Fui pela primeira vez a Masonville (não é o nome real), no Tennessee, em 1983, para visitar minha família. Minha mulher e eu fizemos a viagem todos os anos durante quatro anos, e todas as vezes passávamos diante de uma velha igreja que precisava muito de uma boa reforma e de outros cuidados. Quando passava de carro ao lado daquela velha igreja ficava me perguntando que tipo de pessoas se reuniam ali para adorar. Que tipo de visão tinham? Será se não sabiam que a aparência exterior de um edifício revela muito sobre as pessoas que vivem na parte de dentro? A igreja não tinha uma placa de identificação, era apenas um velho edifício que projetava uma imagem de fadiga. Não podia imaginar que quatro anos mais tarde, eu me tornaria o pastor daquela igreja.
Naqueles quatro anos, minha curiosidade cresceu e sentia uma tremenda necessidade de alguém reivindicar o edifício da igreja para a glória de Deus. Ocasionalmente um membro da família mencionava alguém especial naquela congregação, e desenvolvi uma ligação distante em oração por aquela igreja e por seus membros. Naquele tempo, estava alegremente ensinando a Bíblia para adolescentes em uma escola cristã. Nossos dois filhos nasceram durante esse tempo e sentíamos as bênçãos de Deus sendo derramadas sobre nós.
Enquanto isso, uma pequena igreja rural perto de onde morávamos precisava de um pastor e me pediram para assumir. Há tempos sabia que tinha o dom de pastor e mestre [Efésios 4:11]. Meu ministério bivocacional nessa pequena igreja despertou em mim um desejo ardente de servir em tempo integral. Quando me pediram para ser seu pastor, aceitei o chamado.
Durante esse tempo, meu sogro no Kentucky teve câncer no pulmão e nossas viagens para lá eram longas, muito cansativas e pouco freqüentes. Começamos a pedir a orientação de Deus sobre o pastorado em tempo integral e se era a vontade dele que ficássemos mais próximos dos avós das crianças no Kentucky.
Muitos dos meus parentes tinham cópias do meu currículo e um deles em Masonville entregou-o a um membro da Primeira Igreja Batista. Era a mesma igreja decrépita que eu vira nos quatro anos anteriores, só que agora sabia qual era o nome dela. Para minha surpresa, a igreja me contactou e acertamos uma reunião em junho de 1987. Combinamos que apresentaria uma mensagem em outra pequena igreja rural para que o Comitê de Sucessão Pastoral pudesse me ouvir e me avaliar.
Após o serviço, tivemos uma reunião com o Comitê de Sucessão em um restaurante na cidade. Parecia que eles não sabiam o que perguntar ou por onde começar. Queriam saber quanto eu precisaria receber de prebenda. Percebendo a necessidade de orientar a entrevista, comecei a expor algumas das minhas crenças essenciais como pastor.
Primeiro, creio que a Bíblia é a inerrante e inspirada Palavra de Deus em todos os seus 66 livros.
Segundo, creio que Deus atribuiu à igreja sua visão e sua obra, e graciosamente nos convida a participar de seu plano. Ele quer que façamos discípulos e ensinemos as pessoas a seguir a Jesus Cristo como Senhor e Salvador [Mateus 28:19-20]. Essas não são simples opiniões, são ordens de Jesus.
Terceiro, conheço meu dom como pastor e mestre e expliquei que isso significa pastorear as ovelhas, zelar por suas almas, ensinar-lhes a verdade de Deus e liderar por exemplos no serviço para o reino de Deus e sua glória. [Efésios 4:11 e seguintes]. Eu era um mestre e não um pregador, e deixei claro a diferença.
Pedi que convidassem, a não ser que quisessem um pastor-mestre, não um pregador. Eles me garantiram que queriam um pastor-mestre e me pediram para falar à congregação no domingo de manhã e à noite.
Quando eu e minha família chegamos à igreja, fomos levados a conhecer as instalações. O interior estava ainda pior que a parte externa, com exceção do auditório, que tinha recentemente passado por uma pequena reforma. A área de educação e comunhão precisava de uma pintura. Para uma igreja que tinha mais de 500 membros, existiam apenas dois pequenos banheiros. Para os idosos, havia um velho carpete barato nos salões e que estava perigosamente enrugado. As portas exteriores emperravam e eram difíceis de abrir. Quando chovia, entrava água pelas portas e pelas janelas e os telhados estavam caindo no berçário, que tinha um minúsculo banheiro.
Eles precisavam de um pastor e meu coração ficou tocado pela necessidade que estavam enfrentando. Quando me convidaram para ser o pastor, oramos sobre a decisão, discernimos que Deus estava falando conosco, e começamos os preparativos para a mudança para o Tennessee.
O Primeiro Ano
Quando subi ao púlpito naquela manhã de domingo, em agosto de 1987, havia aproximadamente cem pessoas na congregação. Agradeci ao Senhor e comecei meu ministério em Masonville. A igreja cresceu espiritual e numericamente. Aos poucos, novas almas foram acrescentadas ao reino. Foi um feliz período de lua-de-mel.
Minha primeira indicação de problema foi na nossa primeira reunião com os diáconos. Era tempo de realizar um rodízio e uma moção foi rapidamente aprovada para que os mesmos homens continuassem a servir por mais um ano. A reunião foi essencialmente administrativa, e ficou claro que aqueles homens controlavam a igreja e o dinheiro como uma junta de diretores em uma empresa — não eram servos. Observei a necessidade de organizar um retiro e desenvolver um ministério sobre a função diaconal em um futuro próximo.
Passei o primeiro ano conhecendo as pessoas e atendendo às necessidades físicas mais urgentes das instalações. Precisávamos de uma placa externa de identificação; precisávamos reparar e remodelar as salas das classes de estudos. À medida que o trabalho progredia lentamente, havia uma nova emoção no ar e nossa envelhecida congregação e edifício experimentavam uma nova vida.
À medida que fui me estabelecendo e participando da comunidade, comecei a convidar as pessoas a virem à igreja. Muitos riam, "Por que, irmão, você não ficará muito tempo lá." Fiquei sabendo que a Primeira Igreja Batista tinha a reputação de mudar seus pastores após alguns poucos anos. Decidi confiar em Deus e ir atrás daqueles que ele queria que eu discipulasse.
Os Ventos Enganosos da Mudança
Após um ano, tínhamos pago todas as dívidas da igreja, criado um fundo de reforma e formado um Comitê de Planejamento de Longo Prazo. Então, em um domingo, um homem e sua família visitaram nossa igreja. Algo dentro de mim imediatamente ficou em alerta, mas cumprimentei-os e agradeci a visita. Eles voltaram na semana seguinte e anunciaram que estariam mudando para aquela cidade. O marido iria assumir a gerência de uma firma local. Eles pareciam ser bem amigáveis. Além disso, fiquei sabendo que ele era diácono em outra igreja batista em uma cidade não muito longe de Masonville. (Vou chamá-lo daqui para frente de Diácono Fulano). Vários diáconos queriam que ele ingressasse imediatamente no Corpo Diaconal. Um dos diáconos tinha mudado da cidade, de modo que havia uma vaga. Entretanto, os estatutos da igreja requeriam que qualquer diácono que fosse recebido de outra igreja deveria aguardar um ano antes de poder ser escolhido como diácono. Bati firme nesse ponto e os diáconos finalmente concordaram. Entretanto, ele poderia trabalhar em um comitê e pedimos que participasse do Comitê de Construção.
O Diácono Fulano visitava todas as classes da Escola Dominical, dizendo que queria descobrir qual classe de adultos seria melhor para ele e sua mulher. Após alguns meses, decidiram participar de uma classe que se reunia em um canto da área de Educação Cristã, da qual participavam vários diáconos e o prefeito de Masonville.
A igreja continuava crescendo. Novas classes foram iniciadas e as almas continuavam a ser acrescentadas ao reino. No entanto, algo sinistro estava presente. Sentia isso, mas estava cego e não conseguia ver a raiz do problema. Como pastor, sempre procurei ver o bem em todos, exatamente como desejo que as pessoas vejam em mim. Entretanto, mais de uma vez, deixei de dar atenção à voz que me dizia "Cuidado!".
