.

CAPÍTULO XXII - Resumo -  O segredo do  futuro. O  mal  secular  base do bem  futuro. A  auréola  do  poder e  sua  adoração  mística.

     Em  tudo o que  vos expus até aqui, esforcei-me em   mostrar o  segredo dos acontecimentos  passados  e presentes  de  sua  realização. Mostrei-vos o segredo de nossas  relações com os cristãos e de  nossas operações  financeiras. Resta-me  pouca coisa  ainda  a  dizer sobre  esse  assunto.
     Possuímos a  maior   força  moderna - O  Ouro: podemos em  dois  dias  retirá-lo de  nossos depósitos  na quantidade  que  nos  apetecer.
     Devemos ainda demonstrar que nosso governo foi  predestinado por Deus? Não provaremos com  essa riqueza que todo o  mal que fomos obrigados a  fazer  durante tantos  séculos  serviu, afinal, para o  verdadeiro  bem, para por  tudo em ordem? ...Ei-la, a  confusão das noções do bem  e  do  mal. A  ordem  será  restabelecida, um  tanto  pela  violência, mas enfim  será   restabelecida. Saberemos  provar  que somos benfeitores, nós que à  terras tormenta da  restituímos o  verda -deiro bem, a  liberdade do indivíduo, que poderá gozar o  repouso, paz  e dignidade de  relações, com  a  condição, bem  entendido, de observar  as leis que  a liberdade não consiste  na devassidão e no direito à  licença de idêntico  modo, a  dignidade  e a  força do homem  não consistem no direito de cada um  proclamar  princípios destruidores, como o direito de consciência, o de igualdade e coisas semelhantes; também  o direito do indivíduo não consiste de modo algum no direito de   A verdadeira liberdade consiste  na  inviolabilidade de   todas as leis da  vida  em  comum; a dignidade humana consiste  na consciência de seus direitos e, ao  mesmo  tempo, dos direitos que  se  não possuem, e  não  unicamente no desenvolvimento fantasista do temo de seu Eu.
     Nosso poder  será  glorioso, porque será  forte , governando e dirigindo, e  não  andando  a reboque  de líderes e  orado -res que  gritam  palavras ocas, denominando-as  grandes  princípios, as  quais, na  verdade, não passam  de  utopias. Nosso poder será o árbitro da ordem que fará  toda  a  felicidade dos  homens. A auréola desse  poder  provocará  a  adoração  mística  e  a  veneração  do  povo. A  verdadeira  força  não  transige com direito algum, nem   mesmo com o direito divino: ninguém  ousa atacá-la  para que lhe arrancar a  menor  parcela de  seu  poder.

CAPÍTULO XXIII - Resumo - Redução da  produção dos objetos de  luxo. A pequena  indústria. O desemprego. Interdição  da  embriaguez. Condenação  à  morte  da  antiga  sociedade  e  sua   ressurreição sob uma  nova  forma. O eleito de Deus.

     PARA  que os povos se  habituem  à  obediência, é  necessário  habituá-los  à modéstia, diminuindo, por conseguinte a  produção dos objetos de luxo. Assim, melhoraremos os costumes corrompidos  pela   rivalidade  do luxo. restabeleceremos a  pequena  indústria  que  prejudicará  os capitais particulares dos fabricantes. Isto é  ainda preciso, porque os grandes fabricantes dirigem,  muitas  vezes sem  o  saber, é verdade, o espírito das massas contra o governo. Um  povo que se ocu -pa de  pequenas indústrias não conhece  o desemprego, prende-se  à  ordem  existente, e, consequentemente, à  força do  poder. o desemprego é o que  há  de  mais perigoso  para  o  governo. Para  nós, seu  papel  estará  terminado logo que nos apossemos do poder. A embriaguez  será  também  proibida  por  lei  e  punida como crime  contra  a   humanidade, porque  ela transforma os  homens em  bestas sob a  influência  do  álcool.
     Os  súditos - repito-o mais  uma  vez - só obedecem  cegamente  a  uma  mão  firme,  completamente  independente  deles, na qual  sintam  um  gládio para sua defesa  e  um   apoio contra  os  flagelos  sociais. Que necessidade  têm de ver  em  seu  rei  uma  alma  angélica? Devem  ver  nele  a  personificação da  força  e  do poder.
     O soberano que tomará o lugar dos governos atuais, que arrastam sua existência  no  meio  de  sociedades desmoraliza- das por nós, que  renegaram  mesmo o  poder  de  Deus  e  no  seio  das  quais se  eleva  de  todos os lados o  fogo da  anarquia, esse soberano  deve, antes de tudo, apagar  essas labaredas devoradas. Por isso, será  obrigado a condenar à  morte  essas sociedades, embora  tenha de  afogá-las  no  próprio  sangue  para   ressuscitá-las sob a forma dum  exército  regular- mente organizado, lutando conscientemente contra  toda  infecção  capaz  de  ulcerar o corpo do  Estado.
     Esse eleito de Deus foi escolhido lá  em cima  para  quebrar  as  forças insensatas  movidas  pelo  instintos  e não pela  razão, pela   honestidade  e  não  pela  humanidade. Essas  forças  triunfam  agora, pilham, cometem toda a sorte de  violências sob o pretexto de  liberdade  e  direitos. Elas destruíram toda a ordem   na  sociedade para erguer sobre as ruínas o trono do rei de Israel; mas seu   papel  estará  terminado  no  momento  da elevação  desse   rei   ao  trono. Então  será  preciso  afastá-las  de  seu  caminho, sobre o qual  não  deve  haver  o  menor  obstáculo.
     Aí   poderemos  dizer  aos  povos: agradecei  à   Deus  e  inclinai-vos  diante  daquele que traz sobre o rosto a   marca  da   predestinação, para o qual  Deus  mesmo  guiou  sua  estrela, a  fim  de  que  ninguém  exceto  ele, pudesse  livrar-vos de  todas as  forças e  de todos os   males.

