Traficantes presos em flagrante vão sair da cadeia -
Rosana Figueiredorfigueiredo@redegazeta.com.br
Milhares de pessoas presas em flagrante por tráfico de drogas podem ganhar a liberdade antes mesmo de serem julgadas. Isso será possível depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na quinta-feira, que suspeitos de tráfico têm direito à liberdade provisória, assim como todas as pessoas que respondem a processos criminais. Os ministros do STF entenderam que o Artigo 44 da Lei de Drogas, que proíbe a concessão de liberdade provisória nos casos de tráfico, é inconstitucional.
Com a decisão, quem trabalha no combate ao tráfico acredita que ficará mais difícil tirar traficantes das ruas. "É uma decisão desastrosa, pois diminui o tempo de detenção de pessoas presas com entorpecentes. Hoje, quase a totalidade dos presos por tráfico volta a traficar depois que sai da cadeia. Com essa decisão, eles vão voltar mais rapidamente para o tráfico", opina Diego Yamashita, titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten).
De janeiro a abril deste ano, 1.343 pessoas foram presas por tráfico no Estado, segundo a Secretaria de Segurança. Para a polícia, a decisão do STF vai dificultar a repressão a esse tipo de crime, que ainda está ligado à prática de outros crimes, principalmente de homicídios, roubos e assaltos. Por várias vezes, o governo estimou em 70% o número de crimes motivados por consumo e tráfico de drogas.
"Desde 2006, quando a Lei de Drogas entrou em vigor, o STF vem aliviando a punição de traficantes. Com essa decisão, o STF equipara o tráfico a um crime comum. Mas tráfico é crime específico, hediondo", completa o delegado.
A concessão de liberdade provisória a traficantes também pode, segundo Yamashita, atrair mais gente para o tráfico. "A Lei de Drogas era o único dispositivo que os juízes tinham para manter essas pessoas na cadeia. Além de diminuir o tempo de prisão, essa decisão pode atrair mais pessoas para o tráfico, já que a punição está mais branda."
Já Raphael Boldt, professor de Direito Penal da FDV, acredita que a decisão do STF não deve prejudicar a repressão criminal. "A decisão não impede a condenação pelo crime de tráfico de drogas, apenas permite a liberdade durante o processo em determinados casos. Caberá ao juiz apreciar o pedido de liberdade e concedê-lo ou determinar que o réu fique preso preventivamente", diz.
Milhares de pessoas presas em flagrante por tráfico de drogas podem ganhar a liberdade antes mesmo de serem julgadas. Isso será possível depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na quinta-feira, que suspeitos de tráfico têm direito à liberdade provisória, assim como todas as pessoas que respondem a processos criminais. Os ministros do STF entenderam que o Artigo 44 da Lei de Drogas, que proíbe a concessão de liberdade provisória nos casos de tráfico, é inconstitucional.
Com a decisão, quem trabalha no combate ao tráfico acredita que ficará mais difícil tirar traficantes das ruas. "É uma decisão desastrosa, pois diminui o tempo de detenção de pessoas presas com entorpecentes. Hoje, quase a totalidade dos presos por tráfico volta a traficar depois que sai da cadeia. Com essa decisão, eles vão voltar mais rapidamente para o tráfico", opina Diego Yamashita, titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten).
De janeiro a abril deste ano, 1.343 pessoas foram presas por tráfico no Estado, segundo a Secretaria de Segurança. Para a polícia, a decisão do STF vai dificultar a repressão a esse tipo de crime, que ainda está ligado à prática de outros crimes, principalmente de homicídios, roubos e assaltos. Por várias vezes, o governo estimou em 70% o número de crimes motivados por consumo e tráfico de drogas.
"Desde 2006, quando a Lei de Drogas entrou em vigor, o STF vem aliviando a punição de traficantes. Com essa decisão, o STF equipara o tráfico a um crime comum. Mas tráfico é crime específico, hediondo", completa o delegado.
A concessão de liberdade provisória a traficantes também pode, segundo Yamashita, atrair mais gente para o tráfico. "A Lei de Drogas era o único dispositivo que os juízes tinham para manter essas pessoas na cadeia. Além de diminuir o tempo de prisão, essa decisão pode atrair mais pessoas para o tráfico, já que a punição está mais branda."
Já Raphael Boldt, professor de Direito Penal da FDV, acredita que a decisão do STF não deve prejudicar a repressão criminal. "A decisão não impede a condenação pelo crime de tráfico de drogas, apenas permite a liberdade durante o processo em determinados casos. Caberá ao juiz apreciar o pedido de liberdade e concedê-lo ou determinar que o réu fique preso preventivamente", diz.
Análise
Prisão preventiva é banalizada no país
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) consagra a afirmação de princípios constitucionais de proteção do cidadão contra intervenções punitivas arbitrárias e abusivas. A prisão preventiva é uma medida que deve ter caráter excepcional, em casos de extrema necessidade. O que ocorre no Brasil, no entanto, é uma banalização dessa medida. No caso de tráfico de entorpecentes, a utilização desmedida das prisões cautelares assume a finalidade de política de higiene social, de criminalização da miséria, do encarceramento massivo ou da eliminação da juventude negra e pobre. Dessa forma, o que o Supremo Tribunal Federal reafirma nessa decisão é o compromisso com os direitos fundamentais do cidadão.
Thiago Fabres
Professor de Direito Penal da FDV
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