Um exemplo de mudança foi a recepção a um casal que tinha mudado para Masonville proveniente de outro Estado. A mulher começou a freqüentar regularmente a igreja e o marido aparecia ocasionalmente, nos serviços especiais. Nossos estatutos permitiam receber membros de outras igrejas não-batistas, se professassem fé em Cristo e tivessem sido batizados por imersão. Após entrevistá-la e me certificar de sua fé em Cristo (tanto quanto pude verificar), perguntei à igreja qual seria a decisão. A mulher foi recebida como membro. Pouco tempo depois, nosso tesoureiro renunciou e o presidente do Comitê de Finanças, em pânico, recomendou o nome dessa senhora. Argumentei que não seria adequado, pois ela era muito nova na igreja. Após muitos protestos, fui contra aquela tênue voz e acabei cedendo. Ela aceitou com a condição que pudesse manter os livros contábeis no seu local de trabalho. Concordamos, e ela passou a controlar os registros financeiros da igreja.
Senti um vento gelado soprando, mas não podia determinar de qual direção. As coisas pareciam bem exteriormente, mas havia algo sinistro ali. O que poderia ser? As almas estavam sendo acrescentadas ao reino, e as ofertas e dízimos estavam crescendo. Talvez o problema fosse comigo. Novamente, deixei de orar e de pedir discernimento sobre essa crescente opressão.
Por volta do meu terceiro ano, Fulano estava bem entrincheirado como diácono e agora presidia o Comitê de Construção e o Comitê de Planejamento de Longo Prazo. Naquela época, um jovem casal que me visitou ficou ofendido com meu ensino sobre os dons espirituais. Eles iniciaram uma cruzada contra mim, desalojando vários membros fiéis da igreja.
Outros problemas apareceram. Comecei a observar o atraso no pagamento de várias contas. Além disso, certos diáconos eram vistos reunidos com a tesoureira — não no local de trabalho dela, onde mantinha os livros contábeis, mas no local de trabalho deles. Além disso, os comitês não estavam se reunindo como deveriam, e começaram a surgir rumores que alguns diáconos estavam insatisfeitos com o pastor. Alguns estavam formando grupinhos. Por exemplo, quando visitantes adultos vinham à igreja, eram encaminhados à classe da qual o Diácono Fulano tinha se apropriado.
Um jovem então veio a mim e pediu para ser discipulado. Esse é um dos meus dons. Discipular as pessoas multiplica meus esforços, trazendo mais almas para o reino. Após a segunda sessão, ele anunciou que estava pronto para pregar no próximo domingo. Retruquei que ele ainda não estava preparado, e o incentivei a continuar estudando comigo os livros da Bíblia, as doutrinas básicas, os métodos de estudo bíblico, etc. Prometi reconsiderar após um ano. Visivelmente aborrecido, ele saiu do gabinete e mais rumores chegaram aos meus ouvidos que eu estava fazendo os membros saírem da igreja.
A Conexão com a Loja Maçônica
Em uma noite, quando estava fazendo algumas visitas, um diácono me fez estacionar o carro perto da Loja Maçônica de Masonville, apontando orgulhosamente para o edifício e citando seis dos diáconos atuais e dois inativos que eram membros da loja. Ele mencionou que o Diácono Fulano era Mestre Venerável da Grande Loja. Ele se sentia orgulhoso pelo fato de a Primeira Igreja Batista ter um maçom tão estimado como diácono. Como eu não sabia nada a respeito da Maçonaria, aquilo não me impressionou. No entanto, arquivei aquela informação na minha mente.
O Diácono Fulano, que era um homem descontraído e que falava pouco, estava agora ativamente organizando festas e criando seu grupo. Nesse tempo, aconteceu de eu ir à Livraria Batista em Nashville, e ver o livro Deadly Deception [Engano Mortal], de Tom McKenney, uma biografia de Jim Shaw, um ex-maçom de Grau 33. Shaw recebeu a Cristo como Senhor e Salvador e o Espírito Santo o convenceu a se desligar da loja (escrevendo uma carta de desligamento). Ele dedicou o resto de sua vida advertindo os não-maçons e maçons sobre os falsos e enganosos ensinos espirituais da Maçonaria.
Levei o livro para casa e não consegui deixar de ler até chegar ao final. Imediatamente, telefonei para o autor, Tom McKenney. Seus conselhos e oração foram inestimáveis. Enquanto estava lendo o livro, lembrei que meu avô fora maçom. Ele queria que eu entrasse na loja. No entanto, sempre suspeitei que havia algo de secreto e de fraternal.
Telefonei para meu irmão, que era dono de um sebo em New Jersey. Após ouvir sobre as minhas descobertas e a necessidade de material maçônico, ele me advertiu do perigo, mas me enviou prontamente os livros. Obras como Morals and Dogma, de Albert Pike; History of Freemasonry, de Raymond Moore; A New Encyclopedia of Freemasonry, de Arthur Waite, etc.
Por volta dessa época, ganhei de presente um exemplar de Este Mundo Tenebroso, de Frank Peretti. Sentia que estava vivendo uma história parecida. Passei o livro adiante para outras pessoas na igreja e enviei alguns pedidos de oração para os intercessores. No entanto, era difícil saber em quem confiar. Qualquer conversa branda sobre a estrutura da igreja ou sobre pessoal tornava-se uma oportunidade para críticas. Em vez de estudar, preparar mensagens, discipular, aconselhar e visitar, eu ficava participando de uma reunião após a outra sobre essa acusação ou aquele julgamento. A guerra espiritual ocorria por todos os lados. Minha mulher e eu começamos a nos sentir isolados daqueles a quem fomos chamados para servir. As conversas casuais conosco eram evitadas. Quando íamos conversar com as pessoas, parecia que procuravam olhar para os lados para ver se estavam sendo observadas.
Juntando Forças Para a Batalha
Li o livro de Peretti novamente e permiti que ele me encorajasse a orar e buscar a vitória em Jesus. Aprendi algo sobre mim mesmo que sempre orava em pé, caminhando, e correndo, mas nunca de joelhos. Várias passagens das Escrituras me fortaleceram nas minhas provas de fé e de serviço, e comecei a orar mais de joelhos. Li o Salmo 5:1-4, e cedo de manhã, abria minha agenda de oração diante do Senhor, pedindo que "desse ouvidos às minhas palavras".
Ao fazer um estudo em 1 Pedro para preparar o sermão de uma manhã de domingo, essa passagem chamou minha atenção: "Ora, pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com este pensamento, que aquele que padeceu na carne já cessou do pecado... Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado." [1 Pedro 4:1,14].
Outras Escrituras que me abençoaram e me deram forças foram Isaías 12:2-3; 41:10 e Salmo 105:1; 106:1. Lembrei de Jeremias 33:3 e pedi que Deus me ensinasse coisas grandes e firmes. Em Salmo 32:8, também pedi direção para as coisas que devia dizer e fazer. Estava na cova com os leões e eles não estavam dormindo — "Senhor, também me chamo Daniel."
O Primeiro Ataque
A tesoureira controlava as finanças e o orçamento, e várias vezes ameaçou renunciar por causa de conflitos com o Comitê de Finanças. No outono de 91, ela entrou furiosa no meu gabinete e disse: "Renuncio!" Era a quinta vez que tentara manipular o Comitê. Dessa vez, aceitei sua renúncia. Telefonei para o presidente do Comitê de Finanças para informá-lo do fato. Ele foi visitá-la, temeroso que acabasse ficando com a responsabilidade de gerir os livros. Depois ele veio me dizer que ela realmente renunciara, mas que se recusava a lhe entregar os livros.
Alguns dias depois, um dos diáconos maçons foi visto na residência dela. Na semana seguinte, ela pediu a convocação de uma reunião para considerar a destituição do pastor. Ela me acusava de tê-la demitido. O marido dela, a quem eu recentemente conduzira ao Senhor e batizara, apoiou a moção.
Iniciei minha própria investigação e descobri que algumas anuidades nunca tinham sido enviadas a Dallas. Confrontei o presidente do Comitê de Finanças e um diácono a respeito das diversas contas não-pagas e verbas orçamentárias não estarem justificadas. O presidente me convenceu a deixar aquilo passar, convidar outra pessoa a assumir o cargo de tesoureiro, e descobrir o que podíamos fazer sem comunicar à igreja por enquanto. A igreja já estava alvoroçada e aquilo somente causaria maiores problemas, ele raciocinava. Concordei e deixei de exercer a disciplina.