CAPÍTULO XXIV  - Resumo - Fortalecimento das bases do rei David. Preparação do rei. Afastamento dos herdeiros diretos . O rei e seus três iniciadores. Inatacabilidade dos costumes públicos do rei dos Judeus.

     PASSAREI  agora  aos  meios de  assegurar  as  raízes  dinásticas  do  rei.
     Os  mesmos  princípios que  até  hoje  deram a nossos Sábios a  direção de todos os negócios do  mundo nos guiarão. Dirigiremos o  pensamento de  toda  a   humanidade.
     Vários   membros  da  raça  de  David  prepararão  os  reis  e  seus herdeiros, escolhendo os últimos, não segundo o direi- to hereditário, mas conforme suas eminentes aptidões; iniciá-los-ão nos segredos  mais  íntimos da  política e  nos planos de governo, com  a condição, todavia, de  ninguém  ser  posto  a   par  de  tais segredos. O  fim  de  tal   modo de ação é que  to- da a  gente  saiba  que o governo somente  pode  ser confiado aos  iniciados  nos  mistérios de  sua  arte.
Unicamente  à  essas  pessoas  será  ensinada  a  aplicação  dos  planos  políticos, a  inteligência  da experiência dos séculos, todas as  nossas  observações  sobre  as  leis  político-econômica  e sobre as ciências sociais, em  uma  palavra todo o espírito  dessas  leis, que  a  própria  natureza  estabeleceu inabalavelmente  para  as  relações  entre  os  homens.
     Os herdeiros diretos serão  muitas vezes afastados do trono, desde que, durante seus estudos, dêem  provas de leviandade, doçura e  outras qualidades  perniciosas ao  poder, que tornam   incapaz  de  governar  e prejudicam  a  função  real.
     Só os que sejam  absolutamente capazes dum  governo  firme, inflexível  até  a  crueldade, receberão o poder das mãos  de  nossos Sábios.
     Em  caso de  enfermidade que  produza o  enfraquecimento da   vontade, os  reis  deverão, de  acordo  com  a  lei, entregar  as  rédeas do governo em   mãos novas e capazes.
     Os  planos de ação do  rei, seus planos imediatos, com  mais  fortes  razões  seus  planos  mediatos, deverão ser  ignorados  mesmo por  aqueles  que designe  como  seus  primeiros  conselheiros.
                    Exclusivamente  o  rei   e  seus três iniciadores conhecerão o   futuro.
     Na  pessoa  do  rei, senhor de si  mesmo e da  humanidade, graças a  uma vontade  inquebrantável, todos acreditarão  ver  o destino  com  seus  caminhos  desconhecidos. Ninguém  saberá  o que o  rei  quer  alcançar com suas ordens e, por  isso, ninguém ousará  pôr-se  de  través  num  caminho  ignorado.
     É   preciso, bem   entendido, que  a  intelig6encia  do  rei  corresponde  ao  plano do governo que lhe é confiado. Por   isso, somente  subirá  a trono  depois de ter sido sua  inteligência  posta  em  prova  pelos Sábios a  que  nos  referimos. A   fim  de  que o  povo conheça  e  ame  seu  rei,  é   necessário  que  converse com o povo na  praça  pública. Isto produzirá  a   união  precisa  das  duas  forças  que  hoje  separamos  pelo terror.
     Esse  terror  nos era  indispensável  durante  algum   tempo, para  que  as  duas  forças caíssem   separadamente  sob  a  nossa  influência...
     O  rei  dos  judeus  não  deve ficar sob o  império  de  suas  paixões, sobretudo  sob o  império  da voluptuosidade: não deve  dar  por  nenhuma   face  de  seu  caráter, lugar  a   que  seus  instintos  dominem  sua  inteligência. A  voluptuosidade  obra  de   modo  pernicioso sobre as  faculdades  intelectuais  e  a claridade  de  visão, desviando  os   pensamentos  para  o  lado  pior  e  mais  animal  da  atividade  humana.
     A  pessoa  do Soberano Universal  da estirpe santa de David  deve sacrificar a  seu povo  todos os seus gostos  pessoais.
     Nosso  soberano  deve ser  de  exemplar   inatacabilidade.

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