No calor da batalha, errei, deixando de buscar conselho com os sábios [Provérbios 1:5]. Preciso dizer aos meus colegas pastores, que os pecados que afetam todo o corpo sempre devem ser confrontados e revelados à igreja imediatamente.
Como não tomei tal ação, a ex-tesoureira não deixou a igreja. Furiosa, começou a me atacar por trás dos bastidores. No meio de tudo isso, enquanto as profissões de fé continuavam aumentando, o número de pessoas que freqüentava a igreja declinava. O programa de construção estava virtualmente morto.
Em minhas orações diárias, fiquei convencido da necessidade de me humilhar e de buscar uma avaliação do corpo diaconal. O presidente rapidamente apanhou aquela oportunidade e dirigiu os esforços. Os diáconos tiveram uma reunião preliminar. Depois, em outra data, pediram que eu comparecesse a uma reunião em que apresentariam um relatório. Meu pedido original foi para os doze diáconos ativos, mas incluíram seis diáconos inativos, e fiquei diante daqueles dezoito homens que não pareciam dispostos a me oferecer chá e torradas. O recinto estava sóbrio, pesado e cáustico. A tensão enchia o ar; seria uma noite muito longa.
O presidente fez com que o Diácono Fulano apresentasse o relatório. Recebi avaliações positivas em nove pontos e negativas em mais de trinta. Do lado positivo, fui considerado um bom mestre e um bom pastor. Entre os pontos com avaliações negativas, freqüentemente meus sermões avançavam além do meio-dia; citava muito grego e hebraico, e geralmente falava em um nível acima da compreensão deles. Ouvi e tomei algumas notas, orando pedindo direção e controle da minha língua [Provérbios 15:1]. A tendência natural é estar na defensiva, mas queria descobrir quais eram as reclamações e fazer cessar a criação de rumores. Vi rapidamente dois itens de reclamações que reconheci como reais. Sim, algumas vezes eu me estendia até depois do meio-dia. Pedi desculpas pelo excesso. Entretanto, se houvesse uma decisão ao lado de Cristo, naturalmente, o tempo precisaria ser estendido um pouco mais.
Pedi a ajuda deles para preservar 35-40 minutos que eu precisava para meus sermões. Prometi analisar o restante da lista e buscar o conselho e a direção de Deus sobre se eu tinha excedido minha autoridade ou se deixara de cumprir algum dever pastoral. Lembrei-os, porém, que queria pregar plenamente a Palavra de Deus.
Um dos diáconos sugeriu então que tudo que tinha acontecido nos dois últimos anos era culpa minha. Vários sugeriram que eu considerasse a renúncia. Respondi, "Nenhuma das acusações que os Senhores me fazem justifica a renúncia. Falem a verdade. Digam o que está se passando aqui."
O recinto ficou mortalmente silencioso. Um dos maçons disse: "Temos de fazer alguma coisa!" Orei silenciosamente, "Senhor, estou em tuas mãos; seja feita a tua vontade."
O silêncio era sepulcral. Finalmente, o Diácono Fulano, o maçom-chefe, explodiu. A face dele ficou vermelha como um pimentão. Apontou o dedo para a minha cara e disse: "Estamos fazendo isso porque o amamos! O senhor precisa mudar e permitir que o ajudemos no ministério!"
O presidente do corpo diaconal não pôde propor uma moção e o Diácono Fulano parecia hesitante em propor alguma coisa. Deus tinha fechado a boca do leão.
A paz que somente o Senhor pode dar veio sobre mim e senti sua presença. No fim da reunião, agradeci a eles, sabendo que a vontade de Deus tinha sido feita.
Refleti sobre aquela avaliação durante vários dias. Observei que a fábrica de rumores parou durante esse tempo e a batalha parecia estar em uma trégua. Fiz alguns preparativos para participar de um seminário "Ministério nos Anos 90" em Knoxville, com minha mulher. Nesse encontro dos pastores batistas, a questão dos maçons foi abordada. Vários pastores falaram sobre como foram destituídos e como tudo transcorreu. Tive a oportunidade de compartilhar que estava enfrentando um problema com os maçons e estava preocupado sobre como resolver o conflito. Em uma sessão de pequenos grupos, compartilhei como pedi a avaliação dos diáconos. Os pastores ficaram chocados. Um dos líderes do grupo perguntou, "Você estava louco quando pediu para eles fazerem isso?" Compartilhei então o quanto aprendi e como aquilo me deu a oportunidade de ouvir cara a cara quais eram as reclamações, em vez de ouvir somente por rumores. Fiquei pelado, é certo, mas sentia que alguns dos pastores ficaram interessados porque ouvi e testifiquei da minha disposição de passar por essa exposição. A maioria, porém, achou que errei ao pedir uma avaliação. "Essa é uma coisa que um pastor simplesmente não deve fazer", disseram. Ainda acho que minha ação na Primeira Igreja Batista foi de acordo com a obra de Deus.
Vamos Fazer um Acordo
Algumas semanas mais tarde, após nosso retorno do seminário, um dos diáconos me levou até um canto após o culto e queria saber se eu iria à reunião. "Qual reunião?", perguntei. Ele não sabia exatamente qual seria o assunto, mas o fato de eu não ter sido avisado que havia uma reunião dos diáconos convocada o deixou desconfiado que algo estava sendo armado. Eu lhe disse para ir à reunião em oração, pois tinha um pressentimento que receberia uma ligação telefônica do presidente do corpo diaconal mais cedo ou mais tarde.
De fato, naquela tarde o presidente do corpo diaconal me telefonou e pediu que fosse à igreja. Os diáconos queriam uma reunião comigo e fazer um acordo. Eu lhe disse que iria imediatamente, mas que qualquer reunião não-convocada violava os estatutos. Pedi que minha mulher telefonasse para os membros da igreja que me apoiavam para que estivessem em oração, para minha proteção.
Fui primeiro ao meu gabinete, apanhei uma cópia dos estatutos, a Bíblia e um caderno. Fiz uma consulta rápida aos estatutos. Sim, a convocação da reunião sem o meu conhecimento prévio era ilegal. Orei de acordo com Jeremias 33:3 e Salmo 32:8 e fui à sala de reuniões. Eles não eram um grupo de homens alegres, cheios do Espírito. Observei que dois diáconos ativos não estavam presentes. Sentei-me ao lado do presidente. Todos os olhares estavam fixos em mim. A tensão e a ira começaram a crescer visivelmente. Sem quaisquer preliminares, o presidente começou a expor o "acordo".
"Fizemos uma votação, em que o resultado foi de dez a um, e decidimos pedir sua renúncia. Seus cinco anos de ministério prejudicaram a igreja financeira, numérica e espiritualmente. Opção um: Se renunciar imediatamente, recomendaremos a concessão de uma indenização e benefícios totais por noventa dias. Opção dois: Rejeitar e ser destituído, deixar a residência pastoral imediatamente; nenhuma indenização, perda do seguro após trinta dias."
Essas não eram "opções". Eles sabiam que não poderia encontrar um local para morar. Esperavam que aceitasse a primeira opção sem questionar. No entanto, sabia que estavam violando os estatutos da igreja. A reunião era ilegal, pois a contratação e destituição de um pastor nunca deveria ser feita pelos diáconos, mas sim por toda a congregação. Comecei a ficar muito irritado e orei pedindo domínio próprio. Lembro que olhei em volta da mesa e lembrei de um conselho do Dr. Charles Stanley. Ele dizia que recebia em média um telefonema por semana de um pastor que estava prestes a ser destituído. "O que devo fazer?" O Dr. Stanley dizia, "Crê que Deus o chamou para essa igreja? Em caso afirmativo, Deus lhe disse para deixar a igreja? Se não disse, então pergunte por que querem que você renuncie sob pressão e vá contra a vontade de Deus? O que isso diz sobre o que eles realmente crêem sobre Deus?"
Essa orientação inspirou minha resposta aos diáconos. Olhei para suas faces e senti compaixão e paz virem sobre mim. Pensei na recusa deles de levar suas Bíblias à igreja. Pensei em seus pecados na cidade, que tanto tinham prejudicado o ministério do evangelho. Pensei em suas mentiras e falsidades, e sabia que a renúncia não seria o melhor para eles, nem para a igreja, nem para mim. Sabia que não era a vontade de Deus que renunciasse. Com grande emoção, disse: "Senhores, não vejo nesta reunião um corpo de homens digno de decidir a vontade de Deus para esta igreja, para minha vida, e muito menos para a minha família. Peço a convocação de uma assembléia para que a igreja decida a questão. Os estatutos requerem a exposição de motivos e que as partes sejam ouvidas antes que uma decisão seja tomada."
Para minha surpresa, eles concordaram com a convocação de uma assembléia para a noite da quarta-feira. A convocação seria feita no fim da mensagem do culto da noite. Um dos diáconos me chamou a um canto e me disse que entendera mal o propósito da votação e que votaria pela minha continuidade como pastor. Fui para casa e comecei a fazer as ligações telefônicas. No encerramento da mensagem da noite do domingo, realmente enfoquei João 14:6. "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." Os diáconos estavam lívidos, vibrando em seus bancos, esperando que eu convocasse a assembléia da igreja. Isso foi feito e a palavra foi enviada.
Normalmente, uma assembléia administrativa na noite de uma quarta-feira em uma igreja batista é somente para os supercomprometidos — aqueles poucos fiéis que sentem o dever de estarem presentes. Aquela noite de quarta-feira foi uma das duas que jamais esquecerei.
A Assembléia Convocada
Na segunda-feira liguei para alguns colegas pastores, que por sua vez prometeram ligar para outros colegas. Pedi uma cobertura de oração, para que Deus fosse glorificado por meio daquela provação pela qual minha família estava passando. Minha mulher e eu ficamos de joelhos na noite anterior à assembléia e colocamos nossas vidas e nosso ministério diante do Senhor. Estávamos prontos para partir ou dispostos a ficar. Apenas queríamos que a vontade de Deus fosse feita e que o nome dele fosse glorificado.
Alguns membros que me apoiavam tinham combinado chegar meia hora antes para ter um encontro de oração para que Satanás fosse repreendido, e para buscar a vontade de Deus. Intercedemos por aqueles que estavam sendo usados pelo Maligno. Após a oração, planejamos uma estratégia para controlar a reunião, propondo uma ordem a ser seguida e que fosse justa a todas as partes. Como a reunião era para decidir o futuro do emprego do pastor na Primeira Igreja Batista, uma exposição total das acusações deveria ser feita. Um tempo equânime seria dado para aqueles que apoiavam o pastor. Isso deveria ser feito uma pessoa de cada vez para cada lado. Os estatutos previam a aprovação de 75% dos membros votantes para a escolha de um pastor. Foi proposto que essa mesma porcentagem também fosse usada para a remoção. Esse item não foi aprovado na assembléia. A igreja decidiu adotar a maioria simples. As cartas estavam postas na mesa. Havia o risco de uma cisão.
Aqueles que me apoiavam tinham combinado que estariam dispersos por todo o auditório. Tínhamos combinado orar pela paz e pela presença de Deus e que Satanás fosse repreendido. O auditório estava ocupado em três quartos de sua capacidade. Havia algumas pessoas presentes que eu nunca vira na igreja antes. Algumas, vi somente uma ou duas vezes durante meus cinco anos de pastorado na Primeira Igreja Batista. Muitos vieram apenas para votar, mas nunca vieram para crescer espiritualmente ou para servir. Achava estranho que nunca tivessem vindo para me ouvir pregar, mas que estivessem ali para votar na minha destituição. Como deve ter sido difícil para Jesus no dia final em Jerusalém! Era minha imaginação, ou realmente sentia cheiro de enxofre? Talvez tivesse lido demais os livros de Frank Peretti.
Minha mulher e eu tínhamos combinado que seria melhor que nossos dois filhos pequenos estivessem presentes para ouvir o que seria dito sobre o papai. Não queríamos que alguma vez duvidassem da minha pureza e integridade moral no cargo. Nunca nos arrependemos dessa decisão. Acreditamos que quando o homem de Deus não tem nada a esconder, sua família precisa ser testemunha de tudo o que se passa.
A assembléia iniciou por volta das 19 horas. Alguns tinham vindo antes para orar. Certo tempo após o início, comecei a ouvir batidas metálicas acima de nós. Meus filhos se inclinaram até nós e perguntaram, "Ouviram o barulho". Phyllis e eu dissemos, "Sim, ouvimos". Um dos meus amigos estava no banco na minha frente. Dei um tapinha no ombro dele e no de sua mulher e perguntei se tinham ouvido aquele barulho estranho acima de nós. "Não", responderam. Mais tarde, verifiquei que os únicos que ouviram foram os membros da minha família. Acreditamos que os anjos de Deus e os demônios de Satanás estiveram em combate para poderem influenciar o resultado daquela assembléia. Como Deus é compassivo! Somente minha família precisava ouvir a batalha, para nossa própria certeza de que Deus é nossa fortaleza.
A assembléia começou com a mesma ex-tesoureira, a mulher que mantinha os livros contábeis questionáveis. Ela propôs minha destituição do cargo de pastor da Primeira Igreja Batista. O marido dela apoiou a proposta, como tinha feito anteriormente. Com isso, a discussão iniciou. Os diáconos iam ao pódio e apresentavam suas opiniões ou acusações. Em seguida, um apoiador ia e dizia por que as acusações precisariam ser avaliadas — não apenas pelo mérito, mas quem estava fazendo a acusação. Se o pastor estava sendo acusado de alguma coisa, como os diáconos procuraram ajudar o ministério com relação ao bem-estar financeiro, numérico e espiritual da igreja?
O presidente do corpo diaconal esperou sua vez quase até o final. Eu falaria em seguida. Neste ponto, estávamos há duas horas e meia em assembléia. Ninguém, velho ou jovem saiu para fazer uma pausa. "Por que no domingo de manhã, adultos e jovens se levantam para ir ao banheiro, e distraem os demais, mas não hoje à noite?", pensei comigo mesmo.
Observei o presidente do corpo diaconal atentamente do meu lugar. Ele apresentou a avaliação que os diáconos tinham feito a meu respeito, que por acordo unânime deles não seria revelado. Ele foi à frente e leu meus trinta pontos negativos e nove positivos, esperando que aquilo influenciasse a votação.
Finalmente, o presidente da assembléia disse que seria minha vez de falar por trinta minutos. Eu tinha feito algumas anotações sobre pontos fundamentais e tinha refutações perfeitas, incluindo a exposição pública da ex-tesoureira, que parecia estar colaborando com os maçons. No entanto, quando me levantei do banco, uma voz fraca dizia, "Não diga isso."
"És tu, Senhor?", perguntei.
Novamente, ouvi, "Não diga isso."
Estou agora no corredor indo em direção ao pódio discutindo com Deus. Ao passar pelos primeiros bancos, novamente perguntei, desta vez em desespero, "Senhor, o que devo dizer?"
"Diga o teu nome."
Ri silenciosamente ao subir a plataforma e tocar o familiar púlpito de carvalho, que tinha começado a amar tanto. Olhei para os rostos no auditório. Nunca antes houve uma multidão tão grande de pessoas, exceto durante um reavivamento. Nunca em cinco anos eu tinha visto algumas daquelas pessoas, que estavam ali apenas para decidir meu futuro. Os olhos delas estavam repletos de ódio. Ao lado da minha mulher estava uma amiga com uma caixa de lenços de papel. Muitas pessoas no auditório estavam angustiadas e choravam.
Fiz uma pausa e refleti em algo que percebi que vinha do Senhor durante a reunião. Três vezes enquanto os opositores criticavam meu ministério, ouvi o sussurro, "Ouça a dor deles."
Fiquei ali mudo e comecei a chorar. Pedi a minha mulher que me desse um lenço de papel. Ao olhar para o auditório, percebi que muitos dos que estavam ali nem sabiam quem eu era. Talvez também não conheçam a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Talvez estivessem cegos pela dor, sem perceber que estavam sendo usados por Satanás para lutar contra a obra do reino de Deus. Estava quebrantado com uma preocupação por eles. Ouvia a dor deles. Agora podia ver a dor em seus olhos.
Eu tinha orado por aqueles na cidade que precisavam de Jesus e que se opunham à obra de Cristo dentro e fora da igreja. Aquela noite era uma resposta àquela oração. Todos eles estavam sentados diante de mim.
"Meu nome é Dan Carlen", disse. "Quero contar o que meu Senhor e Salvador fez por mim."
Em vinte e cinco minutos, dei meu testemunho de salvação, meu chamado ao pastorado e meu chamado à Primeira Igreja Batista. Encerrei com Tiago 2:18, "Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras".
Em seguida, li a Grande Comissão do Senhor, em Mateus 28:18-20 e voltei ao meu assento. Eram dez horas da noite — hora de votar.
O Segundo Ataque
A votação seria em uma urna secreta. As cédulas foram distribuídas e a votação realizada. Eu estava em paz, como também minha mulher e meus filhos. Como os amei naquele momento! Uma mulher temente a Deus e filhos preciosos são realmente uma dádiva e uma bênção de Deus.
O resultado foi anunciado, "Cinqüenta e dois contra e sessenta e sete a favor da minha manutenção como pastor." Choro e regozijo tomaram conta da assembléia. Obviamente, muitos preferiram não votar, e foram meros espectadores. Quem sabe, pode ser que alguns anjos estivessem ali disfarçados de membros da igreja, para votar a meu favor.
O presidente dos diáconos proclamou em alta voz ao sair, "Rapazes, nosso trabalho foi impedido desta vez, mas ainda não terminou." Eu sabia que ele estava dizendo a verdade.
O Diácono Fulano estava no lado direito da congregação, chorando de forma tão convulsiva, que até tremia. Não eram lágrimas de alegria. Após receber os muitos cumprimentos, fui até ele. Disse que o amava. Ele chorava. Convidei-o a vir e conversar comigo e a reconciliar-se para servirmos juntos ao Senhor na igreja. Perguntei se já lera Morals and Dogma, de Albert Pike. Ele admitiu que só lera algumas páginas. Citei diversos outros livros maçônicos que tinha lido. Ele só tinha lido pequenas porções daqueles livros. Perguntei em que grau da Maçonaria ele estava. Era o décimo oitavo. Perguntei então se reconhecia que sua fé cristã e a santa Palavra de Deus tinham autoridade sobre todos os outros sistemas humanos de crença. Disse-lhe que deveria examinar o sistema de crenças da Maçonaria e compará-lo com as Escrituras; que somente na Palavra de Deus ele ganharia a verdadeira luz de um relacionamento com Jesus Cristo. No entanto, primeiro, ele precisaria se desligar da Loja.
Quando disse essa última frase, ele explodiu de raiva, com seu dedo em riste contra mim. Com sua face totalmente vermelha, com as veias aparecendo, ele disse que era minha culpa. "Saia daqui", berrou. Eu o acalmei, enquanto minha família e outros amigos que estavam perto começaram a orar. Pedi que me acompanhasse em uma oração nos fundos, o que ele fez. Mas não havia paz. Sabia que não havia acabado para ele.
Nas semanas seguintes, os diáconos boicotaram a hora de adoração e evitaram outros serviços. Retiveram seus dízimos e após um mês tornou-se claro que esperavam me paralisar. No entanto, desta vez, o livro de Frank Peretti estava sendo lido e circulado novamente. Precisávamos de orações urgentes pela ajuda e direção de Deus.
Dois meses depois, observei que tínhamos alguns visitantes. Havia um espírito mais doce nos nossos serviços. O novo tesoureiro informou que as ofertas estavam crescendo novamente. Era uma época emocionante para ser o pastor.
O Natal de 1992 chegou e passou. O novo ano prometia um novo frescor. O que Deus tinha em mente para a Primeira Igreja Batista e para Masonville no novo ano?
No primeiro domingo descobri. Todos os diáconos e suas famílias estavam de volta à comunhão. Li 1 Coríntios 11:23-32 e enfatizei a importância de julgar a si mesmo com relação aos pecados não-confessados [1 João 1:9]. Eles participaram da ceia assim mesmo. No encerramento do serviço, apresentaram-se diante de mim com sorrisos complacentes. Senti que na próxima oportunidade, iriam novamente procurar meu afastamento sem convocar uma assembléia.
Comecei a buscar intensamente a vontade de Deus com referência a uma mudança de ministério. Deus me dizia para esperar. Comecei a liderar nossos novos membros dos comitês e colocá-los para trabalhar. Devido ao bloqueio de certos maçons nos comitês, a visão de ministrar e de fazer a obra de Deus não estava sendo realizada. Eu não sentia paz a respeito de uma renúncia e nenhuma indicação de uma mudança era evidente, porém o ministério estava em uma situação de paralisia. Era difícil orar e estudar por causa das constantes interrupções e problemas com aconselhamento e constantes disputas que ocorriam na congregação. Parecia que Satanás estava batendo nas ovelhas. Algumas pessoas que me apoiavam adoeceram, com uma infecção virótica que se alastrou na cidade. Eu estava com diversas viagens agendadas, e a igreja parecia estar caminhando sem firmeza. A opressão era intensa.
Então, um dos diáconos me abordou no saguão e disse com uma voz mais alta do que o normal, "Gostaria que o senhor fosse embora, que saísse daqui! Toda essa raiva e infelicidade — é culpa sua." Eu o acalmei e o convidei a vir ao gabinete pastoral e expliquei que estava buscando a vontade de Deus. Eu tinha enviado meu currículo há algum tempo, mas Deus ainda me dizia para ser paciente e fiel, e esperar. Pedi a esse diácono que orasse comigo para que o Senhor convertesse a maldição em bênção e que todos nos aproximássemos mais dele naquele período de provação. Despedimo-nos em termos amigáveis, ou pelo menos achei que sim.
Mais tarde, recebi uma ligação de um membro informando que vários diáconos foram vistos na cidade reunidos com a ex-tesoureira. Suspeitamos que estavam armando uma terceira tentativa de me destituir.
Estava ensinando sobre o "Sermão da Montanha" em uma noite de domingo, e Deus realmente falou comigo por meio daquele estudo. Muitos dos maçons vieram assistir e vibraram com as palavras do Senhor. Um diácono maçom tinha recebido a atribuição de sentar no terceiro banco diante de mim e erguer seu relógio para todos verem quando eu deveria encerrar o sermão. Eu o ignorei e continuei até que Deus me orientou a parar. Fiquei imaginando quanto mais daquilo poderia suportar. Lembrei de 1 Coríntios 10:13 e pedi que Deus me ajudasse a suportar. Senti seu conforto.
O novo orçamento estava baseado no que Deus tinha feito anteriormente, e um orçamento de fé para o que acreditávamos que Deus faria em 1993. Pela primeira vez o Comitê de Finanças tinha maioria para adotar esse orçamento. Os diáconos ficaram furiosos. Tínhamos poupado mais de 115 mil dólares para o Fundo de Construção. Zeramos a dívida que a igreja estava pagando há dez anos antes da minha chegada. Novos membros e discípulos treinados estavam ocupando as vagas nos comitês. As coisas estavam chegando a uma conclusão. A tensão era tão intensa que quase podia ser apalpada. Entretanto, Deus estava no controle e trabalhando.
A despeito das dificuldades e do espírito opressivo, havia naquele momento um senso de renovação na congregação. As reuniões com os diáconos em 1993, porém, eram curtas e grossas, o que ajudou a incentivar o ódio ao pastor. Pedi que tivéssemos outro retiro com os diáconos em um parque da cidade. Eles aceitaram. Convidei uma pessoa da Convenção Batista do Tennessee para nos falar sobre a resolução de conflitos. Foi uma boa reunião, mas nada mudou.
No meio de tudo isso, começamos o processo de contratar um ministro da Juventude em tempo parcial como parte do novo orçamento. Isso não foi bem recebido, mas encorajei o Comitê de Pessoal a continuar o processo de entrevistas. Tínhamos também um plano de reavivamento que estava caminhando. No entanto, as tentativas de levar adiante o Comitê de Construção foram recebidas com oposição pelo Diácono Fulano. Parecia que o Comitê não queria reformar a velha igreja por temer que eu recebesse o crédito. Eu somente podia perseverar e orar para ser fiel.
O Terceiro Ataque — Destituição
Em março de 1993, diversas pessoas na congregação adoeceram, especialmente algumas que me apoiavam. Várias outras pessoas estavam fora da cidade. Havia um estranho pressentimento no ar.
O Comitê de Pessoal agendou a visita de um candidato a Ministro da Juventude, da cidade de Nashville, para se reunir com a congregação na nossa assembléia administrativa regular. Ele pouco imaginava como sua visita seria emocionante. Antes da reunião, o Comitê de Pessoal e eu nos reunimos com o candidato. Tudo parecia bem. Quando entramos no auditório, observei a presença de algumas pessoas que não conhecia. O número de pessoas presentes também era consideravelmente maior do que o normal em uma assembléia administrativa em uma quarta-feira à noite em uma igreja batista. Quando me sentei em um dos bancos na frente com o candidato, comecei a ouvir certa movimentação de pessoas atrás de mim. Quando o moderador caminhou até o púlpito, um dos meus amigos deu um tapinha nos meus ombros e me disse para dar uma olhada para trás. Quando me virei, vi um número ainda maior de faces desconhecidas.
Compreendi então por que havia um estranho pressentimento no ar. A palavra tinha sido dada para uma votação enquanto alguns de meus apoiadores estavam doentes e outros estavam fora da cidade. Havia ódio em algumas daquelas faces e vergonha em outras. Disse ao candidato para ficar firme, pois iria presenciar algo inesquecível e pedi desculpas antecipadas pelo que iria acontecer. Disse-lhe que os demônios estavam presentes para incitar aquelas pessoas a me destituir. Pelo número de pessoas presentes e ausentes, sabia que provavelmente iríamos perder, exceto se Deus interviesse novamente.
Uma das pessoas que me apoiavam levantou-se e foi correndo fazer algumas ligações telefônicas. O moderador sabia que estávamos arregimentando nossas forças. Nervoso, tentou apresentar a pauta de assuntos da assembléia. Olhei para meu relógio: eram 19h15min. Mais alguns estranhos chegaram. Olhei para trás e vi admirado que o auditório estava com a metade dos lugares ocupados. Alguns dos que me apoiavam tinham chegado, mas o número ainda era pequeno. Seria fácil para meus opositores. Mantive um senso de calma e orei, "Pai, seja feita a tua vontade."
As preliminares finalmente acabaram e a assembléia administrativa foi iniciada. A ex-tesoureira, que estava participando de uma igreja metodista desde que tentara me destituir pela segunda vez, levantou-se e foi à frente. O moderador permitiu que ela apresentasse uma moção propondo minha destituição, a desocupação do gabinete em três dias e da casa pastoral em trinta dias e a concessão de um mês de salário como indenização.
"Vamos enviá-lo para fazer coisas maiores e melhores", disse rindo com complacência e apontando em minha direção.
Desta vez ela tinha o apoio total dos diáconos. Foi dado pouco espaço para discussão. Um diácono inativo veio à frente e me acusou de não ter comparecido ao funeral de sua mãe, o que o deixou muito magoado. Outros, que participavam do Comitê de Construção disseram que eu criava muitas divisões na congregação. Poucos se levantaram para me defender. Um se levantou, e me impressionou bastante. Era o candidato a Ministro da Mocidade. Ele pediu enfaticamente permissão para falar, o que lhe foi concedido.
"Considerem, por favor, a moção e procurem trabalhar e se reconciliar de acordo com os princípios bíblicos", exclamou. "Não ouvi nenhuma acusação que justifique o tratamento que está sendo dado a este homem de Deus."
Alguém no auditório gritou que ele se sentasse.
Após ele retornar ao seu lugar, o moderador me deu dez minutos para falar. "Senhor, o que devo dizer?" Quando me levantei do meu lugar e caminhei até o púlpito, o Senhor me fez lembrar de Salmo 106:3-10. Cito aqui o verso 3: "Bem-aventurados os que guardam o juízo, o que pratica justiça em todos os tempos." Pedi que reconsiderassem suas ações diante de Deus e que fizessem um compromisso com o Senhor. Voltei ao meu lugar. A votação foi realizada e perdi por alguns votos.
O choro tomou conta da congregação. Um por um, os membros começaram a ir à frente e renunciar aos seus cargos na liderança. O diretor da Escola Dominical renunciou; a secretária da igreja renunciou; a maioria dos professores da Escola Dominical também renunciou, e outros também renunciaram.
No meio de toda aquela comoção, senti alívio. Aquela igreja era controlada por alguns homens envelhecidos governados pelos maçons, que se consideram donos das pessoas, do edifício e das propriedades da igreja. Eu era um intruso ali. O Senhor me liberou daquela carga e do chamado para ministrar àquelas pessoas. Agora era tempo de mudar e de confiar em Deus, buscando seu chamado para outro lugar.
Fui até o gabinete e telefonei para minha mulher para lhe dar a notícia. Ela achou que eu estivesse brincando. O gabinete ficou cheio com as pessoas que me apoiavam e queriam se despedir e dizer palavras de conforto. O grupo cresceu tanto que havia pessoas até na secretaria. A secretária estava lá, bem como o novo tesoureiro, o diretor da Escola Dominical, e outros que tinham renunciado em solidariedade. Havia uma concordância entre eles que devido ao fato de tudo aquilo ter sido tão covarde e frio, tão grosseiro e anticristão, não poderiam de sã consciência permanecer como membros na Primeira Igreja Batista. Eu não conseguia dizer nada, estava indiferente.
O moderador, que permitiu que uma moção fosse proposta por um membro que não estava em comunhão plena com a igreja, era o prefeito de Masonville. Ele passou depois no meu gabinete, deu um amplo sorriso político, dizendo, "Realmente, sinto muito". Era o típico político que sempre está em cima do muro, incapaz de traçar uma linha e dizer "Estou deste lado."
Ao conversar com as pessoas que me apoiavam, comecei a me sentir tão fraco que mal conseguia ficar de pé. Senti uma tremenda necessidade de orar. Pedi que todos ficassem ao meu redor e nos ajoelhamos, alguns no gabinete, outros no saguão. Louvei a Deus, agradecendo pelo privilégio de experimentar de um modo tão pequeno aquilo que Jesus disse "carregar a sua cruz". Aquele era um tempo para experimentar a presença e o poder do Deus Todo-Poderoso. Ele era mais real e pessoal para mim do que nunca tinha sido antes. Intercedi também pela igreja, orando para que aquela maldição fosse convertida em bênção. Em seguida, fui para casa para confortar minha família.
O Que Aconteceu Depois
No dia seguinte, fui imediatamente à rádio para transmitir minha última mensagem radiofônica. Normalmente, essas mensagens eram gravadas com uma semana de antecedência. No entanto, desta vez, queria falar ao vivo, caso contrário meus ouvintes ficariam sem saber o que tinha acontecido. Queria compartilhar com eles minha história antes que os rumores começassem a circular. Finalizei lendo Salmo 106, depois pedi que os ouvintes se lembrassem de mim em suas orações.
Imediatamente, o telefone começou a tocar. Uma cara senhora cristã chorava, expressando seu amor por mim e por minha família. Ela tinha sido uma ouvinte fiel todas as manhãs. Outras pessoas de diversas denominações abençoaram minha família com orações, palavras de encorajamento e dinheiro nas próximas semanas críticas.
Os dias que se seguiram foram um pesadelo. Não tínhamos tempo para sofrer. Tínhamos de desocupar o gabinete, encaixando todas as coisas, enviar os currículos, ministrar, aconselhar, conversar muito com as pessoas que nos procuravam. Então, para acrescentar insulto à injúria, alguém colocou água no tanque de gasolina dos nossos dois carros. Outra pessoa deu um tiro no nosso cão pastor alemão. Durante todo o tempo, algumas pessoas passavam trote e faziam gracejos. Éramos assediados por essas ligações durante a madrugada e bem cedo de manhã. Após três semanas, pedimos que a companhia telefônica rastreasse as ligações que eram feitas à nossa casa. No dia seguinte encontramos a porta do alçapão que havia na parte de fora da nossa casa aberta. Estranhamente, as ligações pararam imediatamente. Acreditamos que alguém tivesse instalado um equipamento de escuta telefônica em nossa casa.
Estávamos procurando desesperadamente um lugar para alugar. Não havia nada. Pensamos em abrir um processo contra a igreja, mas as Escrituras dizem que não devemos ir aos tribunais contra os irmãos na fé. Somente podíamos confiar na providência do Senhor e que ele nos mostrasse o caminho a seguir.
Compareci a uma reunião regular da nossa associação e um caro pastor amigo meu propôs uma moção que minha família e eu pudéssemos mudar para a residência missionária da associação, que estava desocupada. A junta aprovou (não por unanimidade), mas com votos mais do que suficientes. A casa era perfeita, tinha três dormitórios, dois banheiros, garagem para os dois carros, e comportava todos os nossos móveis até que soubéssemos qual seria a vontade de Deus.
Com a ajuda de alguns fiéis, mudamos dentro do prazo, terminando nosso ministério de cinco anos na Primeira Igreja Batista. No sábado seguinte, um grupo de membros da igreja me pediu para falar para eles em uma cafeteria na cidade. Um total de setenta pessoas compareceu. Uma grande oferta foi levantada e dedicada à minha família. Muitos queriam iniciar uma nova igreja. Em vez disso, sugeri que colocassem o dinheiro em uma conta de poupança e aguardassem no Senhor. Eles me pediram que eu ficasse como pregador até que Deus nos dirigisse a outro lugar. Concordei. Decidiram então se tornar um grupo não-oficial de crentes que se reuniam para estudar a Bíblia.
Na próxima semana, mudamos para um local diferente. Após um mês, comecei a sentir minha própria amargura não-resolvida. No nosso próximo estudo bíblico, falei sobre reconciliação e a necessidade de aplicar Mateus 18:15-20 e Lucas 17:1-6. Eles responderam positivamente e elaboraram e votaram uma relação das ofensas e reclamações. Na semana seguinte, o grupo recém-formado foi até a Primeira Igreja Batista participar da assembléia administrativa mensal. A intenção deles era buscar a reconciliação com os outros membros da igreja. Ao término da leitura da relação das reclamações, um diácono se levantou e disse: "Acho que é hora de falar sobre comer com as mãos!"
Por volta das nove horas da noite, o grupo retornou para nosso local temporário de reuniões bem contente, dizendo, "Deus quer que nos tornemos uma igreja. Estamos livres." Intencionalmente, não fui com eles. Permaneci para orar pela reconciliação, mas ela não ocorreria em pouco tempo. Demos as mãos uns aos outros e oramos pedindo a orientação e ajuda de Deus. Pediram que eu ficasse como pastor do grupo, mas como ainda não sentia uma direção clara, concordei em me tornar pastor interino até que Deus nos mostrasse claramente o que estava fazendo, e o que queria de nós. Enquanto isso, continuei enviando mais alguns currículos.
Matriculamos as crianças em outra escola, conversamos com os professores e explicamos o que tinha acontecido. Deus nos abençoou com professores cristãos maravilhosos que amaram nossas crianças em toda a agitação daqueles dias. As notas caíram um pouco, mas ainda eram boas.
Continuamos a orar a respeito do aluguel de uma casa. Tudo era tão caro. Estávamos obtendo uma ajuda do novo grupo, mas não o suficiente para podermos alugar uma casa ou um apartamento. Simplesmente não sabíamos o que fazer. Primeiro, pensamos em vender nossos móveis. Tínhamos pouco, mas queríamos mantê-los, se possível.
Após seis meses, a associação precisava da casa de volta para oferecê-la a um missionário que estava chegando. Eles tinham sido tão gentis e usados pelo Senhor. Entretanto, expliquei que não podia, nem iria levar minha família para o meio da rua. Alguns na associação sugeriram que fôssemos despejados. A influência maçônica estava em toda a parte.
Alguns Milagres de Deus
Durante esse teste senti-me dirigido a colocar as necessidades da minha família diante do Senhor, como fez Ezequias. Abri minha agenda de orações e a coloquei diante do Senhor. Orei, "Senhor, em Mateus 6, prometeste prover o básico para a vida: o alimento, a moradia e o vestuário. Somos tão agradecidos pelo teu cuidado. No entanto, o inimigo está fazendo a pressão aumentar, e precisamos de uma casa. Precisamos da tua ajuda. Precisamos de uma casa com pelo menos três quartos, dois banheiros, e uma garagem grande o suficiente para colocar todo o material do gabinete. Se for da tua vontade, faça-me saber — e Senhor, preciso saber ainda esta semana."
Enquanto isso, o Senhor já tinha movido o novo grupo para um grande galpão fora da cidade. É isto mesmo, um galpão. Era um galpão utilizado para realizar leilões de gado e outros eventos. Quando abordamos o proprietário para pedir sua permissão para usar as instalações para os serviços da igreja, ele não somente concordou como também se comprometeu a pagar as contas das concessionárias. Louvado seja Deus! Durante dois anos reunimo-nos naquele galpão.
Deus respondeu à minha oração no modelo de Ezequias no prazo de uma semana. Ele enviou duas pessoas-chave às nossas vidas para nos ajudar com a obtenção de uma casa: um ex-pastor batista e um consultor especializado em financiamentos imobiliários.
Para que vocês compreendam o milagre, preciso primeiro explicar meu histórico de crédito: Emprego novo; nenhum histórico de pagamento de prestação de casa própria ou aluguéis nos anos anteriores imediatos; os carros estavam quitados. Na verdade, meu histórico financeiro era tão bom que eu não tinha histórico de crédito, e isso não é bom. Que mundo louco!
Havia um registro antigo de crédito no Texas, onde tínhamos construído uma pequena casa por meio de um financiamento para veteranos. Quando mudamos, vendemos a casa para outro veterano em um contrato de gaveta. Ele deixou de pagar as prestações depois de dezoito meses. Embora eu tivesse sido liberado da responsabilidade, aquilo ficou registrado no meu histórico como uma retomada de imóvel. Agora, a história.
O ex-pastor batista foi levado a renunciar ao pastorado de uma igreja na nossa associação e a ingressar na nossa igreja. Ele tinha experiência em corretagem de imóveis e achou que poderia nos ajudar a encontrar uma casa. Ele nos apresentou a esse consultor, que olhou para nosso crédito "sem histórico" e ficou cético. Sugeri que tentássemos um empréstimo da Cooperativa dos Veteranos, pois tinha usado essa instituição anteriormente. Eu não tinha a menor idéia que estava marcado nos computadores deles como se tivesse um financiamento com problemas. Quando "inadimplente" apareceu, o analista financeiro nos informou que não haveria jeito de continuar, mas que eu poderia apelar. Ele cuidaria da papelada e poderia encaminhá-la à cooperativa. Eles negaram, de modo que apelamos novamente, mas dessa vez à Arbitragem. A Cooperativa dos Veteranos informou que levaria de oito semanas a um ano inteiro para que o caso pudesse ser avaliado pela Arbitragem.
Era um tempo de provação severa. Continuei confiando no Senhor [Provérbios 3:5-6]. Duas semanas mais tarde, o consultor me telefonou e disse que um milagre acontecera. Meu caso tinha sido analisado na Arbitragem e meus benefícios restaurados. Poderia obter um financiamento de até 144 mil dólares!
Alguns dias mais tarde, Deus nos levou a uma casa, fechamos o negócio e nos tornamos proprietários. Mudamos exatamente quando o missionário estava chegando para ocupar a casa da associação. Criamos meu gabinete na garagem, forrando-a com carpete usado e com divisórias. Exatamente como eu tinha pedido, Deus me deu um lugar para estudar e para escrever.
Isso confirmou que Deus me chamava para continuar como pastor do "galpão". O Senhor abençoou esse novo trabalho. Com o tempo, a cidade recebeu a ministração da nova igreja de muitas formas. Não somente fomos abençoados com um ótimo terreno em uma importante interseção, mas acabamos de concluir a construção de uma nova igreja para a glória de Deus. Essa visão não foi minha, mas da congregação, que reconheceu como Deus estava trabalhando para transformar a maldição em bênção. Minhas orações estão sendo respondidas.
Aos Pastores: As Lições Que Aprendi
Primeira:
Aprendi que a Bíblia precisa ser meu fundamento e meu guia em todo o tempo. Creio que ela seja inspirada e inerrante do Gênesis ao Apocalipse no idioma original. Como creio nisso, creio que Deus me deu a verdade. Como seu servo, embora seja um pecador salvo pela graça, preciso fazer o melhor que posso para defender a verdade. Satanás não gosta da verdade. Ele virá contra aqueles que se posicionam a favor da verdade. Nesse ponto, o Sermão da Montanha me confortou, ensinando-me que a perseguição é normal, não anormal. Se estou defendendo a verdade, o que aconteceu comigo era esperado [Mateus 5:3-11], e para a glória de Deus [Mateus 5:16; 2 Tessalonicenses 1:11-12; Hebreus 13:20-21].
Segunda:
Aprendi a louvar a Deus e a agradecer pelas provações [Salmo 106:1; 1 Tessalonicenses 5:18]. Como pastor, isso é o que ensino. Mas, quão mais benéfico foi para meu ensino quando experimentei pessoalmente! Que alegria! Acredito que seja essa a interpretação e aplicação de 1 Pedro 4:1.
Quando fui humilhado por essa experiência, somente então tornei-me um pastor que dobra seus joelhos. Se você não está ali, que Deus lhe conceda a provação para se quebrantar diante dele. Isso é para seu próprio bem, para o bem de sua família, o bem do seu rebanho, o bem do seu ministério, para que as almas sejam salvas para o reino de Deus. As provações pelas quais Deus me fez passar me amadureceram espiritualmente de forma progressiva, operando em mim a paciência quando pedi sabedoria sem temor mundano [Tiago 1:2 em diante].
Terceira:
Aprendi a confiar em Deus e em sua Palavra. Ele nos diz em 1 Coríntios 10:13 que não permitirá que sejamos tentados além das nossas forças. Ele é fiel à sua Palavra. Entretanto, achei que minha resistência tivesse sido atingida muito antes de Deus achar isso. Eu o louvo, porém, porque desde então tem me ajudado a aceitar as provações.
Essa última afirmação é cheia de significado para mim e para minha família. Ninguém decide ser um mártir, ou um "Daniel na cova dos leões." Daniel foi obediente; Deus fez o resto. Em minha situação, Deus não perguntou quais eram minhas idéias ou opiniões; simplesmente me pediu para ser obediente, para confiar nele e na sua Palavra.
Quarta:
Aprendi quão pecador e temeroso sou. Meu pecado era o orgulho, e o medo de cometer erros. Assim, Deus me permitiu cometer muitos erros. Isso me tornou mais humilde. Como resultado, aprendi a pedir desculpas e a pedir perdão pelos meus pecados passados. Também agasalhei o pecado da amargura, deixando de perdoar aquelas pessoas. Assim, aproximadamente um ano após minha destituição, liguei para o pastor interino e expus meu desejo de falar à congregação e dizer que os perdoava e amava. Esse pedido não foi atendido, mas senti uma tremenda paz, sabendo que tinha dado um passo na minha cura pessoal.
Quinta:
Aprendi a tomar cuidado! Não devo aceitar pessoas em posições de serviço na igreja sem testá-las por certo período de tempo. [Filipenses 3:2].
O tempo verbal imperativo presente de blepo nessa Escritura significa "manter-se constantemente em guarda, olhando ao redor". Ser diligente como um vigia em serviço para que o inimigo não possa fazer mal às tropas de Deus.
Na trilogia de John Daniel, Scarlet and the Beast, todo um capítulo trata da infiltração da Maçonaria nas igrejas nos EUA. Um exemplo citado ocorreu em 1926, quando uma ordem do Supremo Concílio do Rito Escocês instruiu os maçons a ingressarem nas igrejas locais, a introduzir o liberalismo e o modernismo e entregá-las para o uso maçônico agressivo. Satanás sabe que como vai a igreja, assim vai o país. Se a base espiritual da igreja for removida, a igreja e a nação sucumbirão.
Freqüentemente, ficamos felizes em ver alguém se oferecer para ocupar algum cargo. Sempre digo que um teste-chave para um servo é começar limpando os banheiros antes de fazer outra coisa mais difícil. Eu pessoalmente já fiz isso em uma escola cristã e na igreja e me beneficiei com isso, pois ajuda a moldar o caráter. Jesus Cristo usou o exemplo de lavar os pés dos discípulos como o teste do verdadeiro servo.
Em minha antiga igreja, os maçons não queriam o cargo de diácono para poderem servir às pessoas. Queriam o cargo para poderem implementar seus próprios planos e programas, que eram manter a direção do ministério longe do evangelismo. Nós, pastores, somos atalaias de Deus para observar isso. Podemos ofender algumas pessoas, mas é necessário fazer isso.
Sexta:
Aprendi a importância dos grupos de apoio. Deus me levou a conhecer Tom McKenney, que me incentivou a participar na "Conferência Ministração aos Maçons". Lá, conheci homens como Ed Decker, Bill Creel, David Reagan, Steven Tsoukalas, Rev. Pierce Dodson, Rev. Harmon Taylor, David Houghton, e muitos outros — todos os quais ministraram o amor de Jesus Cristo para ajudar a curar as feridas que eu mesmo não sabia que tinha.
Em minha ex-igreja, intercedi em oração pelos maçons durante dois anos. Achava que muitos deles não eram salvos e que precisavam verdadeiramente de um relacionamento com Jesus Cristo. Pensava que tivesse a perspectiva de Deus sobre a situação. Entretanto, na Conferência, fiquei convencido do meu pecado de ira e amargura direcionadas contra aqueles maçons. A Conferência me ajudou a confrontar esse pecado e a confessá-lo. Somente então pude orar novamente por aqueles homens serem libertos dos inimigos reais — Satanás, o mundo e a carne.
Também descobri que não era o único que estava sofrendo a perseguição dos maçons. As experiências de Pierce Dodson e de Harmon Taylor foram muito piores do que a minha. Quão importante é estarmos juntos e orarmos pedindo proteção uns pelos outros, e louvar a Deus, pois é para a glória dele que estamos em pé. [Filipenses 1:9-11].
Sétima:
Aprendi que a tolerância à Maçonaria e aos juramentos, para aqueles que estão envolvidos, não são bíblicos. Se os maçons estiverem na igreja, a tolerância da igreja não é algo que seja o melhor para ela. Se os maçons afirmam serem cristãos, precisam ser confrontados de acordo com 2 Timóteo 2:24 e 4:2, e reconciliados de acordo com Lucas 17:1-6. Nosso propósito não é alienar os maçons, mas reconciliá-los.
Primeiro, precisamos orar fervorosamente, de acordo com Atos 26:18, para quebrar a cegueira ao engano de Satanás. Segundo, precisamos aprender a "ouvir a dor deles".
Durante a segunda tentativa dos maçons me destituírem, claramente "ouvi a dor deles". Desde então penso nas palavras de Jesus na cruz, sofrendo terrivelmente e dizendo, "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." [Lucas 23:34].
Ame os maçons o bastante para se posicionar contra a cegueira deles, a enganação satânica, e a malícia deles com relação a você, por pregar a verdade. E, quando o perseguirem (certamente farão isso), ame-os o bastante para perdoá-los.
Oitava:
Aprendi que um pastor não precisa atacar abertamente a Maçonaria do púlpito.
Após me encontrar com o Dr. Larry Holly em Indianápolis, em junho de 1992, retornei à minha igreja e distribui discretamente os livros dele a todos os diáconos. Pedi que me oferecessem informações e cooperação para compreender a lógica deles em fazer parte de uma organização que tem o Anticristo e o estabelecimento de um governo mundial em seu sistema de crença. Eles nunca me responderam.
Quanto mais lia sobre a Maçonaria, mais terminava o serviço de adoração enfocando João 14:6, em que Jesus Cristo diz ser o único caminho para a salvação. Por outro lado, os maçons acreditam que possam ser salvos por meio de suas boas obras. De acordo com os autores maçons, qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, pode crer em qualquer deus e ser salvo, desde que pratique boas obras, como contribuir para as obras assistenciais maçônicas.
Nunca ensinei diretamente contra a Maçonaria. Usei a palavra Maçonaria em conjunção com um estudo sobre 1 João 5:21, que diz, "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos." Desenvolvi a palavra ídolo e rastreei a história das falsas religiões e mencionei que uma das religiões que segue a idolatria é a Maçonaria. Isso foi antes da segunda tentativa deles de me destituir. O ódio deles nesse ponto era tão grande que ficaram abertamente contra mim.
Apresento a verdade. Satanás odeia a verdade e sempre se coloca contra ela [João 8:44]. Ele usa o engano [como ensinado na Maçonaria] para enfrentar a verdade. Deus é maior que Satanás. Portanto, louve a Deus e fique ao lado da verdade!
Nona:
Aprendi que Deus é bom. Romanos 8:28 é pura verdade. Que conforto encontrei em 1 Pedro 4:14 — "Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois; porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado."
Caro leitor, minha oração para você e por mim é Filipenses 1:20 — "Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte."
A Deus seja a glória! Ele tem feito grandes coisas!
Pr. Daniel D. Carlen
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